sexta-feira, 12 de maio de 2023

ALBUM DE ELECTIC ROCK/ETHNO ROCK

 

Ampersan - Flor De Biznaga (2011)


Outra contribuição de um etno-rock mexicano muito pessoal, pairando entre a canção tradicional, a experimentação étnica, o rock, o hip-hop, a música popular latino-americana e a poesia, em ambientes que reúnem natureza, raízes ancestrais e sonoridades eletrônicas. Desde a sua formação em dezembro de 2007, Ampersan manteve um relacionamento contínuo com a música tradicional do México por meio de intercâmbios culturais e trabalho de campo, bem como incursões na música acadêmica contemporânea e na experimentação sonora. E não é por acaso que o grupo foi formado com o propósito de dar vazão às suas criações individuais e coletivas, baseadas na exploração sonora e na pesquisa poético-musical, já que o dueto interpreta textos do poeta Orlando Guillén,


Artista: Ampersan
Álbum: Flor De Biznaga
Ano: 2011
Gênero: Ethno-rock / Eclectic Rock
Duração: 56:29
Nacionalidade: México


Vejamos... vamos dar uma pequena introdução, a maioria não faz ideia de quem estamos a falar...
Fugir do caos da cidade para se reconectar com as próprias raízes e paisagens naturais, vivenciar uma viagem onde se pode conviver com pessoas de outros lugares pode por vezes ser a génese para vislumbrar um projeto estético e assim inspirar-se e criar. Colecionar essas experiências, o gosto pelas tradições mexicanas e o resgate das línguas maternas, tem sido o eixo do Ampersan, banda originária de Jalisco, que após anos ensaiando e compartilhando experiências com outros artistas, encontrou seu lev motiv para fazer e criar música.
O grupo nasceu no final de 2007, da união de Zindu Cano e Kevin García, com o objetivo de dar vazão às suas criações individuais e coletivas, baseadas na exploração sonora e na pesquisa poético-musical. Já se apresentaram em diversos fóruns do país, fazendo música para teatro, dança, poesia e cinema. La Flor de la Biznaga, seu primeiro álbum, veio à tona.

Com dois álbuns e um DVD ("Flor de biznaga en concierto 2014"), Ampersan tem se apresentado com grande aceitação em todo o México, assim como na Espanha, Alemanha e Estados Unidos da América, mostrando seu estilo particular.

Os versos que o dueto interpreta são do poeta Orlando Guillén (Acayucan, Veracruz, 1945): "Suas marcas estão impregnadas daquele incenso do baú da Idade de Ouro espanhola. legal. Poesia catalã e argumentos políticos, dança e teatro, música e os clássicos, são outros territórios que ocupam a pena barroca e implacável de Orlando Guillen."


Outra proposta muito interessante e desconhecida...
Este álbum que partilho convosco é também o primeiro álbum de uma banda contemporânea que também regista o seu trabalho na editora Etno Rock.
Este é o Ampersan, uma banda originalmente de Guadalajara, mas formada na Cidade do México. Com seu nome (modificação do nome do caractere “&” –e comercial– e este, por sua vez, resultado da união dos caracteres que compõem a locução latina “et”), a banda remete à conjunção, a a inclusão, a mesma que se nota claramente ao longo de todo o álbum na inclusão de géneros musicais, textos de diferentes poetas e instrumentos. O álbum é, seguindo essa ideia, uma viagem por diferentes elementos, lugares, tempos que a banda vai combinando para conseguir uma paisagem emocional e colorida.
O passeio começa com uma peça onde instrumentos elétricos se entrelaçam com instrumentos pré-colombianos, tecendo uma atmosfera ambígua, que depois é dilacerada ao mostrar o canto em espanhol de um fragmento do poema "Canto a la primavera" de Nezahualcóyotl — também recitado em Nahuatl do maestro Ernesto Cano Lomelí (do grupo Huehuecuícatl) – todos musicados com outros instrumentos tradicionais do México e do mundo que se encerram em uma serenidade dissonante.
A calmaria explode com a primeira batida da bateria, a entrada dos ventos, um violino e um amálgama de instrumentos que abrem a música exponencialmente e depois diminuem da mesma forma. O tema é a musicalização de um poema de Orlando Guillen. Como nota esclarecedora —para facilitar a interpretação deste tópico para aqueles que não estão familiarizados com alguns dados— podemos explicar brevemente dois termos que aparecem no poema: "Alarme" e "a tradição da ruptura". Alarme! é o periódico pioneiro especializado na "nota vermelha" no México, cuja circulação cessou há pouco tempo com a morte de seu diretor. "A tradição da ruptura" é um termo usado por Octavio Paz, Homero Aridjis, Alí ​​Chumacero e José Emilio Pacheco na polêmica antologia "Poesia em Movimento". À primeira vista parece um oxímoro, mas na realidade é um conceito que serviu de fio condutor na compilação de obras poéticas que documentaram diferentes gerações de poetas cuja obra pode ser considerada “moderna”. Desde o seu surgimento, essa antologia tem sido alvo de múltiplas polêmicas, suscitadas principalmente pelos movimentos poéticos que ficaram de fora.
Logo em seguida vem De la voz al viento, um son jarocho moderno de Jaime Yáñez, cuja melodia e ritmo retorcidos se fundem com percussões afro-americanas. A força desta música se funde com uma das canções mais marcantes do álbum, Desaparecer —a primeira música original do álbum— que surpreende com sua atmosfera nostálgica, que acompanhará o resto do álbum. De alguma forma, isso me lembra How to Disappear Completely do Radiohead... Os sons misturados em Desaparecer variam de um berimbao a um kaoss pad. As duas músicas seguintes são de autoria do vocalista Zindu, que seguem com um clima intimista e nostálgico.
No próximo tema, El apolo —que é uma musicalização do poema homônimo de Leonel Rugama—, a atmosfera densa continua, e agora de certa forma espacial, que será metamorfoseada por ritmos latinos na segunda parte do poema.
Em Colores regressa a nostalgia de Zindu, inicialmente acompanhada apenas por uma guitarra acústica. Mais tarde, um violino será adicionado para dar mais cor ao tema, de modo que, finalmente, toda uma banda de metais que lembra a música de Oaxaca se juntará. Por fim, o álbum fecha com a música que lhe dá título, uma música progressiva, lenta e reflexiva, onde vêm à tona pequenas pinceladas de todo o álbum.
Se você baixar a IMAGEM do CD você encontra lá a arte completa do disco, incluindo encarte e conteúdo extra que o cd original possui.
Pinchajetas

E vários outros já curtiram o álbum, como exemplo deixo esse comentário...
 
Espero que gostem do álbum, ouçam e me contem. Enquanto isso, continuamos trazendo raridades e joias perdidas de todos os lugares em nosso amado blog cabezón.
A roda do rock girou ao longo dos anos, derivando em diferentes gêneros que passaram do rock and roll influenciado pela onda inglesa e pela proximidade com os Estados Unidos, adquirindo toques chicanos ou se reinventando através do rock em sua língua ou no rock progressivo, também chamado de Ethno rock.
No público criativo, esse gênero vem se expandindo, recebendo mais apoio dos próprios criativos -músicos- em termos de composição e público, onde a instrumentação típica do blues, rock e diferentes tipos de música clássica se misturam com os sons dos idiomas e seus dialetos.
A fusão dos sons elétricos com a música tradicional e cerimonial estende seu tapete pelo solo mexicano, irrompendo em diferentes entidades e povoados, posicionando novamente a harpa, o violão, a jarana e outros instrumentos nativos no gosto musical dos chavizas.
Ampersan é uma das bandas mexicanas de etno rock que assume o conceito não apenas colaborando com outros músicos, poetas e dançarinos, mas também integrando em suas canções sons relacionados a diferentes épocas da música tradicional mexicana e latina, somados à combinação de ritmos entre os quais se destacam o son jarocho e até a música tradicional africana.
É por isso que Ampersan, em sua onda de composição musical acompanhada por sons de folia e sopro, violões e toques eletrônicos, inclui em suas composições poemas musicados, entre os quais podemos encontrar alguns do guerreiro Nezahualcóyotl.
Para melhor colocá-los, sua música também se enquadra no gênero folk - música folk contemporânea -, do qual existem representantes internacionais como Bob Dylan, que foi um dos principais músicos que deu origem ao gênero com álbuns como Highway 61 Revisited - seu sexto álbum de estúdio-, e Bringing it all back home -anterior-, ambos publicados pela Columbia Records em 1965.
A combinação de instrumentos pré-colombianos e eletrônicos no México tem ícones como Luis Pérez Ixoneztli, considerado o pai do Etno Rock em nosso país, graças à gravação de seu álbum "En el ombiligo de la luna" que exacerbou os sons da natureza, instrumentos de sopro como a flauta e o uso de instrumentos nativos.
No caso dos Ampersan, recomendamos o seu primeiro álbum independente, lançado quatro anos após a sua fundação, em 2011, "Flor de biznaga", que podemos ouvir em: bestiar.org/ampersan-flor-de-biznaga/ que tem foi interpretado em cidades e vilas da Catalunha, Euskal Herria e Alemanha.
Originalmente formado por 8 integrantes, o Ampersan se apresenta em dueto com Zindu Cano na batuta de composição e voz; Kevin García em pé de guerra com o violão de caixa:
É aquela voz que nos traz de volta ao centro, às raízes de nossas cidades, às nossas paisagens cheias de cor, azul claro e contrastes entre caminhos e rodovias ao amanhecer.
Como pássaros, os sons do Ampersan atravessam os tímpanos, sussurrando a nostalgia da música tradicional e daquele rock progressivo que teve seu apogeu com bandas como Los Dug Dug's nos anos 70 e Chac Mool nos anos 80, este último famoso pelo uso do Teponaztle - casco de tartaruga e caracol - e o Tlapitzalli, que era uma espécie de flauta.


Lista de Temas:
01. Libro De Cantos (Poema de Nezahualcoyotl)
02. ABCD
03. De La Voz Al Viento
04. Desaparecer
05. Si Tú
06. La Muñeca
07. El Apolo
08. Colores
09. La Flor De La Biznaga

Line-up:
- Zindu Cano Martínez / vocal, jarana segunda, jarana tercera, flauta de bambu, programação midi, violão, sintetizador, clarinete, ocarina -
Kevin García / vocal, violão, guitarra elétrica, guitarra de son, sintetizador
- Ernesto Cano Martínez / violino, violino elétrico, flauta nativa americana, darbuka, cajón, pandeiro, djembe, bumbo -
Gabriel de Dios / vocal, jarana tercera, trompete, percussão
- Héctor Aguilar Chaire / djembe
Músicos convidados:
Ernesto Cano Lomelí / David Aguilar / Cristian “ Capo” Briseño / Luis Alonso Novelo / Rodrigo Peláez / Adriana Yáñez / Pavel Toledano / Mario “Sajo” Ramírez / Alejandro Loredo / Vico Díaz / Gustavo Franco / Josué Vergara / Carlos Sánchez “Vilches”
 











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