sexta-feira, 26 de maio de 2023

ALBUM DE ROCK PROGRESSIVO

 

Saena - Saena (2008)


Música para amar ou odiar, mas agora um pouco mais acessível. Por falar no Sr. José Luis Fernández Ledesma, passamos agora a rever o primeiro álbum de Saena, neste trabalho ele está muito bem acompanhado por grandes músicos e juntos lançaram um álbum maravilhoso e completo que recomendo a não perder, uma demonstração infinita de musicalidade , qualidade composicional e sonora dão origem ao primeiro álbum de "Saena", onde se distancia um pouco das tendências cariocas para dar uma maior influência às influências sinfónicas, algo como Yes, PFM e Univers Zero alegremente de mãos dadas... bem, às vezes nem tanto... Quem já viu o Univers Zero feliz? Não perca, me escute...

 

Artista: Saena
Álbum: Saena
Ano: 2008
Gênero: Symphonic Rock
Duração: 68:08
Nacionalidade: México
 
 

Viva México! diz Guillermo Urdapilleta em Progarchives ao revisar este álbum (é citado no final deste texto), e não é à toa, este é um ótimo álbum! Saena é uma obra musical do mexicano José Luis Fernández LedesmaFamoso por sua caminhada nos caminhos do rock progressivo por vários anos e por ter feito uma série de discos com seu nome na estética carioca; algo raro e que surpreende também pela qualidade, e ainda mais surpreendente porque por trás daqueles discos a maioria dos instrumentos eram tocados por ele mesmo, demonstrando assim grande talento composicional e interpretativo. Agora, este álbum que ele faz sob o nome de "Saena" se afasta um pouco das tendências RIO para dar uma maior influência às influências sinfônicas, ou seja, traços de Yes e PFM são traçados e nos momentos mais sombrios ele consegue soma momentos que deixariam o Univers Zero orgulhoso.


Se pudesse ser comparado a um álbum anterior de José Luis Fernández Ledesma seria "Designios". Assim você pode ter uma ideia do som que vai encontrar aqui. Só preciso mencionar que aqui tocam os habituais colaboradores de Ledesma, como Margarita Botello e Hugo Santos , entre outros, todos eles excelentes músicos que participaram de uma infinidade de projetos musicais atraentes ao longo dos anos. Uma excelente recomendação para quem curte progressivo sinfônico moderno, mas também para quem está mais acostumado com sons RIO ou experimentação. Totalmente recomendado.
Uma das bandas latino-americanas mais incríveis que surgiram no estilo progressivo nestes primeiros anos do milênio é SAENA. Originário do México, este quinteto é liderado por José Luis Fernández-Ledesma e Margarita Botello, veteranos da vanguarda musical de seu país. Os outros três músicos são também criativos nas várias vertentes fusion, experimental e académica. O nome do grupo vem de uma música incluída no álbum "Designios" de José Luis Fernández-Ledesma: na verdade, dois desses outros músicos atuaram como músicos de apoio de Fernández-Ledesma no álbum e na música mencionados. O estilo de SAENA é um progressivo sinfônico ágil e altamente lírico, com especiais coloridos relacionados à fusão e ao rock de câmara. Os violinos de Sánchez ocupam um lugar particularmente proeminente quando surgem os solos, razão pela qual é muito comum que as melodias e harmonias encontrem o seu norte nos diálogos entre eles e o canto de Botello. Quanto aos enquadramentos e estruturas dos temas, os teclados constroem poderosas bases harmônicas e as guitarras timbres eficazes. Por seu lado, a dupla rítmica empreende um sólido trabalho de fundação através das variantes fluidas de motivos e atmosferas que se desenrolam. A destreza técnica de Santos no baixo e na baqueta permite que ele colabore diversas vezes com o aspecto melódico, criando pontes entre o violino e as bases do teclado e guitarra. Com alguns calorosos e breves feitiços de violino e canto começa 'Astromelia', tema onde o grupo demonstra desde o início que a sua aposta musical é criar expansões através das interações dos instrumentistas, visando sempre o reforço das ideias musicais em jogo e a gestação de texturas abertamente coloridas. Este tema de entrada mantém um senso de majestade controlado, mas evidente. O ambiente torna-se mais quente com a segunda música, 'Equinoccio', que apela mais fortemente a sonoridades bucólicas graças ao lugar de destaque ocupado pela combinação de sanfona e guitarra acústica; por sua vez, a base rítmica do tema é baseada no folclore mexicano, que o grupo aproveita para mergulhar um pouco no campo da fusão. Há também um solo de bateria jazzy que fornece uma pausa momentânea interessante e eficaz. 'Venenos y Antídotos' é a música mais longa do álbum, e com certeza uma das mais marcantes no manejo de nuances e variantes na composição e nos arranjos. Este tema é um verdadeiro paraíso progressivo, onde cada passagem é trabalhada com elegância imaculada e as interações entre os instrumentos exibem a necessária nitidez – tudo sem recorrer a uma excessiva pompa musical, mantendo os sons num ambiente fresco. Depois do policromático percurso musical da canção anterior, 'Playa Desierta' transporta-nos para lugares meditativos e melancólicos num esquema mais simples – a exibição estelar do violino permite à peça filtrar um pouco da intensidade sem romper com a melancolia dominante. 'Harvest' e 'End of the Game' devolvem-nos à sinfónica com um esplendor que se nota facilmente: 'Harvest' tem certo parentesco com 'Poisons and Antidotes', enquanto 'End of the Game' descobre uma presença de tons sombrios através de vôos instrumentais bem conjugados. Podemos notar uma influência recebida do Chamber-Rock em um nível sutil, sem cair em nebulosidades escuras ou perturbadoras, mas há algum elemento de tensão nas passagens mais climáticas. Entre ambas as peças, 'Estación de las 12' apela à incorporação de tons ágeis e envolventes, algo como um correlato mais extrovertido de 'Equinoccio'. Os últimos 10 minutos do álbum são ocupados por 'Octubre', uma música que se afasta do halo de mistério que esteve presente em vários lugares em 'Final del Juego' para retomar em parte as cadências que predominaram em 'Equinoccio' e 'estação das 12 horas', estando mais próximo do ar extrovertido deste último. A riqueza que cada canção encerra merece uma atenção contínua, um desapego do coração e uma parte alerta da mente – SAENA é um grupo que pretende enriquecer a vida e o espírito de todos os amantes da música que lhe prestem atenção. De minha parte, presto muita atenção a eles e a partir deste momento antecipo que muitos colocarão este álbum em um lugar privilegiado nas pesquisas dos melhores álbuns progressivos do ano de 2008.
César Inca


Abaixo apresento um vídeo da banda ao vivo, onde você pode ver esses monstros em ação. Corresponde à celebração do Segundo Aniversário da rádio Progresión Código DF .

 
Lista de Tópicos:
1. Astromelia
2. Equinoccio
3. Venenos y Antídotos
4. Playa Desierta
5. Cosecha
6. Estación de las 12
7. Final del Juego
8. Octubre

Formação:
- José Luis Fernández Ledesma / Guitarras, piano e teclados
- Margarita Botello / Voz, teclados, acordeão
- Alejandro Sánchez / Violinos
- Hugo Santos / Bastão e baixo
- Adrián Zárate / Bateria

 
 

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