sábado, 27 de maio de 2023

Melhores de Todos os Tempos: Bandas

 


Ozzy Osbourne, Geezer Butler, Tony Iommi e Bill Ward, a formação clássica do Black Sabbath
Dentre esses trabalhos, estavam as postagens nas quais elegemos os melhores músicos de todos os tempos. Com uma pontuação criada pelos consultores (ver abaixo), durante cinco meses montamos aquela que seria a banda perfeita, a qual ficou assim formada: Tony Iommi (guitarras), Freddie Mercury (vocais), John Entwistle (baixo), John Bonham (bateria) e Rick Wakeman (teclados). Como uma sequência natural, pretendíamos lançar as melhores bandas de todos os tempos,mas a Uol Host acabou não deixando que isso acontecesse.
Passado um ano, alguns consultores saíram, outros chegaram, e em um esforço coletivo, conseguimos novamente voltar às postagens regulares. Naturalmente, a ideia de eleger as melhores bandas de todos os tempos voltou à tona, e assim, trazemos aqui as trinta melhores bandas de todos os tempos, eleitas por 11 participantes, os quais além de comentar sobre dua (ou três) das bandas que escolheu, também indicou um disco representativo na carreira da banda.
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Seguindo a pontuação acima, obtivemos no primeiro lugar os pais do Heavy Metal, Black Sabbath. A banda teve votação de 100% dos integrantes desse projeto, o que só atesta sua qualidade, admiração e importância para a música. No top 3, mais dois gigantes, Led Zeppelin e The Beatles, mostrando um predomínio inglês nessa lista que conseguiu abranger vários estilos, desde o Metal tradicional e o Thrash Metal oitentista até os gigantes do rock progressivo, além de algumas surpresas.
Concorda? Discorda? Sentiu falta de alguma banda? Deixe seus comentários e também aproveite para nos indicar qual seria sua lista de 30 Melhores Bandas de Todos os Tempos.

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Black Sabbath – 674 pontos
(Ulisses Macedo)
Sem entrar na discussão de qual banda criou a primeira composição do estilo, a verdade é que o Black Sabbath, no mínimo, pôs o 'metal' em 'heavy metal'. Foi na Sexta-feira 13 de Fevereiro de 1970 que quatro malucos de Birmingham mostraram que havia algo em seu som que os colocava à parte de seus contemporâneos. Esse "algo" era formado pela junção da bateria swingada de Bill Ward, pelo baixo e lirismo marcantes de Geezer Butler, e pela guitarra monolítica de Tony Iommi, o maior criador de riffs do planeta. Único membro constante nos mais de 40 anos de história da banda, o bigodudo se virava com afinações baixas por causa de um acidente de trabalho em que perdeu as pontas dos dedos da mão direita, tirando um som massivo de sua Gibson SG que reverbera até hoje, presente em registros impecáveis como Paranoid (1970), Master of Reality (1971) e Vol. 4 (1972).
Disco representativoParanoid (1970)

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Led Zeppelin – 501 pontos
(Ronaldo Rodrigues)
Led Zeppelin está para os anos 70 assim como Beatles estão para os anos 60. Influenciou até mesmo bandas mega famosas de sua geração, revestiu-se de uma aura icônica por seu som poderoso, concertos longos e sem banda de abertura, aversão à televisão e mídias e proteção sagrada de sua obra, como algo a ser devotado. Milhões de pessoas ao redor do mundo compraram essa fórmula até hoje e os tem, certamente, no panteão dos deuses no rock. Led Zeppelin é o ápice do hedonismo em forma de música, entre milhões de quilowatts, vocais agudos, bateria grotesca e cordas envenenadas. Uma confluência rara de talentos trouxe ao mundo músicas que são cultuadas e imitadas ao longo das décadas seguintes. Foram a primeira banda a superar fonograficamente os Beatles e só a eles (e a alguns outros poucos ícones) se comparam neste quesito. Ainda que lhes pesem algumas acusações (comprovadas) de apropriação indevida de trechos de músicas e letras alheias, nada é capaz de arranhar, de forma justa, a reputação desta que é uma das maiores bandas da história.
Disco representativoLed Zeppelin IV (1971)

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The Beatles – 417 pontos
(Marco Gaspari)
Eu tinha 8 ou 9 anos quando tomei conhecimento dos Beatles. Foi em 1964, ano em que saiu por aqui uma pá de compactos simples e duplos dos quatro rapazes de Liverpool. E era uma idade pra se deixar impressionar. Ainda mais que eles eram cabeludos, engraçados e faziam um som pra lá de impactante, principalmente pra mim que era bebê quando Elvis e o rock’n’roll estouraram. E pra quem achava (e tinha um monte de gente que achava, principalmente os críticos sabichões) que era só mais uma modinha passageira, eles me acompanharam até os 15 anos, lançando um disco melhor e mais evoluído que o outro, apontando caminhos, modas e atitudes. Nunca mais uma banda me impactou dessa forma. E é por isso que eu só aceito os desafetos aos Beatles daqueles que, como eu, viveram a gloriosa beatlemania. Quem não viveu, não faz ideia. E, lamento informar, perdeu. Vou indicar meu disco preferido, que não é o Sargento Pimenta, o Abbey Road ou o Revolver.
Disco representativo: O disco que eu mais gosto deles é a trilha sonora de Magical Mistery Tour (1968), um filme que deu errado em tudo, mas acertou em cheio no que interessa: a música

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Pink Floyd – 408 pontos
(Alisson Caetano)
Antes do ecletismo, todo ouvinte musical sofre de uma fase mais devota a algum estilo. Com o "metaleiro", a coisa é mais séria. É a época da auto-afirmação. De se vestir igual seus ídolos, de implorar aos pais que comprem aquela camiseta transante do Judas Priest e de querer que todo poser morra. É uma fase que tenho orgulho de ter passado com menor grau de retardadismo, mas confesso que passei por ela. Só ouvia metal, e quanto mais pesado e urgente, melhor. Não lembro exatamente o dia exato, mas lembro da impressão, quase mística, que ficou da experiência. Em uma de minhas garimpagens pelos sites que confiava na opinião de seus redatores, dei de cara com um especial de 42 anos do lançamento do álbum Meddle, originalmente publicado na Collector's Room, mas que não fora escrito pelo Ricardo Seelig -- me perdoem, mas não consegui me lembrar, até o fechamento deste texto, quem escreveu o dito cujo --. Foi a capa, talvez, mas por algum motivo, resolvi dar uma chance e escutar o disco. Esperei sagrados 30 minutos para que o disco baixasse -- os saudosos colecionadores provavelmente torcerão os narizes ao ler meus relatos -- para, enfim, saber do que se tratava aquele disco de capa esquisita. Não quero entrar em detalhes específicos quanto a músicas. nem nada. Ao fim da audição, estava, literalmente, viajando legal, boquiaberto com tamanha riqueza instrumental, com tantos detalhes a serem descobertos nas músicas e, o que mais chamou minha atenção, na maravilha que eram aquelas linhas de guitarras. Tão suaves, delicadas, o extremo oposto do ataque e urgência das guitarras no metal. Daquela experiência, não tardei em descobrir o que mais aquela banda tão atmosférica e sombria -- impressões que criei naquela época -- tinham a me oferecer. Veio o absurdamente essencial The Dark Side of the Moon, os subestimados, mas simpáticos, Atom Heart Mother e Obscured By Clouds e o queridinho do público, Wish You Were HereThe Wall eu ouviria alguns anos mais tarde, e foi outro choque. Um choque diferente, dessa vez, impressionado com a grandiosidade e com o teor épico da obra. No fim das contas, foi uma banda que me impressionou de maneiras muito distintas durante minha formação musical. Uma banda que me mostrou novas possibilidades musicais e, mais importante, por me tirar as tapas da cara e abrir os horizontes daquilo que dizia amar, mas não conhecia nem 1% de seu universo: o rock n' roll.
Disco representativo: vou chatear o pessoal prog do site e citar Meddle (1971), o mais climático, já rompido com a psicodelia e, claro, porque é meu disco favorito dos britânicos.

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Iron Maiden – 386 pontos
(Fernando Bueno)
Difícil falar sobre sua banda preferida. A música não é como no futebol que as paixões são canalizadas apenas para um clube. É possível admirar com a mesma intensidade diversos grupos, porém o Iron Maiden tem uma influência sobre seus fãs muito parecida com a que têm os times de futebol. Até o comportamento da torcida, quero dizer do público, em seus shows se portam de maneira semelhante. O Iron Maiden liderou um renascimento do heavy metal no início dos anos 80. Depois de anos e anos de insistência por parte de seu líder Steve Harris, que conseguiu tocar o barco mesmo com inúmeras trocas de componentes, finalmente conseguiu gravar um disco em 1980 logo após assinar uma uma grande gravadora. Depois do debut a frequência das trocas diminuiu para um passo de uma troca por ano, ou uma troca por disco até 1983. A New Wave of British Heavy Metal tinha no Iron Maiden seu principal expoente, mas foi justamente com uma troca no posto de vocalista que os ingleses passaram de líderes regionais para líderes mundiais. A partir de 1984 não se tinha mais dúvidas de qual era a principal banda de heavy metal do planeta. Com menos de dez anos gravaram em sequência sete clássicos indiscutíveis. Seu nome, seu logo, suas capas e seu mascote foram se tornando ícones da cultura pop. Tiveram uma queda de popularidade nos anos 90 por conta de mais uma troca nos vocais e da crise que o estilo como um todo passou, mas com o retorno de Bruce Dickinson em 1999 a banda retomou seu posto de liderança e novamente ajudou a levantar mais uma vez o heavy metal. Hoje, mais próximos do fim de sua carreira eles voam em céu de brigadeiro, com garantia de shows lotados e fãs ávidos por qualquer tipo de material que tenham estampados IRON MAIDEN. Sucesso merecido de quem aliou com perfeição talento à muito trabalho.
Disco representativoSeventh Son Of A Seventh Son (1988)

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Metallica – 377 pontos
(Leonardo Castro)
Ao misturar riffs clássicos da NWOBHM com o andamento acelerado do punk e do hardcore, o guitarrista e vocalista James Hetfield e o baterista Lars Ulrich praticamente criaram o que seria conhecido como thrash metal. Com q companhia do virtuoso baixista Cliff Burton e do guitarrista solo e também compositor Dave Mustaine, o grupo fez seu nome em apresentações viscerais em Los Angeles e em São Francisco, e após participar da coletânea Metal Massacre, foi contratada pela Megaforce Records e rumou para Nova York para gravar seu disco de estreia. Contudo, antes das gravações terem inicio, Lars e James se cansaram das bebedeiras de Mustaine e o demitiram, convidando o guitarrista do Exodus, Kirk Hammet, para assumir o seu lugar. Mustaine voltou para Los Angeles, e logo em seguida formou uma nova banda, o Megadeth. O álbum de estreia do Metallica, Kill’em All, era um deleite para os headbangers da época. Mais rápido e extremo do que as bandas de metal mais conhecidas até então, o disco também era repleto de riffs e refrões memoráveis. A mistura de peso, rispidez e melodias era infalível, e catapultou a banda para o topo da cena underground. Mas o Metallica tinha ambições maiores, e após assinar com a major Elektra, lançou um segundo disco ainda mais forte, o espetacular Ride The Lightning. Mais pesado, e ao mesmo tempo mais acessível, o álbum era um conjunto de composições extremamente inspiradas e marcantes, e sedimentou a posição do Metallica como líderes do undergroud e do thrash metal. Mas foi com o terceiro disco, Master Of Puppets, que o quarteto atingiu o grande público. Mais refinado, mas sem perder a rispidez, o disco mostrava a banda no topo, com músicas rápidas, pesadas, cadenciadas, melódicas... É difícil conhecer alguém que curta rock pesado e não se impressione com o disco. E mesmo sem a divulgação na MTV, visto que o grupo não gravava videoclips, o quarteto ganhou status de megabanda, passando a lotar estádios e a se apresentar como headliners em festivais. Infelizmente, em um momento que a banda colhia os frutos do que havia plantado até então, o baixista Cliff Burton faleceu em um acidente com o ônibus do grupo, em meio a uma turnê na Europa. Com um novo baixista, Jason Newsted, o grupo gravou ... And Justice For All. Apostando em músicas mais longas, com diversos riffs e mudanças de andamento, o disco não agradou tanto quanto seu antecessor, mas possuía diversas músicas fortíssimas. A produção, abafada e com baixo praticamente inaudível, foi bastante criticada. Mas mesmo com um disco inferior, a banda continuou crescendo, e seus shows tinham produções típicas dos gigantes do estilo, como o Iron Maiden. O auto-intitulado álbum de 1991 apostava em uma sonoridade mais simples, com músicas menores e de mais fácil assimilação. O resultado foi o período mais lucrativo da carreira da banda. O disco se tornou um dos mais vendidos da história, o grupo deixou de ser apreciado apena entre os fãs de heavy metal e ganhou o mainstream, ficando nos primeiros lugares das paradas de disco e até na MTV, visto que diversos videoclipes foram feitos para promover o álbum. Ainda que fosse mais acessível, o Black Album continua músicas de qualidade indiscutível, e com muitos traços dos discos anteriores, como as palhetadas abafadas e os solos de guitarra. Infelizmente, a partir desse ponto, a carreira da banda deu uma guinada para o pior. Tentando se afastar da cena heavy metal, que andava em baixa nos EUA, o grupo lançou dois discos mais voltados ao hard rock, abandonando muitas das características pelas quais a banda se tornou conhecida. Load e Reload não eram necessariamente ruins, mas não soavam como o Metallica. E ainda que o grupo angariasse novos fãs, perdia a cada dia mais fãs antigos. O baixista Jason Newsted, insatisfeito com o direcionamento da banda, pulou fora. A situação piorou com o disco seguinte, o péssimo St. Anger. Dono da pior produção de bateria em um disco de rock, o álbum era praticamente inaudível. Mas quem se esforçou para ouvir, se decepcionou ainda mais. As músicas eram pouco inspiradas, com riffs repetitivos, performance vocal pífia de Hetfield e letras horríveis. Seria o típico disco para enterrar a carreira de qualquer banda. Mas o Metallica não era qualquer banda, e sobreviveu a este fiasco. No meio tempo, efetivou Rob Trujillo como novo baixista. Seu último disco de estúdio, Death Magnetic, foi um ensaio de volta às raízes, mas ainda que seja infinitamente melhor do que o que a banda vinha lançando, está bem longe do que se espera dela. O grupo promete um novo álbum para este ano, vamos ver o que nos aguarda...
Disco representativoMaster of Puppets (1986)

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The Rolling Stones – 376 pontos
(Bruno Marise)
As vezes relegados a meros rivais dos Beatles ou simplesmente como a banda mais antiga de Rock n Roll em atividade, os Stones ainda são muito maiores do que seus hits e sua "fama" lhes rendeu. Seja pela primeira fase com o genial Brian Jones, ou o auge com o subestimado Mick Taylor ou até os ótimos momentos com Ron Wood, os ingleses conseguiram a proeza de lançar uma sequência impressionante de pelo menos sete obras-primas entre 1966 e 1972. Como se não bastasse esse corpo de trabalho mais do que significativo, ainda influenciaram do hard rock ao glam, do blues rock ao progressivo.
Disco representativoSticky Fingers (1971)

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Yes – 325 pontos
(Fernando Bueno)
Falar de Yes é como se falar de diversas bandas. Seus muitos anos de carreira nos apresentou diversas fazes distintas com muitas variações de formações, alguns erros e acertos fantásticos. A reunião de jovens oriundos de conservatórios e escolas de música fez com que a habilidade musical sempre fosse uma marca da carreira da banda. O Yes teve reunido a melhor formação que uma banda já teve na história. A reunião de Chris Squire no baixo, Bill Bruford na bateria, Steve Howe na guitarra e Rick Wakeman nos teclados era praticamente a seleção inglesa dos instrumentistas. Aliados com a inconfundível voz de Jon Anderson essa formação fez juz à qualidade técnica de seus componentes no fantástico Close to The Edge (1972), álbum que praticamente resume todos os conceitos e definições do rock progressivo. Mesmo em sua fase pop que quase todas as bandas passaram, já com outros músicos, nos anos 80, o nível musical era bastante elevado. Mas o nome Yes era sinônimo de rock progressivo e as diversas reuniões que existiram nesses últimos 20 anos foram feitas para atender os antigos fãs, saudosos dos anos dourados do estilo, e também dos fãs mais novos, ansiosos por presenciar ao menos um pouco daquele brilho. As carreiras paralelas de seus integrantes é mundo à parte que sempre fez referência ao que de melhor o Yes produziu.
Disco representativoClose to the Edge (1972)

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Deep Purple – 292 pontos
(Leonardo Castro)

Um dos membros da trindade do hard rock britânico setentista, ao lado do Black Sabbath e do Led Zeppelin, o Deep Purple ajudou a moldar e a definir o rock pesado, sem abrir mão do virtuosismo instrumental e de influências do blues, soul e até da música clássica. Depois de dois discos sem muita repercussão, Ritchie Blackmore (guitarra), Ian Paice (bateria) e Jon Lord (teclado) recrutaram o vocalista Ian Gillan e o baixista Roger Glover, definindo assim a formação mais clássica da história da banda. E foi com esse time que o grupo lançou uma sequência de 4 discos fenomenais, In Rock, Fireball, Machine Head e Who Do You Think You Are, em apenas 3 anos. Os 4 álbums apresentavam uma banda mais pesada do que em sua encarnação anterior, apostando nos riffs magistrais de Blackmore e nos vocais agudos de Gillan, ainda que houvesse bastante espaço para o teclado Hammond de Lord e a bateria de Paice brilharem. A quantidade de clássicos espalhados pelos 4 discos em questão é impressionante, e fica até difícil lista-los. Entretanto, no meio de tanto talento, havia também egos enormes, e apesar de todo o sucesso e e boa repercussão dos discos, Ian Gillan e Roger Glover foram convidados a se retirarem da banda, sendo substituídos por David Coverdale e Glenn Hughes. E quem esperava que a qualidade caísse com a troca de integrantes se surpreendeu com o primeiro disco com a nova formação, Burn, um dos melhores da carreira da banda e com performances arrebatadoras dos novos membros. A qualidade se manteve no álbum seguinte, Stormbringer, onde as influências de soul e funk de Hughes e Coverdale passaram a ter mais força, desagradando Blackmore, que logo sairia da banda. Com a entrada do guitarrista americano Tommy Bolin, o grupo registraria mais um bom disco, ainda que ainda mais influenciado pelo soul e pelo funk, e encerraria suas atividades, com seus membros passando a integrar bandas como o Rainbow, Whitesnake e até mesmo o Black Sabbath. Em 1984, com uma proposta milionária em mãos, a formação clássica Blackmore, Paice, Lord, Gilan e Glover se reuniria para um novo álbum e uma nova turnê. O disco, Perfect Stangers, resgatava a sonoridade clássica da banda, com os riffs épicos e cheios de classe de Blackmore e o teclado mágico de Jon Lord, e foi um sucesso de público e crítica. Infelizmente, o disco seguinte não teve o mesmo impacto e repercussão, e desde então, a banda tem passado por diversas mudanças de formação, com a saída e o retorno de Ian Gilan, a saída definitiva de Ritchie Blackmore, a entrada de Steve Morse, a aposentadoria, e alguns anos depois, o falecimento de Jon Lord.. Contudo o grupo continua na ativa, lançando discos, alguns melhores e outros não tão memoráveis... Mas o impacto daqueles discos dos anos 70 jamais poderá ser negado. Lars Ulrich que o diga...
Disco representativoMachine Head (1972)

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Kiss – 255 pontos
(Davi Pascale)
Há quem diga que a mídia influencia o status de um artista. No caso do Kiss, essa equação não se encaixa. Pelo contrário, desde os anos 70 que os rapazes sofrem ataques dos críticos. Algumas grandes publicações, inclusive, se negavam a postar matéria dos caras. Uma das maiores mágoas da dupla Stanley/Simmons é a Rolling Stone ter se negado a noticiar a morte do Eric Carr. Mesmo com os críticos torcendo o nariz para os músicos, o grupo conseguiu angariar uma quantidade invejável de admiradores, um verdadeiro exército de fãs. O nome da banda se tornou uma marca fortíssima (um dos maiores merchandising do rock), vários de seus discos são considerados por muitos como clássicos e vários músicos se assumiram influenciados pelo Kiss (de Skid Row à Pantera, passando por Lenny Kravitz e Hellacopters). Como se não bastasse, o grupo ainda levou a ideia de megaespetáculo para outro patamar. We wanted the best, we got the best!
Disco representativoAlive! (1975)

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Rush – 250 pontos
(André Kaminski)
Se é o melhor power trio da história do rock, deixo aberto para o debate. Agora que está entre os mais famosos e idolatrados da música, com fãs fiéis no mundo todo, isso não está em discussão porque é um fato inquestionável. O Rush é um caso a parte na história da música: você não encontra imitadores e nem bandas que você ache parecido com eles pelo simples fato de que é impossível imitá-los. Não é qualquer um que consiga ter o mesmo alcance vocal de Lee e as mesmas habilidades instrumentais de todos os três integrantes. Bandas cover só vejo as que conseguem emular com mais membros, a um ponto que ao menos tente se aproximar dos originais. Contando ainda com uma discografia longa, com várias fases diferentes e uma qualidade absurda mesmo depois de tantos lançamentos, temos aí uma banda que continuará sendo única até o fim dos tempos.
Disco representativoMoving Pictures (1981)

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Queen – 242 pontos
(Mairon Machado)
O Queen foi a primeira banda que realmente eu comecei a prestar atenção. Com exceção de Freddie Mercury, os demais músicos não eram tão destacados como outros grupos de sua época, mas isso por que a estrela de Mercury realmente era muito brilahnte. Analisando friamente, Roger Taylor é um baterista de muita técnica, John Deacon é um baixista com um raro groove e Brian May tinha a capacidade de criar solos, riffs e por que não, guitarras, que poucos músicos conseguem tão trivialmente, e a união desses quatro monstros dentro de um único grupo só podia gerar uma das melhores bandas de todos os tempos. Afinal, que outro grupo você conhece que saía tão naturalmente do blues ao pop eletrônico, do heavy pesado ao jazz, da ópera ao funk, do soul ao hip hop, sempre com qualidade inegável para aquele estilo? O fato de terem permanecidos por 20 anos juntos, mesmo entre brigas e polêmicas, só ajudou a consolidar ainda mais uma carreira fabulosa, a qual cada vez mais está sendo reconhecida e descoberta pelas  novas gerações de apreciadores da música.
Disco representativo: A Night of the Opera (1975)

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Judas Priest – 188 pontos
(Diogo Bizotto)
Por mais que haja concordância suficiente para afirmar que o Black Sabbath é o pai do heavy metal, é justo lembrar que os quatro rapazes de Birmingham não foram os únicos, em sua época, a colocar em prática uma sonoridade carregada de peso e de caráter mais obscuro. Bem menos questionável é a posição de outros rapazes da mesma Birmingham como responsáveis por cristalizar de vez não apenas o som do heavy metal, mas também sua estética. Apesar do começo mais tímido, conforme a década de 1970 avançou o Judas Priest moldou seu estilo de tocar heavy metal e de como apresentá-lo ao público, tendo o ataque duplo das guitarras de Glenn Tipton e K. K. Downing à frente, junto dos agudos de Rob Halford e seus paramentos em couro e metal, dominando o palco tal qual um sumo sacerdote frente a seus fiéis. Entre quedas e ressurgências, o Priest segue na ativa, lançando discos e movimentando quantidades invejáveis de fãs.
Disco representativoStained Class (1978)

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AC/DC – 183 pontos
(Davi Pascale)
O sempre empolgante AC/DC conseguiu algumas conquistas não muito usuais. É uma das poucas bandas que atravessaram 4 décadas se mantendo fiel aos seus princípios sem perder seguidores. É uma das poucas bandas que conseguiu manter a popularidade após perder seu emblemático vocalista. Angus Young é uma referência para os músicos do gênero. A batida simplória de bateria se torna mágica quando ouvimos o grupo. A sonoridade dos caras é cheia de personalidade. Bastam poucos segundos para identificarmos uma musica do conjunto, mesmo que não seja conhecida. Como se não bastasse, os caras escreveram diversos clássicos do rock n roll. Não tinha como ficar de fora da lista, certo?
Disco representativoBack in Black (1980)

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The Jimi Hendrix Experience – 181 pontos
(Ronaldo Rodrigues)
Quando se estuda paleontologia, é sempre um clássico ver as linhas do tempo mostrando grandes criaturas como marcos de um período. Fazendo uma analogia, essas grandes criaturas nos anos 1960 no rock incluem, sem sombra alguma de dúvida, Jimi Hendrix e sua banda. Não apenas por ser um talentosíssimo guitarrista e ter dado evolução ao modo de tocar guitarra, mas por sua obra, que o coloca como um dos maiores artistas de todo o século XX. Inovador não apenas no modo de tocar, mas em suas composições e letras, na relação com seu instrumento, na performance, estilo e na maneira como posicionou sua banda de apoio (os notáveis Mitch Mitchell e Noel Redding) dentro de seu espectro sonoro. Todos que fizeram parte dessa toda-poderosa banda já foram assuntos aos céus e a história passou a ser dividida em Antes de Jimi e Depois de Jimi.
Disco representativoElectric Ladyland (1968)

UNSPECIFIED - JANUARY 01: STUDIO Photo of David Ellefson and Dave MUSTAINE and Marty FRIEDMAN and MEGADETH, L-R: Marty Friedman, Dave Mustaine, Nick Menza, David Ellefson (Photo by Mick Hutson/Redferns)
Megadeth – 174 pontos
(André Kaminski)
“Metallica é melhor e fez mais sucesso”, “Não, Megadeth é mais pesado e nunca se vendeu”. Eu fico com os dois e sou feliz com ambos. Falem o que for dos vocais de Dave Mustaine, mas sua voz meio rouca e que parece que fala cuspindo palavrões é uma das coisas que mais fazem o Megadeth diferenciado. E isso é foda. Porque isso é thrash metal. Isso é um sujeito reclamando o quanto esse mundo é um lixo, o quão problemáticos somos e que tudo tem mais é que ir à puta que o pariu. Basicamente, isso é o Megadeth. Pegue o disco que quiser deles e depois só cair na roda de mosh.
Disco representativoRust in Peace (1990)

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Creedence Clearwater Revival – 174 pontos
(Ulisses Macedo)
Poucos grupos musicais produziram um trabalho tão importante em tão pouco tempo: em apenas cinco anos, o Creedence lançou sete álbuns que ficaram imortalizados na história da música. É quase impossível acreditar na explosão de singles ao longo da história do grupo: são clássicos que todo mundo certamente já ouviu alguma vez, como "Proud Mary", "Fortunate Son", "Have You Ever Seen the Rain?" e muitos outros. Composições memoráveis, construídas sobre uma base tradicional de blues, country rock, rockabilly e soul que não se deixam erodir pela passagem do tempo.
Disco representativoGreen River (1969)

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Cream – 174 pontos
(Davi Pascale)
Cream durou pouco, mas foi o suficiente para causar um estardalhaço e, mais do que isso, fincar seu nome na história do rock. Cruzando elementos de blues, jazz, hard rock e psicodelia ninguém soava como o Cream. Ao lado de Jimi Hendrix Experience, eram famosos pelos longos improvisos, pela experimentação, apesar da popularidade. Todos os músicos do trio eram exímios instrumentistas. Diga-se de passagem, Eric Clapton ainda é considerado um Deus da guitarra. Em sua curta discografia é possível encontrar inúmeros riffs memoráveis e diversos clássicos do rock. Deixaram pouco material gravado, mas o pouco que deixaram é mágico e essencial!
Disco representativoWheels of Fire (1968)

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King Crimson – 173 pontos
(Diogo Bizotto)
Em pouco mais de cinco anos de atividade, o King Crimson se tornou referência máxima quando o assunto é rock progressivo. Várias outras formações classificadas sob esse rótulo foram mais bem sucedidas comercialmente, mas nenhuma condensou em tão pouco tempo tamanha musicalidade. De In the Court of the Crimson King (1969) a Red (1974), Robert Fripp e seus colaboradores passearam do pastoril ao erudito, do jazzístico ao metálico e do psicodélico ao épico com habilidade impressionante, fazendo do King Crimson um monstro em constante metamorfose. Fripp retomaria atividades por cinco vezes nas últimas décadas, congregando novos e antigos integrantes, mas nenhuma delas com tamanho brilho. O legado de sua primeira encarnação, porém, permanecerá como testemunho de uma criação que desafiou convenções e fez algumas das obras mais marcantes de sua época.
Disco representativoIn the Court of the Crimson King (1969)

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The Who – 170 pontos
(Bruno Marise)
O Who foi da banda mais barulhenta e anárquica da década de sessenta para um dos grupos mais criativos e importantes dos anos 70. Formado por um baterista hiperativo, um baixista virtuose, um vocalista de primeira e um guitarrista furioso e grande compositor, o grupo marcou a história da música com pelo menos três discos essenciais e uma influência em todo o rock britânica, desde o punk, o pós-punk, o mod revival e até as bandas indies de hoje.
Disco representativoQuadrophenia (1973)

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Slayer – 160 pontos
(Mairon Machado)
O Thrash Metal está aqui representado por três das quatro bandas que fazem parte do chamado Big Four, e o Slayer é a única dessas três bandas que não tem o que se discutir. Com raras exceções entre 1996 e 1998 (os álbuns Undisputted Attitude e Diabolus in Musica respectivamente), os demais discos da banda mantém um padrão de alta qualidade, e claro, há pelo menos cinco obras-primas dentre elas. A perda do guitarrista Jeff Hanneman chegou a gerar muitas dúvidas sobre o seguimento dos californianos, mas Gary Holt deu um novo gás, e o grupo segue na ativa encantando e alegrando aos fãs de uma sonzeira trabalhada e desgraçadamente boa. Para se ouvir em alto e bom som, mas principalmente, para se apreciar a velocidade e as técnicas exuberantes desses gigantes do Thrash.
Disco representativoReign in Blood (1986)

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Van der Graaf Generator – 156 pontos
(Marco Gaspari)
Como se diz por aí, só existem duas certezas nesta vida: a morte e os impostos. Mas se você viveu os anos 70, pode acrescentar mais uma certeza: não existe disco ruim do Van der Graaf Generator (tá certo que tem gente que cai matando no ALT, mas ele é de 2012 e não faz parte dos anos 70). Peter Hammill e companhia não são apenas um dos pilares do rock progressivo. São também a cobertura, o topo, o máximo que o gênero atingiu em alguns aspectos. As letras, por exemplo: alguém conhece letrista prog mais contundente do que Peter Hammill? Outro exemplo é o contraste entre loucura e serenidade: onde mais o lirismo foi tão bipolar? E não vou me alongar mais para falar da voz de PH, do sax de David Jackson, da bateria personalíssima de Guy Evans e da obstinação do tecladista Hugh Banton, que montava e desmontava seu Hammond dia após dia, acrescentando efeitos e badulaques eletrônicos, na busca de conseguir mais... e mais... e mais... Daí que se você se contenta com menos, então o VdGG não é banda pra você.
Disco representativo: O disco mais emblemático é sem dúvida o Pawn Hearts. E tudo o que eu tenho a dizer sobre ele está escrito aqui.

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Ramones – 150 pontos
(Bruno Marise)
O punk rock podia até já existir antes dos Ramones, seja com a tosquice visceral das bandas de garagem sessentistas, ou a barulheira anárquica de Stooges e MC5, mas foram os quatro maloqueiros do Queens que deram identidade ao som e o tornaram um verdadeiro gênero. Nada era tão cru e minimalista quanto os Ramones. Eles traziam de volta a diversão e a simplicidade ao gênero através das melodias grudentas e refrãos fáceis dos primeiros anos da invasão britânica, as harmonias vocais dos Beach Boys e dos girl groups e a energia juvenil do rock ‘n’ roll cinquentista. Tudo isso com uma roupagem tosca, barulhenta e tocada com o tesão e a fúria de quatro garotos outsiders, diretamente das ruas sujas de Nova York. Bastava olhar para a banda no palco para duvidar que aquilo era real: um vocalista de dois metros, magro, desengonçado de voz rouca e anasalada ao mesmo tempo, um guitarrista turrão que parecia estar tocando uma serra elétrica, um baixista junkie e compositor de mão cheia e um baterista que mal sabia tocar. Todos de jaqueta de couro, jeans rasgados e tênis surrados. Como uma verdadeira gangue. Quem menospreza a suposta falta de técnica, ou a crueza exagerada das canções da banda, apenas não consegue enxergar que a genialidade dos Ramones encontra-se exatamente nessa simplicidade.
Disco RecomendadoRocket to Russia (1977)

The Rock Group Whitesnake Attends the MTV Music Awards
Whitesnake – 130 pontos
(André Kaminski)
Hard rock, blues rock, AOR, glam... você escolhe aí suas influências preferidas porque o Whitesnake tem todas essas e tocadas em altíssima qualidade. Estamos diante de uma banda liderada por Dave Coverdale, um dos melhores vocalistas da história do hard rock cantando músicas de seu tema favorito de todos: o amor. Dá para se imaginar o quanto casais oitentistas ligaram seus rádios para escutar uma lindíssima balada criada por Coverdale e seus colegas para embalar ainda mais o clima de romance ao qual estamos acostumados a ouvir por parte de qualquer disco do Whitesnake. Mesmo com uma discografia sem álbum ruim, muitos podem questionar o Whitesnake por aqui pela falta de relevância e tal, mas eu achei justíssima sua entrada na lista pela qualidade que a banda apresenta.
Disco representativo: Whitesnake (1987)

thinlizzy-with-EricBell
Thin Lizzy – 130 pontos
(Leonardo Castro)
Fundado pelo carismático baixista e vocalista Phi Lynnot, e tendo na guitarra Eric Bell e na bateria Brian Downey, o Thin Lizzy é para muitos, inclusive este que vos escreve, a melhor banda surgida na Irlanda em todos os tempos. Após alguns discos mais bluesy com Eric Bell na guitarra, o grupo se reestruturou e passou a contar com dois guitarristas, o norte-americano Scott Gorham e o escocês Brian “Robbo” Roberson. E com essa formação que o grupo teve sua fase de maior sucesso, além de ter definido o estilo pelo qual seria para sempre reconhecido, o hard rock com ênfase nas letras bem sacadas de Lynnot e nas melodias gêmeas das guitarras de Gorham e Roberson. Essa sonoridade começava a ser conferida no primeiro disco com a nova formação, Night Life, que é bastante melódico e repleto de melodias de guitarra. Mas no disco seguinte, Fighting, já era possível notar o maior peso nas guitarras e os refrões mais fortes. Mas foi em Jailbreak que tudo finalmente se encaixou: as composições eram marcantes, o trabalho de guitarra espetacular, os refrões inesquecíveis. Sem dúvida, um dos melhores discos da década de 70. E a qualidade seria mantida nos lançamentos seguintes, ainda que Brian Robertson entrasse e saísse da banda com bastante frequência, sendo substituído por ninguém nenos que Gary Moore. Contudo, com a saída definitiva de Robertson e a refusa de Moore em assumir de vez a segunda guitarra da banda, o grupo recrutou Snowy White e lançou dois discos que, ainda que tivessem boas composições, agora flertando com o heavy metal tão em voga no inicio dos anos 80, não tiveram a mesma repercussão que seus anteriores. Snowy deixou a banda, sendo substituído pelo talentoso John Sykes, que faria fama nos anos seguintes com o Whitesnake. E com esta formação, além do tecladista Darren Wharton, a banda lançou seu álbum mais forte em anos, o sensacional Thunder And Lightning. Mesmo com o sucesso do disco, Lynnot decidiu encerrar a banda, partindo para uma carreira solo e depois para outros projetos que não tiveram tanta repercussão. Infelizmente, em 1986 Lynnot veio a falecer, enfraquecido pelos diversos vícios que teve ao longo da vida. Na década seguinte, Gorham, Sykes e Downey se reuniram e passaram a tocar sob o nome de Thin Lizzy, de forma a manter o nome da banda vivo e homenagear o amigo e ex-lider do grupo. Depois de diversas mudanças de formação, essa encarnação da banda decidiu compor e gravar material inédito, passando a se chamar Black Star Riders. Desde então o grupo lançou dois discos muito bons, All Hell Breaks Loose e Killer Instinct.
Disco representativoJailbreak (1976)

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Slipknot – 124 pontos
(Alisson Caetano)
Quando o mundo não era mais anos 80, trocas de fitas e vendas de vinil batendo os 10 milhões de cópias, eu começava a desbravar a música. Eram tempos bem mais fáceis para se descobrir bandas e artistas. Enquanto, na época da fita K7, era necessário esperar mais de meses para que uma novidade desembarcasse em uma loja, na era do CD era necessário apenas ter uma rede de internet decente e um bom buscador de torrents. Dentre esses desbravamentos e trocas de informações com amigos, eis que, um dia, chega em minha casa todo afobado um amigo com um CD em mãos, dizendo ter "o CD dos caras que matavam bode no palco". Claro que isso chamou minha atenção, um moleque ingênuo e besta de 14 anos de idade. Sentamos frente ao aparelho de som e começamos a ouvir aquilo. De cara o som soou esquisitíssimo, mas cativante. Foi chegar a segunda faixa, uma profusão de guitarras, baterias e um maluco berrando a plenos pulmões para que aquilo me contaminasse de forma definitiva. Enquanto meu amigo se borrava ao meu lado, implorando para que desse stop naquilo, eu estava ali, absorto pelo som. "The Blister Exists" foi o primeiro som dignamente "heavy metal" que tive contato em minha vida, o som que me trouxe ao lado negro da força, mas diferente do nosso querido Lorde Sith, não tenho resquícios do lado bom da força em minha consciência, e não pretendo fazer meu retorno. No futuro ainda ficaria mais impactado quando ouvi o debut dos caras, tão psicótico quanto Vol 3: The Subliminal Verses. Desde então, guardo a importância destes 9 caras em minha mente, com certeza uma das bandas que morrerei pagando devoção.
Disco representativoSlipknot [1999], talvez o que sintetize melhor toda a loucura e insanidade que é a banda

gnr
Guns N’ Roses – 120 pontos
(Alisson Caetano)
Existem aquelas bandas de cabeceira, as que, mesmo que você seja um fanático por axé music e Ivete Sangalo, mantém certa afinidade com o som. Dá pra contar nos dedos: U2, Pearl Jam, The Police e, claro, Guns N' Roses. Todas tem sonoridades completamente distintas. Em comum, a habilidade de criar sons universais. Aos 12, 13 anos eu não ligava muito para o termo "disco de banda X". Ouvia músicas soltas que ia baixando pela internet ou em alguns mp3 que meus primos mais velhos iam gravando para mim. Quando disse que os Guns N' Roses fazem parte daquelas bandas de cabeceira, não falei brincando. A pessoa mais improvável do mundo – minha tia, hoje fã de carteirinha de sertanejo universitário – me emprestou, de seus dvds, um show da banda, gravado no Japão durante a turnê dos Illusions, em 1992. Passei horas frente à TV assistindo aquilo, sonhando que tocava ali, querendo ser Duff McKagan, junto do Slash, Axl e cia. A execução de músicas como "You Could Be Mine" e "Rocket Queen" eram o máximo. Sobrava energia e vitalidade naquelas composições, e cada um dos músicos eram figuras que desejaria interpretar em cima de um palco – menos Axl e sua sunguinha branca por motivos mais que óbvios –. Seus discos eu viria a adquirir bem mais afrente, quando já estava mais que sacando do que se tratava esse tal rock n' roll, mas desde o princípio, com aquela apresentação que ainda considero mitológica, que criei a figura definitiva do que deveria ser um rockstar de verdade.
Disco representativoAppetite For Destruction [1987], o disco que definiu toda uma geração e ajudou a dar um ânimo no já saturado cenário glam metal.

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The Yardbirds – 118 pontos
(Mairon Machado)
Uma banda que revela três guitarristas com o nome de Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page merece no mínimo estar entre os 10 mais. Achei injusta posição do The Yardbirds nesses trinta mais, mas mesmo assim, que bom que ele entrou nos trinta mais. O grupo viveu nos anos 60, sob a sombra de The Beatles e The Rolling Stones, e por mais que tentem ofuscar o talento dos músicos nesse período, é inegável a qualidade musical criada pelos ingleses. Próximos ao blues, recriaram obras clássicas de nomes como Sonny Boy Williams e Muddy Waters, e levaram os negros americanos para os pubs da Inglaterra. Enquanto novas bandas como The Who e The Animals surgiam, o The Yardbirds era a primeira a apresentar uma dupla de guitarrista duelando insanamente nos estúdios, e isso em 1966. No auge da lisergia psicodélica do verão do amor, veio Little Games, um disco para pensarmos como é possível o efeito do LSD alterar tanto a mente dos músicos, capaz ainda de criar uma obra tão atemporal e alucinante. Das cinzas do grupo vieram o Led Zeppelin e o Renaissance, bandas tão diferentes nos conceitos musicais, mas tão primorosas quando em ação, além da fantástica Armaggedon, uma das melhores bandas do hard setentista. Enfim, musical e historicamente, a maior banda de todos os tempos, e que sobrevive hoje divulgando seus velhos sucessos para os fãs saudosos de um tempo que não volta mais.
Disco representativoRoger The Engineer (1966)

The-Eagles
Eagles – 112 pontos
(Diogo Bizotto)
Aos olhos de grande parte dos críticos (talvez a grande maioria), o Eagles nunca passou de um grupo que praticava um som pasteurizado e soube vendê-lo muito bem, ignorando quase por completo a capacidade de seus integrantes como magníficos compositores. Que a banda representa uma história de sucesso, foco e muito trabalho, isso está claro: partindo de diferentes partes dos Estados Unidos, seus integrantes encontraram-se na sonhada Los Angeles a fim de dar um rumo a suas carreiras. Acabaram não apenas conquistando fama e fortuna, mas construindo uma trajetória única e ajudando a consolidar a sonoridade do Sul da Califórnia nos anos 1970, rivalizando em popularidade nomes como Led Zeppelin e Pink Floyd. Partindo de uma base country rock e do extensivo uso de harmonias vocais, o Eagles tornou-se mais ambicioso com o passar do tempo e ampliou seu espectro musical, culminando na obra máxima Hotel California (1976), que vai muito além de sua icônica faixa-título, firmando de vez os nomes de Glenn Frey e Don Henley no panteão dos grandes compositores da história da música popular.
Disco representativoHotel California (1976)

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Genesis – 110 pontos
(Fernando Bueno)
Se o Yes se caracteriza pela qualidade individual dos seus compositores, o Genesis tem na composição seu grande trunfo, apesar de todos os músicos que passaram pelo grupo também serem exímios instrumentistas. O começo foi meio conturbado por conta de um acordo com uma compositor e produtor picareta e com a baixa receptividade do álbum From Genesis to Revelation (1969). A saída de Anthony Phillips, um dos fundadores, e a consequente entrada de Steve Hackett, além de Phils Collins, a terceira troca de bateristas desde o início, deu uma guinada na carreira do grupo, já que assim a formação clássica estava formada com Peter Gabriel, Tony Banks, Mike Rutherford, Steve Hackett e Phil Collins. Esse line up gravou os maiores clássicos do grupo – quatro álbuns – em um período de cerca de cinco anos. As melodias com forte influência das raízes da música inglesa aliados à grande performance ao vivo, em que se destacava a interpretação e a entrega de Gabriel, marcaram época. Pergunte aos fãs sobre o disco preferido e 10 entre 10 citará um desses quatro. Sentido-se meio deslocado no grupo, Gabriel deixa o Genesis e uma solução caseira foi tomada. O baterista Phil Collins assumiria a função de vocalista e a sonoridade se manteria por pelo menos mais dois álbuns. Com a saída de Steve Hackett e o início dos anos 80 o grupo deu uma guinada em seu som que passou cada vez a ser mais simples e de fácil assimilação, comercial mesmo. As turnês aumentaram, o número de shows também, a utilização de tecnologia deixou o espetáculo cada vez maior e isso foi crescendo até seu auge com o lançamento de Invisible Touch (1986), e We Can´t Dance (1991) com vendas de alguns milhões de cópias cada um deles. Phil Collins passa a se dedicar à uma bem sucedida carreira solo e os remanescentes Tony Banks e Mike Ruteherford tentam manter o nome do grupo com um novo vocalista, Ray Wilson. O disco com o novo cantor não agradou e eles se separaram. Algumas ameaças de retorno foram veiculadas durante os anos, mas nenhum novo trabalho inédito foi feito. O Genesis é uma das únicas grandes bandas da década de 70 que tem todos os seus componentes da formação clássica ainda em atividade e nos daria o prazer de uma grande turnê de retorno. Eu acredito!
Disco representativoSelling England By the Pound (1973)

Listas Individuais
ZZ-Top-zz-top-877925_1547_1920Alisson
  1. ZZ Top
  2. The Rolling Stones
  3. Slipknot
  4. Black Sabbath
  5. AC/DC
  6. Swans
  7. Beastie Boys
  8. The Prodigy
  9. Led Zeppelin
  10. Nirvana
  11. Guns N' Roses
  12. Metallica
  13. Corrosion of Conformity
  14. Melvins
  15. Green Day
  16. The Obsessed
  17. Pink Floyd
  18. Velvet Underground
  19. The Mothers of Invention
  20. Electric Wizard
  21. Isis
  22. Carcass
  23. The Kinks
  24. Aerosmith
  25. Eyehategod
  26. Sunn O)))
  27. Saint Vitus
  28. Crowbar
  29. Pentagram
  30. Sleep
nightwish4André
  1. Nightwish
  2. Lacrimosa
  3. Black Sabbath
  4. Dream Theater
  5. Iron Maiden
  6. Helloween
  7. Kamelot
  8. Rush
  9. Led Zeppelin
  10. Pink Floyd
  11. Epica
  12. Sepultura
  13. Ayreon
  14. Megadeth
  15. Metallica
  16. Yes
  17. Eagles
  18. Journey
  19. Dio
  20. Uriah Heep
  21. The Corrs
  22. Whitesnake
  23. Angra
  24. RPM
  25. The Enid
  26. Blind Guardian
  27. Blue Öyster Cult
  28. Anthrax
  29. Wishbone Ash
  30. Jethro Tull
pixiesclassic1lBruno
  1. The Rolling Stones
  2. Black Sabbath
  3. Ramones
  4. Thin Lizzy
  5. Pixies
  6. Napalm Death
  7. The Who
  8. The Stooges
  9. Joy Division
  10. Big Star
  11. Rush
  12. Social Distortion
  13. Led Zeppelin
  14. Bad Brains
  15. Dinosaur Jr.
  16. Misfits
  17. Jethro Tull
  18. Hüsker Dü
  19. T. Rex
  20. Queen
  21. The Beatles
  22. Metallica
  23. The Kinks
  24. Alice in Chains
  25. The Byrds
  26. Black Flag
  27. Nirvana
  28. Pantera
  29. The Cramps
  30. Motörhead
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  1. Kiss
  2. The Beatles
  3. The Rolling Stones
  4. Led Zeppelin
  5. The Who
  6. Queen
  7. The Doors
  8. Deep Purple
  9. Aerosmith
  10. Van Halen
  11. AC/DC
  12. Iron Maiden
  13. Metallica
  14. Rush
  15. Black Sabbath
  16. Ramones
  17. Yes
  18. The Clash
  19. Creedence Clearwater Revival
  20. Whitesnake
  21. Guns n Roses
  22. Sex Pistols
  23. Lynyrd Skynyrd
  24. Nirvana
  25. Pearl Jam
  26. Rage Against The Machine
  27. Faith No More
  28. Free
  29. Cream
  30. ZZ Top
MetalManiacs11-1998BandDiogo
  1. Death
  2. Eagles
  3. Black Sabbath
  4. Judas Priest
  5. Metallica
  6. Bon Jovi
  7. Iron Maiden
  8. Journey
  9. Free
  10. Whitesnake
  11. Van Halen
  12. Guns N’ Roses
  13. Queensrÿche
  14. Celtic Frost
  15. Bad Company
  16. Candlemass
  17. Testament
  18. Slipknot
  19. Slayer
  20. Megadeth
  21. Steely Dan
  22. Rainbow
  23. King Crimson
  24. The Moody Blues
  25. Deep Purple
  26. Carcass
  27. Poco
  28. Rammstein
  29. Queen
  30. Ratt
traffic-6Fernando
  1. Iron Maiden
  2. Pink Floyd
  3. Metallica
  4. Yes
  5. The Beatles
  6. Deep Purple
  7. Kiss
  8. King Crimson
  9. Judas Priest
  10. Cream
  11. Rush
  12. Led Zeppelin
  13. Van der Graaf Generator
  14. Traffic
  15. Black Sabbath
  16. Angra
  17. Megadeth
  18. Slayer
  19. AC/DC
  20. Emerson, Lake and Palmer
  21. Marillion
  22. Genesis
  23. Scorpions
  24. Rainbow
  25. Premiata Forneria Marconi
  26. Sepultura
  27. Stryper
  28. Guns and Roses
  29. Helloween
  30. The Smiths
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  1. Kiss
  2. Iron Maiden
  3. Black Sabbath
  4. Metallica
  5. Deep Purple
  6. Thin Lizzy
  7. Manowar
  8. Megadeth
  9. Anthrax
  10. Savatage
  11. Rainbow
  12. Slayer
  13. Accept
  14. Motley Crue
  15. Whitesnake
  16. UFO
  17. Overkill
  18. In Flames
  19. Skid Row
  20. Blind Guardian
  21. Hellloween
  22. Ratt
  23. Testament
  24. Gamma Ray
  25. Amon Amarth
  26. Dark Tranquillity
  27. Bathory
  28. Def Leppard
  29. Grave Digger
  30. Cradle Of Filth

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  1. The Yardbirds
  2. Queen
  3. Led Zeppelin
  4. Yes
  5. SBB
  6. Slayer
  7. Jefferson Airplane
  8. Moby Grape
  9. Vanilla Fudge
  10. Pink Floyd
  11. Mutantes
  12. UFO
  13. Black Sabbath
  14. Supertramp
  15. Van der Graaf Generator
  16. Los Hermanos
  17. The Rolling Stones
  18. Rush
  19. Captain Beyond
  20. Bacamarte
  21. It’s a Beautiful Day
  22. Styx
  23. Uriah Heep
  24. Renaissance
  25. Gentle Giant
  26. Flower Travellin’ Band
  27. U2
  28. Quaterna Réquiem
  29. Grand Funk Railroad
  30. Triumph
CAN-band-photoMarco
  1. The Beatles
  2. Can
  3. Van der Graaf Generator
  4. Magma
  5. King Crimson
  6. Pink Floyd
  7. Amon Duul II
  8. Roxy Music
  9. Mutantes
  10. Gentle Giant
  11. Vainica Doble
  12. Slapp Happy
  13. Creedence Clearwater Revival
  14. Genesis
  15. Jimi Hendrix Experience
  16. Legendary Pink Dots
  17. Area
  18. Canned Heat
  19. Atomic Rooster
  20. Grand Funk Railroad
  21. Yes
  22. Premiata Forneria Marconi
  23. Gong
  24. Led Zeppelin
  25. Deep Purple
  26. Black Sabbath
  27. Jefferson Airplane
  28. Jethro Tull
  29. East of Eden
  30. Soft Boys
emerson-house_3593513kRonaldo
  1. Led Zeppelin
  2. Beatles
  3. Jimi Hendrix Experience
  4. Emerson, Lake & Palmer
  5. Yes
  6. Cream
  7. Deep Purple
  8. Genesis
  9. Black Sabbath
  10. Mahavishnu Orchestra
  11. Pink Floyd
  12. Crosby, Stills, Nash & Young
  13. The Rolling Stones
  14. King Crimson
  15. Soft Machine
  16. The Byrds
  17. John Mayall and Bluesbreakers
  18. Jethro Tull
  19. Chicago
  20. Creedence Clearwater Revival
  21. Gentle Giant
  22. Traffic
  23. Return to Forever
  24. Yardbirds
  25. Queen
  26. Jefferson Airplane
  27. Novos Baianos
  28. Iron Maiden
  29. Sly and the Family Stone
  30. The Mothers of Invention
motorhead1Ulisses
  1. Black Sabbath
  2. Pink Floyd
  3. Creedence Clearwater Revival
  4. Judas Priest
  5. The Jimi Hendrix Experience
  6. Cream
  7. Led Zeppelin
  8. The Who
  9. The Beatles
  10. AC/DC
  11. Rush
  12. Queen
  13. Motörhead
  14. Therion
  15. Ramones
  16. The Rolling Stones
  17. Yes
  18. Deep Purple
  19. Megadeth
  20. Manilla Road
  21. Iron Maiden
  22. Metallica
  23. Sly & The Family Stone
  24. Earth, Wind & Fire
  25. Dire Straits
  26. Slipknot
  27. System of a Down
  28. Sepultura
  29. Nightwish
  30. Manowar



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