quinta-feira, 25 de maio de 2023

Resenha Tattooed Millionaire Álbum de Bruce Dickinson 1990

 

Resenha

Tattooed Millionaire

Álbum de Bruce Dickinson

1990

CD/LP

No fim dos anos 80 Bruce Dickinson anda desanimado com o Maiden pelo direcionamento musical. No clássico Somewhere in Time o vocalista não havia contribuído com nenhuma canção. 

Então em 1989 Bruce teve a oportunidade de  compor e gravar Bring Your Daughter…To The Slaughter, para a trilha sonora do filme A Nightmare On Elm Street 5: The Dream Child. Todos ficaram entusiasmados com a criação do tema. O chefão Steve Harris queria a faixa para o próximo disco do Maiden e acabou conseguindo.

Porém, tal fato animou os chefões da gravadora EMI, que incentivaram Dickinson a gravar um disco inteiro com suas criações e iniciar sua tão desejada carreira solo. O primeiro passo era arrumar um bom guitarrista e parceiro musical. Jannick Gers possuía um extenso currículo, tendo ganhado notoriedade ao trabalhar na banda solo de Ian Gillan do Deep Purple. Gers havia participado da canção solo para a trilha sonora citada e Bruce decidiu continuar trabalhando com o guitarrista, uma vez que a parceria fluiu tão bem;

A dupla compôs quase todas as canções que faria parte do futuro álbum. Para completar o grupo foram recrutados o baixista Andy Carr e o baterista Fabio Del Rio, que embora não fossem nomes conhecidos no meio metálico, eram músicos competentes e criaram a cozinha perfeita para as aspirações do vocalista. A produção ficou a cargo de Chris Tsangarides (Gary Moore, Yhin Lizzy, Judas priest, etc...) e o engenheiro de som foi Nigel Green, que Havia trabalhado com o próprio Maiden nos clássicos Killers  e The Number Of The Beas, 

A abertura com “Son of a Gun” deixa em evidência duas realidades que se perpetuariam por todo o álbum: O vocalista havia se afastado completamente do som de sua banda principal, optando por um hard n´ heavy melódico e mais direto, promovendo uma volta as suas raízes musicais e trazendo influências diretas de AC/DC, Aerosmith antigo, UFO, Free e outros medalhões setentistas. 

Outro fator importante foi a entonação vocal de Dickinson, que está cantando mais solto, com timbres mais roucos e rasgados, sem tanto esmero, bem diferente do que  havia feito nos dois últimos discos do Maiden. Jannick Gers apresenta uma dos melhores trabalhos de guitarra de sua carreira, seja na escolha de timbres, seja na execução dos temas, em nada lembrando sua futura participação na donzela.

A faixa titulo traz um hard musculoso cuja letra seria direcionada  ao baixista Nikki Sixx e seus companheiros do Motley Crue; “Born e 58” é uma canção midi tempo, trazendo influências claras de Def Leppard e Aerosmith, com refrão pegajoso e bons jogos de vocais; "Hell On Wheels", com a letra cantada em cima do riff da guitarra de Gers poderia estar em qualquer álbum do AC/DC;

“Gipsy Road” é uma das baladas mais bonitas que eu ouvi em todos os tempos. “Dive! Dive! Dive!”, com sua base segura e riff arrastado ganhou clip na MTV da época; A única canção não autoral é o cover do Mott The Hoople, “All The Young Dudes”, composto por David Bowie. Em minha opinião esta é uma das versões definitivas desta canção, que ganhou varias outras releituras durante os anos;

Fechando o álbum temos a aerosmithiana “LIckin’ the Gun”, a despojada “Zulu Lulu” e “No Lies”, a maior canção do disco com mais de seis minutos e a única faixa totalmente composta por Dickinson. 

“Tattooed Millionaire” chegou as lojas em maio de 1990, e embora não tenha apresentado nada de novo, seu rock básico e sincero cativou crítica e público, que se surpreenderam com a nova faceta do vocalista.

O disco impactaria também o Iron Maiden, pois a aproximação de Gers com Bruce acabou sendo determinante para que o guitarrista conseguisse a vaga deixada por Adrian Smith. O sucesso do disco também serviria para deixar o vocalista mais seguro para abandonar a donzela e se aventurar em novos caminhos musicais.

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