sábado, 20 de maio de 2023

Review: Accept – Too Mean to Die (2021)

 


O Accept intensifica em seu novo disco uma tendência que já era perceptível nos últimos trabalhos do grupo: a diminuição do apelo épico e dos arranjos grandiosos em favor de uma sonoridade mais direta, na linha do hard & heavy tão popular na primeira metade da década de 1980.

Décimo-sexto álbum da banda alemã, Too Mean to Die é o sucessor de The Rise of Chaos (2017) e também o quinto disco com Mark Tornillo como vocalista. É preciso dizer que essa fase atual do Accept, iniciada com Blood of the Nations (2010), está em pé de igualdade com o período clássico do quinteto, quanto o grupo conquistou o mundo com trabalhos como Restless and Wild (1982), Balls to the Wall (1983) e Metal Heart (1985). Dito isso, é importante frisar que Too Mean to Die é o primeiro disco do grupo sem o baixista Peter Baltes, que deixou a banda em 2018 e tocou em todos os álbuns do Accept. Seu substituto é Martin Motnik. Além disso, a banda agora é um sexteto com a entrada de um terceiro guitarrista, Philip Shouse. O guitarrista Wolf Hoffmann é o único remanescente da formação original.

Produzido por Andy Sneap, Too Mean to Die entrega onze faixas inéditas em pouco mais de 50 minutos. As canções variam entre momentos inspirados e outros em tanto. Não há aqui a energia e o elemento surpresa de Blood of the Nations e nem a inspiração onipresente de Stalingrad (2012), mas o disco entrega bons momentos como a abertura com “Zombie Apocalypse”, o metal oitentista da música título, o hard rock de “Overnight Sensation”, a agradável balada “The Undertaker” e “Sucks to Be You”, essa última com uma clima meio AC/DC. As influências de músicas clássica de Wolffmann são responsáveis por duas das melhores canções, a grudenta “No Ones Masters” e a cativante “Symphony of Pain”, essa última com direito até à uma citação da 9ª Sinfonia de Beethoven.

Too Mean to Die não apresenta o brilhantismo dos dois primeiros discos da fase com Tornillo, mas está longe de ser um disco ruim. Os bons momentos superam os problemas, resultando em um álbum que os fãs farão questão de ter e que agradará também quem procura apenas um bom disco para ouvir.



Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

Sotos "Platypus" (2002)

  O primeiro álbum  Sotos  (1999) pegou de surpresa os amantes da vanguarda. É improvável que alguém esperasse um material tão legal de inic...