quarta-feira, 17 de maio de 2023

Zopp – Dominion (2023 / Zopp)

De vez em quando aparece algum samaritano prog para nos lembrar que a coisa de Canterbury foi uma invenção muito boa. Ryan W. Stevenson (teclados, guitarras, baixo, voz, percussão, flauta.....) já nos deu essa alegria em sua estreia em 2020. Ele é o Zopp. Como Groot em "Guardiões da Galáxia". Agora ele retorna com Andrea Moneta (Leviathan) atrás de sua poderosa bateria. Além de até sete convidados em diversos instrumentos. Para que continuemos a ser felizes. Nenhuma "inteligência artificial" aqui, todos os cérebros humanos e bons naturais.



Novos fatores são adicionados neste segundo ataque. Para começar, há voz. E dá um ponto positivo, dito com duplo sentido, a este "Domínio".

Que começa com "Amor Fati" (2'10) em absoluta reverência à Saúde Nacional. Inclui organete Dave Stewart e coro feminino estilo Gaskin/Parsons. Ele se conecta com "You" (10'56), onde a tempestade de Canterbury continua manifestamente no teclado em toda a extensão e no baixo ao estilo Hugh Hopper/Chris Squire. Já que Ryan não canta nada mal, o novo fator é bem-vindo. O sax apertado sustenta com energia jazzística e aquele som de órgão obsoleto que entra em sua medula e devora suas entranhas. Agora no Epic Breeze Mix Sim. Muito mais Soft Machine começa "Bushnell Keeler" (5'06), com um sax maleável e melódico entre Mel Collins e Alan Wakeman. Excepcionalmente feito com cuidado e beleza instrumental. Os tons escuros adquirem a exposição de "Uppmärksamhet" (3'13),

Mudança drástica para "Reality Tunnels" (4'11) de magnetismo instantâneo e um "domínio" mais Emerson, com uma contribuição de acidez no pescoço. 

"Wetiko Approaching" (1'59) parece um "outtake" de "Drama", (a voz de Stevenson tiende a um Horn via Anderson).

É acorrentado ao "Toxicity" final (14'21), mantendo a abordagem Sim ao estilo americano. Como se estivesse em Starcastle ou Infinity, Mike Ratledge tocava o teclado. Às vezes, a endogamia estilística nos oferece mais do que surpresas agradáveis. Talvez Stevenson não pareça tão solto na guitarra quanto nos teclados, mas o que ele faz (que tende a soar psicologicamente!), ele faz bem. Menção honrosa para o baterista, o motor que impulsiona e dá vida às novas linhas melódicas que vão se desenvolvendo. A flauta coloca um tempero de Jimmy Hastings em um ambiente afirmativo que, ocasionalmente, libera iguarias do interior de Canterbury.



Uma mistura curiosa e interessante que nos deixa como avaliação de um álbum muito agradável, com uma nota alta. Eu diria que Zopp quer surpreender com composições imaginativas e não forçadas, apesar dos ingredientes utilizados. E aqui eles conseguiram.


Temas
1. Amor Fati 0:00
2. You 2:10
3. Bushnell Keeler 13:06
4. Uppmärksamhet 18:14
5. Reality Tunnels 21:28
6. Wetiko Approaching 25:39
7. Toxicity 27:38

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