quarta-feira, 14 de junho de 2023

El Perro – Hair Of (2022/Alive)

Mais de cinco anos de silêncio já preocupavam os californianos da Rádio Moscou. Pode me chamar de má ideia, mas Parker Griggs reaparecendo agora com o nome da banda mudado (sempre foi ele), me parece que tem a ver com não fechar portas, por causa de "Moscou". Que o mundo anda muito babaca ultimamente. Isso não me afeta. Agora O Cachorro, bem O Cachorro. Provavelmente no dia seguinte que você ler isso, estarei vendo esse vira-lata canibal... Conto as horas. Seu "primeiro" é chamado de "Cabelo de" e enriquece o glorioso velório deixado como Rádio Moscou. Um velho amigo da época, Lonnie Blanton (bateria), Shawn Davis (baixo), Holland Redd (guitarra base) e o maldito mestre Parker Griggs (guitarras, vocais, percussão, música, letras e produção canina).



À primeira vista, há mais funk e sensação latina. Banda de Gypsys+Funkadelic+primeira Santana. Mas vamos analisar a jogada de todos os seus ângulos. "The Mold" entra com um ambiente erótico de blues & psych que logo se transforma em uma explosão hendrix, em um reinado feroz e implacável de Wah Wah. Afinal, este Cão ainda é um moscovita. É uma reminiscência de "What's Next" de Frank Marino & Mahogany Rush em produção. Blues pesados ​​mais corrosivos como um tiro de salfumán em "No Harm" (5'48), onde Parker Griggs trava um duelo de morte com sua seção rítmica. Que quilombo essas feras andam! Volto a ouvir Tito Frank, mas aquele da febre pós-Hendrix. E estou transbordando de alegria e entusiasmo adolescente. Percussões latinas entre uma cerca de arame farpado eletrificada em space blues perto da primeira Santana. Como uma saída de "Axis: Bold as Love", também é "Take me Away". Blues ácido atmosférico de pedigree impecável e apelos Blue Cheer de sincera homenagem. Big Voice ajuda, é claro. "K. Mt" remete-nos para o segundo álbum de Captain Beyond ou Blues Image, com aquele indomável acid rock latino hendrixiano e santanero. Uma confusão de elegância elétrica, classe A. Perfume percussivo selvagem de limões caribenhos (você vai ter que ter idade para entender isso!). Um instrumental apaixonante e vulcânico.

Abrindo o lado dois, "Breaking Free" tem intuições Funkadelic com uma voz de David Clayton Thomas. E uma guitarra digna de Terry Kath, Mike Pinera e para sempre, Frank Marino. Bendita trilogia. Em "Crazy Legs" eles aparecem novamente, como um milagre mariano de heavy psych gorduroso e sujo. Randy Holden junta-se à folia. muito brutal.

O título já diz, "Sitar Song" emula o dispositivo hindu com o machado, porque este é El Perro. Sem contemplações excessivamente místicas (apenas o suficiente). E morder. O soco do brontossauro de Lonnie Blanton está em exibição ainda mais, se possível, no final apocalíptico de "Black Days" (12:00). Uma vodu-jam que te assusta com sua selvageria nativa de jíbaros loucos. Hendrix dá sua aprovação cum-laude do outro lado, para esta psicofonia digna de Electric Lady Studios. E o "Lotus" de Carlitos revive com a mesma ferocidade incontrolável em um sacrifício sangrento em um altar asteca. Para aqueles que conseguirem o cd, ainda encontrarão a curta, mas raivosa, "O Grace". Um plágio (peguei, Sr. Griggs!!) da "canção de despedida" de Reddog. Eu o perdoo.



Este é outro monstro-artefato para um esplêndido e generoso ano Jurássico em maravilhas atemporais. Cuidado com o cachorro. Ele anda livre, solto e espalha sua raiva.


         

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