Eles não tocam rock sulista nem são do sul dos EUA. Apesar do nome. Que são de Verona, na Itália, e se entregam ao hard rock clássico com intenções pomposas dos anos 80.
Começaram em 2013, mas até 2018 não lançariam uma gravação com o mesmo nome. Já um primeiro tapa com uma mão aberta de energia renovada de Purple/Heep. Depois de tempos turbulentos recentes, eles voltam para mostrar que a "síndrome do segundo álbum" não é para eles.
Leonardo Baltieri (vocal), Matteo Finato (guitarra), Flavio Martini (teclados), Fabio Pasquali (baixo) e Silvio Bissa (bateria) são os implacáveis Wyatt Earp.
E com tal batismo, "Olá Estranhos!" (2'41) é apresentado como uma introdução instrumental spaghetti-western como é "mandao". Ennio Morricone nunca imaginou o que inspiraria o hard rock de ontem e de hoje.
Entrando no assunto, "Before the Law" (5'06) soa "velho é legal", mas com um toque dos anos 80 (joer, oldie afinal!). Com uma alavanca de baixista e pompa forte à la Winger/Giant/Prophet. Com duelo guitarra-órgão purpleano e infalível, com aptidão para o azulejo. "Spitfire" (6'01) entra como se Leslie West estivesse em White Sister. Com certeza, Wyatt Earp enredou décadas com curiosa virtude e graça. Legs Diamond seria um comparável aproximado. Aquele baixo matador já parece uma marca de destaque da casa. Eles compõem com uma pretensão épica à moda antiga e resolvem que o violão chegue e a assinatura do século fique. Com um poderoso cantor de James Christian/John Lawton e chaves de afinidade de Giuffria para completar uma combinação titânica. A parte final do tema aponta para o Rainbow sem nenhum complexo.
E como se falássemos de um Tony Carey, "Prelude - Chronos Wish" (3'12) apresenta majestade instrumental expositiva anterior a "Rea" (9'24), selvagem com órgão de Jon Lord e imensa potência Purple/Rainbow/Sabbath - Deus era. Em pompa-exagero-extravagância-extravagância. Isso é para levar muito a sério, senhores. Um compêndio brutal dos anos 70/80 como um híbrido doentiamente bom de "Rising" e "Sahara" da House of Lords (ou o último com Mark Mangold, também!). A impiedosa centrífuga de pompa assassina continua com "Bad Apple" (6'14) em outra alegação dos anos 80 com raízes nos anos 70. Fórmula chave já atrevida ao estilo dos italianos. E esse nível supremo não vai cair nem em "Silver Dollar Boy" (4'06) nem em "The Pioneer" (5'00).
A sessão termina com "The Lord of Night" (10'50) em outra rude bacanal com uma alegre introdução de Hensley/Lord, baixo Squire, extraordinária bateria Paice, guitarras entre Lynch e Blackmore e vocais à la Lenny Wolf e Ronnie Romero. Com um sintetizador Don Airey/David Stone cortando o ar abafado cheio de decibéis viciosos. Uma máquina letal, Wyatt Earp. Eu recomendo os dois álbuns do pistoleiro roxo. Mas com este eles saíram do mapa.
Ano glorioso, nós temos.
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