A melhor década da música é 1970. Muitas pessoas, por idade, pensariam que é a década de 1980, mas nesta entrada tentaremos explicar por que a música produzida entre 1970 e 1979 é a melhor em termos globais. Para avançar um pouco, o principal é comentar a quantidade de gêneros que coexistiram no tempo com um som fresco e de qualidade. Seguindo essa linha, também a quantidade de novos sons que permaneceram para sempre entre nós. O aperfeiçoamento de sons antigos, bem como sua diversificação em estilos que abrangiam uma vasta variedade de gostos e, por que não dizer, substâncias psicotrópicas que começaram a proliferar no final dos anos 60.
Porque quando falamos da década de 1970 em termos musicais, também falamos dos melhores anos de gêneros e estilos como Soul e sua bem-sucedida e dançante diversificação, música Disco. Também da existência do Pop Rock predominante como um fato claro. Não podemos esquecer também da Canção Melódica que ajudou a procriar tantos filhos, junto com os grandes sucessos da Chanson ou do Funk (em um âmbito mais internacional).
Claro, não podemos esquecer do Folk, que amadureceu muito desde os anos 60, promovendo por sua vez a figura de um estilo que misturava um pouco de tudo, a Balada ou a Power Ballad, se praticada por uma banda de Heavy Metal. Nisso ajudou bastante o Rock Progressivo, que também levou ao Rock Psicodélico (ou vice-versa). E tudo isso sem ter mencionado ainda o Reggae, o Rhythm & Blues, o Glam, o Punk ou o Garage.
Você sente falta da presença do Synth-Pop? Porque também houve nos anos 70. Na verdade, o final da década teve tanta New Wave quanto o que hoje é conhecido como pop dos anos 80. O que acontece é que é música do final dos anos 70 que associamos aos anos 80. Por isso, além de incluir uma playlist com 800 músicas da melhor década da música, os anos 70, também faremos uma revisão ano a ano de nossas músicas favoritas ou merecedoras de menção à parte da lista.
Seleção de músicas que definem a melhor década da música
É difícil escolher apenas 10 músicas da lista, já que todas são muito boas e têm seu charme. Mas já que tomei a decisão de fazê-lo, optei por uma mistura de músicas muito alegres, cativantes e divertidas com outras um pouco mais sérias, mas geralmente animadas. Aqui estão 10 razões que resumem a melhor década da música.
Black Sabbath – Paranoid (1970)
Antecipando eventos, começamos com Paranoid, uma das músicas mais populares da banda britânica de heavy metal Black Sabbath (liderada por Ozzy Ousborne, também conhecido como o príncipe das trevas), que aparece em seu segundo álbum de mesmo nome. O mais interessante é que foi composta e pensada como um preenchimento para o álbum, mas desde o seu nascimento já é uma das músicas mais famosas também do gênero.
Se pensarmos em Paranoid agora, é inegável que ainda tem uma grande marca na cultura popular, já que o álbum em si é considerado um dos melhores álbuns de heavy metal de todos os tempos e um disco cult. A música foi homenageada e regravada por muitas bandas como Megadeth ou Avenged Sevenfold. Se você gosta e não conhecia, também recomendo outros clássicos como War Pigs, Iron Man ou Electric Funeral, que refletem a visão negativa da condição humana e a crítica social da banda na época.
T. Rex – Get It On (1971)
Outro dos gêneros puros dos anos 70, nascido e morto nesta década, é o glam. Um dos melhores exemplos do estilo e do espírito é Get It On, a música da banda britânica de glam rock T. Rex, lançada em julho de 1971 como o segundo single do álbum Electric Warrior. A música foi escrita pelo líder da banda, Marc Bolan, e foi inspirada na música Little Queenie de Chuck Berry.
Nos Estados Unidos, a música foi lançada com o título Bang a Gong (Get It On) para se diferenciar da música de mesmo nome do grupo Chase, embora hoje em dia o título original tenha sido mantido como único válido.
Embora a música tenha um som glam rock, também contém influências do boogie rock e conta com a participação de Rick Wakeman ou Blue Weaver no piano, Ian McDonald nos saxofones e Mark Volman e Howard Kaylan nos coros.
A música foi regravada por muitos artistas como The Power Station, Blondie ou U2. Também foi usada em filmes, videogames e anúncios. A revista Rolling Stone a colocou na posição 205 das 500 melhores músicas de todos os tempos.
Carly Simon – You’re So Vain (1972)
Como estamos muito focados no rock, acho conveniente ir para outros gêneros ou estilos de forma gradual. Para isso, uma maneira muito eficaz é You’re So Vain, a música da cantora e compositora americana Carly Simon, lançada em novembro de 1972 como o primeiro single do álbum No Secrets. A música é uma crítica a um amante egocêntrico ao qual Simon diz: “Você é tão vaidoso, provavelmente pensa que essa música é sobre você“. A música foi um sucesso em vários países, alcançando o número um nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
A música também foi indicada a vários prêmios Grammy e é considerada uma das melhores músicas de todos os tempos por várias publicações especializadas em música. A identidade do sujeito da música tem sido objeto de muita especulação, já que Simon disse que a música se refere a três homens, dos quais só revelou publicamente um: Warren Beatty, como já vimos em nossa revisão das melhores músicas de 1972. A música conta com a colaboração não creditada de Mick Jagger nos coros e foi sampleada por Janet Jackson em sua música Son of a Gun (I Betcha Think This Song Is About You) em 2001.
Sly & The Family Stone – If You Want Me To Stay (1973)
Então, mudando totalmente de gênero, já estamos desfrutando da melhor música negra de todos os tempos com If You Want Me To Stay. A banda americana de funk Sly & The Family Stone lançou em junho de 1973 esta música como o primeiro single do álbum Fresh. A música foi escrita e produzida pelo líder da banda, Sly Stone, e gravada com pouca participação do resto dos membros. Quanto à letra, a música é uma declaração de independência de um amante que diz a seu parceiro que se quer que ele fique, tem que deixá-lo ser ele mesmo.
A música tem um som funk com influências do soul e do jazz e, como dissemos, é praticamente apenas obra de Sly Stone, que além de colocar a voz, também cuida da guitarra, piano, órgão e baixo, apoiado por Andy Newmark na bateria e Cynthia Robinson, Jerry Martini e Pat Rizzo nos ventos.
Em termos de sucesso em seu tempo, foi em todo o mercado anglófono, aparecendo entre os mais vendidos nas listas de popularidade, alcançando o número 12 nos Estados Unidos e o número 15 no Canadá, por exemplo. Embora regravada por muitos artistas como Red Hot Chili Peppers, Etta James ou Mica Paris, ninguém foi capaz de ser tão genial.
Barry White – You’re The First, The Last, My Everything (1974)
Continuando com a música negra, damos um salto para o soul, R&B e um avanço do que será a música disco em alguns meses. You’re The First, The Last, My Everything é a música mais popular do cantor americano de soul Barry White, lançada em outubro de 1974 como o segundo single do álbum Can’t Get Enough. Escrita por Barry White, Tony Sepe e Peter Sterling Radcliffe e produzida pelo próprio White, a música é uma declaração de amor a uma pessoa que é tudo para o cantor e tem um som soul com influências do disco e funk que remetem claramente à sensualidade e sexualidade nos ouvintes.
Bob Marley & The Wailers – No Woman, No Cry (1975)
Superamos a metade da década com outro clássico inquestionável da música, No Woman, No Cry, uma música reggae popularizada pelo cantor jamaicano Bob Marley e sua banda The Wailers. Composta por Bob Marley e Vincent Ford, um amigo que o ajudou em seus primeiros passos, a música é uma expressão de consolo para uma mulher que sofre com a pobreza e a violência no gueto de Trenchtown, onde Marley morava.
Como é lógico na progressão desta lista, No Woman, No Cry tem um som reggae com influências do folk e do soul e conta com a colaboração de Aston Barrett no baixo, Carlton Barrett na bateria, Tyrone Downie no órgão e os I Threes (Rita Marley, Judy Mowatt e Marcia Griffiths) nos coros.
A música foi lançada em 1974 como parte do álbum Natty Dread, mas talvez seja mais conhecida a versão ao vivo editada no álbum Live! em 1975, que é a que destacamos em nossa lista. Quanto à sua marca no presente, a música também foi regravada por muitos artistas como Joan Baez, Fugees ou Boney M.
ABBA – Dancing Queen (1976)
Entre o soul, o funk e o reggae, é justo recorrer ao estilo mais popular de meados dos anos 70. Para isso, destacamos Dancing Queen, que serve como exemplo de pop e disco e representou mais um sucesso para o famoso grupo sueco ABBA. A música foi escrita em 1975 por Benny Andersson, Björn Ulvaeus, Stig Anderson e Anni-Frid Lyngstad. A música foi incluída no quarto álbum de estúdio do grupo, intitulado Arrival, lançado em 1976. Quanto à sua mensagem, a música é uma celebração da juventude e da dança e é dirigida a uma garota que se sente a rainha da pista.
Como eu disse, a música tem um som pop com influências do disco e pode ser um dos melhores exemplos do europop. Além de aparecer no álbum já mencionado, Dancing Queen foi lançada como single em agosto de 1976 e se tornou um dos maiores sucessos do ABBA e do gênero disco, alcançando o número um em vários países, como o Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Alemanha ou Espanha.
Fleetwood Mac – Dreams (1977)
A música Dreams é uma música de rock interpretada pelo grupo britânico Fleetwood Mac. A música foi escrita pela vocalista Stevie Nicks em 1976, durante o processo de gravação do álbum Rumours. A letra da música é inspirada na separação de Nicks com seu companheiro de banda Lindsey Buckingham e reflete seus sentimentos de solidão e esperança.
Com um som suave e melódico, com uma base rítmica simples e uma melodia de teclado que imita o som de uma celesta, a música conta com a presença de Stevie Nicks na voz, Lindsey Buckingham na guitarra e nos coros, Christine McVie no teclado e nos coros, John McVie no baixo e Mick Fleetwood na bateria e foi o segundo single do álbum Rumours em março de 1977 e, claro, também foi regravada por muitos artistas como The Corrs, Tori Amos ou Lorde.
Blondie – One Way Or Another (1978)
Apesar de ser uma música de ritmo alegre, a história por trás da letra de One Way Or Another é praticamente de terror. Falamos de uma das músicas mais populares da new wave e, claro, do grupo americano Blondie. A música foi escrita pela vocalista Debbie Harry e pelo baixista Nigel Harrison em 1978, inspirada pela experiência de Harry com um perseguidor que a perseguia depois de romper com ele. A música foi incluída no terceiro álbum de estúdio do grupo, intitulado Parallel Lines, lançado em 1978.
The Police – Message In A Bottle (1979)
Terminamos a lista com Message In A Bottle, esperando que a lista tenha sido do seu agrado o suficiente pelo menos para ter a década de 1970 entre as primeiras em mente quando você se perguntar qual é a melhor década da música. Dito isso, vamos com o grupo britânico The Police. A música foi escrita pelo vocalista e baixista Sting em 1979, inspirada por sua sensação de isolamento ao estar em turnê com a banda.
A música foi incluída no segundo álbum de estúdio do grupo, intitulado Reggatta de Blanc e lançado em 1979, e narra a história de um náufrago que envia uma mensagem em uma garrafa pedindo ajuda, mas só recebe como resposta outras garrafas com mensagens de outros náufragos. No decorrer melódico, encontramos um som reggae rock com influências do new wave e do power pop.
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