Belo disco de Jeff Rosenstock, daqueles que parece tão simples mas que já ninguém faz em 2020.
Vamos começar este pequeno texto com um mantra, por favor acompanhem-me – fechem os olhos, bloqueiem os pensamentos por uns breves minutos e digam para vocês mesmo as seguintes palavras:
“Não, o rock não morreu.”
Mais três vezes, ainda em silêncio, passando depois para em voz alta, mas tom de conversação normal.
“Não, o rock não morreu.”
Mais três vezes, começando depois progressivamente a aumentar o volume da voz, até deixar explodir esse grito que está dentro de vocês e precisa de sair cá para fora NÃO, O ROCK NÃO MORREU!!!
Estão agora no ponto para dar início à audição deste disco de Jeff Rosenstock, que servirá de força motriz para saírem pelas ruas fora com o volume no máximo no vosso carro, a fazer manguitos a quem do outro lado estiver a ouvir reggaetons e xaropadas pop que proliferam, qual lixo tóxico produzido por um peido pós uma farta feijoada.
A mensagem está passada, agora é replicar esta acção ao infinito, façam-me(nos) o favor de fazer este disco chegar aos ouvidos de quem gostam e o mundo será um lugar melhor. A energia de Rosenstock é contagiante, e a mensagem que apregoa não é menos importante – precisamos mesmo de tantos Nikes? será que estamos a dar a nossa atenção a quem a merece? será que estamos onde gostaríamos de estar? – debruçando-se tanto sobre problemas macro como micro, os que podemos realmente ser mais pró-activos e almejar mudar as coisas. Sobretudo porque, e infelizmente, o mundo actual “It’s not a dream, it’s not a dream”.
Rosenstock já anda desde 2004 a carregar a pesada herança do punk do it yourself que parece hoje em dia da idade da pedra. Juntamente com o colectivo Bomb the Music Industry! fizeram tours com concertos a dez dólares, lançaram música original de graça que disponibilizaram directamente no seu site e foram rotulados de Fugazi da idade da internet. Não sou fã de rótulos, mas este é definitivamente bem esgalhado.
Musicalmente NO DREAM é super divertido. Tanto se chega ao punk pop como ao ska, piscando sempre os olhos a pesos pesados do rock alternativo americano de uns Wilco e Neutral Milk Hotel. Vamos experimentar?
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