segunda-feira, 3 de julho de 2023

Review: Joe Bonamassa – Royal Tea (2020)

 


Não é exagero apontar Joe Bonamassa como o principal nome do blues neste século. O vocalista e guitarrista norte-americano nasceu em New Hartford, no estado de Nova York, em 1977, e desde cedo foi um prodígio, abrindo mais de vinte shows de B.B. King quando tinha apenas 12 anos.

Tanto pela qualidade quanto pela produtividade, a obra de Bonamassa é impressionante. Sua discografia conta com 14 discos de estúdio e 17 álbuns ao vivo, isso sem contar participações em bandas como o Black Country Communion e outros projetos, como a excelente parceria com a cantora Beth Hart. O cara é uma máquina criativa do mais elevado nível musical.

Royal Tea, seu mais novo disco, acaba de ser lançado e traz uma mudança na abordagem de Joe, que decidiu compor um álbum explorando a sonoridade e as particularidades do blues inglês. Obviamente, ele alcançou seu objetivo de maneira belíssima. Gravado no lendário estúdio Abbey Road e com participações de músicos britânicos como Bernie Marsden (ex-Whitesnake), Pete Brown (letrista do lendário supergrupo Cream) e Jools Holland (pianista e apresentador), o disco traz Bonamassa ao lado de uma banda formada por Reese Wynans (teclado), Michael Rhodes (baixo) e Anton Fig (bateria).

O álbum já abre de maneira espetacular com “When One Door Opens”, que possui uma passagem central que me remeteu à clássica “Child in Time”, do Deep Purple. A música título é de uma beleza e um groove contagiantes, enquanto “Why Does It Take So Long to Say Goodbye” aposta na sutileza como fio condutor. Em termos de estilo a maioria das faixas se aproxima bastante do rock, característica essa evidenciado pelo peso dos instrumentos e pela intensidade da performance. “Lookout Man!” é um exemplo perfeito disso, enquanto “I Didn’t Think She Would Do It” soa como uma road song feita sob medida pra pegar a estrada. No outro lado da moeda, “Lonely Boy” se inspira nas big bands da década de 1920 e é uma das melhores do trabalho.

Tocando com a classe, a técnica e a inspiração de sempre, Bonamassa entrega riffs e solos sensacionais, não economizando momentos que conquistam o ouvinte. Outro ponto alto, como sempre, é a sua voz, com um timbre pra lá de agradável e interpretações sanguíneas.

Se por algum acaso do destino você ainda não acompanha a carreira de Joe Bonamassa, aproveite mais um disco sensacional e conheça um dos maiores músicos desta geração.



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