A fadista
Manuela de Freitas / Pedro Rodrigues *fado primavera*
Repertório de Ana Moura
Vestido negro, cingido
Cabelo negro, comprido
E negro xaile bordado
Subindo à noite a avenida
Quem passa julga-a perdida
Mulher de vício e pecado;
E vai sendo confundida
Insultada e perseguida
P’lo convite costumado
Entra no café cantante
Seguida em tom provocante / Pelos que querem comprá-la
Uma guitarra a trinar
E uma sombra, devagar / Arranca pró meio da sala
Ela começa a cantar
E os que a queriam comprar / Sentam-se à mesa a olhá-la
Canto antigo e tão profundo
Que, vindo do fim do mundo / É prece, pranto ou pregão
E todos os que a ouviam
À luz das velas pareciam / Devotos em devoção
E os que há pouco a ofendiam
De olhos fechados ouviam / Como a pedir-lhe perdão
Vestido negro, cingido
Cabelo negro, comprido / E negro xaile traçado
Antando pr’aquela mesa
Ela dá-lhes a certeza / De já lhes ter perdoado
E em frente dela, na mesa
Como em prece a uma deusa / Em silêncio ouve-se o fado
A família portuguesa
Letra e música de Belo Marques
Repertório de Tristão da Silva
Poesia, oração, amor, bondade e luz
Saúde, valentia e gentileza
Com tudo isto à mão e um pouco de Jesus
Fez Deus toda a família portuguesa
Depois deu-lhe um país plantado à beira-mar
E o sol fez seu pupilo e seu parente
Nasceu duma raíz que a fé lhe foi buscar
Por isdo fez nais forte, a forte gente
Quem nasceu povo não sabe
A fortuna que lhe cabe
Por direito e por dever
Mas esta gente è tão boa
Que às vezes até perdoa
Ao mundo que a faz sofrer
Guerreiro, lutador, juíz pela razão
Nem sempre premiado pela glória
Fiel a um senhor chamado coração
Foi brando e sempre justo na vitória
Amou, lutou, sofreu revezes, sem contar
E o tempo foi mudando de juízo
Se o fado que aprendeu seu peito faz chorar
Com tudo isto à mão e um pouco de Jesus
Fez Deus toda a família portuguesa
Depois deu-lhe um país plantado à beira-mar
E o sol fez seu pupilo e seu parente
Nasceu duma raíz que a fé lhe foi buscar
Por isdo fez nais forte, a forte gente
Quem nasceu povo não sabe
A fortuna que lhe cabe
Por direito e por dever
Mas esta gente è tão boa
Que às vezes até perdoa
Ao mundo que a faz sofrer
Guerreiro, lutador, juíz pela razão
Nem sempre premiado pela glória
Fiel a um senhor chamado coração
Foi brando e sempre justo na vitória
Amou, lutou, sofreu revezes, sem contar
E o tempo foi mudando de juízo
Se o fado que aprendeu seu peito faz chorar
Encobre a própria dor com um sorriso
A fazer horas prá saudade
Francisco Nicholson / Eugénio Pepe
Repertório de António Mourão
Ando a brincar co'a madrugada
Repertório de António Mourão
Ando a brincar co'a madrugada
A fazer horas prá saudade
A noite corre apressada
É tão tarde, já é tão tarde
E vou fingindo não ser nada
Eu sou herói sendo covarde
Ando a brincar co'a madrugada
Mas é tarde, já é tão tarde
Não, não, não quero viver sem ti
Não quero crer nada do que ouvi
E vou correndo a madrugada
De rua em rua, ao Deus-dará
Voltar p'ra quê se à chegada
Tu não estás, sei que não estás
Fazendo horas prá saudade
Vou enganando a minha dor
Não volto e fingo que m'esperas
Meu amor, ó meu amor
A noite corre apressada
É tão tarde, já é tão tarde
E vou fingindo não ser nada
Eu sou herói sendo covarde
Ando a brincar co'a madrugada
Mas é tarde, já é tão tarde
Não, não, não quero viver sem ti
Não quero crer nada do que ouvi
E vou correndo a madrugada
De rua em rua, ao Deus-dará
Voltar p'ra quê se à chegada
Tu não estás, sei que não estás
Fazendo horas prá saudade
Vou enganando a minha dor
Não volto e fingo que m'esperas
Meu amor, ó meu amor
Sem comentários:
Enviar um comentário