Vamos falar de black metal, mas não de qualquer tipo de black metal, mas de black metal experimental, atmosférico e de vanguarda, então em poucas palavras, música para quem conhece e que já está envolvido nessa cena, são diversas bandas neste mundo do black metal de vanguarda e nesta ocasião quero falar com vocês sobre um de seus pais, se você pode chamá-lo assim, porque o considero a figura mais importante deste movimento, porque estamos falando do húngaro Tamás Kátai, um homem que iniciou sua carreira nos anos 90 com sua banda “Thy Catafalque”, lançando um álbum de black metal que já era fora do comum com “Sublunary Tragedies”, pois embora atendesse a todos os requisitos do black metal, também tinha elementos de jazz, ambiente, eletrônica e muito mais. Com este projeto ele não fez nada além de subir e adicionar cada vez mais elementos à sua música tão peculiar, Porém quero destacar TODA a sua fase desde 2004 até o presente, nesses 20 anos, Kátai lançou 8 álbuns, TODOS ESPETACULARES e sem um único fracasso (Naiv é o que mais esteve perto de falhar). Agora, com a intenção de lançar seu décimo primeiro álbum de estúdio, Älfold, quero deixar claro de uma vez por todas que esse homem superou todas as expectativas.
O álbum abre sua jornada de agressividade e loucura com “A Csend Hegyei”, um álbum que nos deixa clara a violência que o álbum terá com vozes guturais tão demoníacas que é impossível não se assustar ao ouvi-las, essas sendo fornecida pelo vocalista Lambert Lédeczy, vindo das bandas húngaras Mörbid Carnage e Ahriman, enquanto as guitarras desta música são do Sr. Breno Machado, as letras são incompreensíveis, pois estão em húngaro e ainda não há tradução oficial, mas o que Quero deixar claro de uma vez, essa música demonstra tudo o que o álbum vai nos oferecer com sua violência, seus sintetizadores, aquela bateria descontrolada e o solo estilo Meshuggah no final.
A seguir, “Testen Túl” nos abre as portas com um riff de baixo que dá lugar à guitarra do Machado, agora os vocais ficam a cargo do Sr. Bálint Bokodi, esses guturais me lembram MUITO o trabalho de Jonas Renkse em “Dance Of December Souls ” do Katatonia, mas não é o atrativo principal da música, o que importa aqui é a parte técnica dela, pois as coisas que a bateria faz nessa música não são humanas (e nunca melhor dito, já que é uma bateria programada para Kátai, desculpe, por quebrar a magia deles), mas o que quero destacar acima de tudo são aqueles espetaculares riffs de black metal que a imaginação de Kátai nos dá.
Novamente com vocais de Bokodi e guitarra de Machado, somos recebidos por “A Földdel Egyenlo”, que é provavelmente a música mais pesada do álbum e junto com as 2 anteriores, marcam a atmosfera mais black metal e death metal de todas. álbum, porque o que é interessante aqui são as métricas, são as performances extremas junto com o virtuosismo de fundo, acompanhadas por alguns sintetizadores da Kátai que dão a atmosfera perfeita a este álbum, vale ressaltar que nesta música há alguns dos melhores solos do álbum, sendo um solo de baixo do Kátai, um solo de teclado dele, um solo de guitarra do Machado e no final um solo vocal se é que se pode chamar assim junto com o violão, que soa lindo e abre o portas para a parte mais progressiva do álbum.
Agora chegamos à parte que mais adoro do álbum, sendo aberta de forma agressiva através da música que dá nome ao álbum, com os vocais do Sr. Lambert retornando pela segunda vez para nos ajudar a contextualizar o tipo de violência que é tratada com o aqui, enquanto ao fundo há uma trompa tocada por um músico chamado Austris Apenis, mas o que deve ser destacado nesta música são todas as mudanças que ela sofre ao longo de seus 9 minutos de duração, passando por solos de guitarra, baixo ambiente, percussões irregulares e outros elementos que fazem dessa música mais que uma música, uma experiência sonora, porém a melhor parte para a segunda metade da música, sendo que a vocalista Martina Veronika Horváth (de “The Answer Lies In The Black Void e Mansur) ,para fazer um contraste com a primeira metade da música, dando-nos todo um trecho lindo que vale a pena relembrar, para encerrar essa experiência de 9 minutos com um violão.
“Folyondár” é definitivamente o momento mais melódico de todo o álbum, trazendo 2 músicos que ajudam nesse clima, sendo eles Dario Cei com flauta e Danielle Belli com violão e contrabaixo, fazendo essa música só para ser apreciada, não como uma música de metal, mas sim de vanguarda melódica, especialmente perto do final que Kátai nos dá um solo de baixo para transformá-lo em um solo de teclado que lembra projetos eletrônicos de artistas como Mariusz Duda ou Steven Wilson, mas a coisa faz não termina porque um terceiro músico é adicionado à fórmula, sendo este Chris Lyons para finalizar a música com um belo solo de violino, digno de Ne “Obliviscaris”.
Virando a página da beleza musical anterior, agora vamos com “Csillagot Görgetto”, uma música que abre de uma forma que lembra “Havenless” de “Enslaved” mas mais calma, depois daquele início tão ritualístico, passamos agora para passagens mais calmas e partes melódicas do álbum, agora sendo marcadas por Gábor Dudas de “Reason”, que com sua voz consegue fazer a mesma coisa que os vocais femininos fizeram na música principal do álbum, porém agora o contraste que atinge o meio da música São fornecidos por ele e não por outra pessoa, junto com os trechos típicos da música virtuosa que inclui flauta, trechos de filmes, teclados e assim por diante, dando uma atmosfera e atmosfera curiosa ao álbum.
“A Felkelo Hold Országa” é outra das músicas do álbum que parece metal convencional com certas reviravoltas se você olhar um pouco, pois atende aos requisitos típicos como os riffs espetaculares, a trompa de Austris Apenis, junto com vocais agora do último vocalista convidado, sendo Gábor Veres (de “Watch My Dying”), nos dando uma música que é muito gostosa, não é a melhor do álbum, mas gosto muito dela mesmo assim por todas as coisas faz bem mesmo que não sejam os mais progressistas.
Agora um pequeno interlúdio, com “Szíriusz”, que parece tanto um interlúdio eletrônico para nos acalmar um pouco quanto um interlúdio de intercalar todos os instrumentos possíveis na música para que no final uma melodia normal se torne algo comum, o que abre as portas para a última música, sendo esta “Néma Vermek”, começando eletronicamente, após sua entrada nos permite ouvir alguns riffs bem pesados no puro estilo doom metal, junto com a voz de Gábor Veres passada por distorção, e depois nos dê alguns rosnados que mais uma vez me lembram o que Jonas Renkse fez no primeiro álbum do Katatonia. À medida que a música avança, várias das melodias já presentes reaparecem, como as que apareceram no início desta música ou as do final da música principal,O único problema dessa música é que na minha opinião ela não dá um encerramento satisfatório ao álbum.
Conclusão? O único problema que o álbum tem é como ele fecha, pois termina de repente de uma forma anticlimática... MAS ISSO É TUDO, é algo MUITO leve que em nada estraga todo o percurso que existe ao longo de todo o álbum devido às experimentações músicas melódicas de Tamás. É o álbum menos experimental dele, as coisas como estão, seu terceiro e quarto álbum são muito mais satisfatórios para mim porque são mais ambientais e experimentais, porém, mesmo com essa “desvantagem”, acho que este é um álbum mais do que espetacular para Que muitas pessoas que não conheceram este homem lhe dêem a oportunidade de se aprofundar em todo o seu projeto.
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