Flor de Loto é uma banda consagrada no metal latino-americano, com 8 álbuns em seu currículo, a presença de um produtor internacional e interações com figuras muito importantes do metal, apresentou com isso seu último álbum, Lines of Nasca, um álbum que, desde a sua imagem, mostra o quão representativo e importante é o lugar onde flui a música desta banda andina de rock/metal progressivo. Preferem o inglês nas suas canções, embora também tenham tido canções em espanhol, nesta ocasião as 6 canções e 1 cover que apresentam neste álbum são em inglês, destacando a voz icónica da Rapsódia, Fabio Lione, no primeiro e tema do penúltimo álbum. A capa é uma bela fotomontagem do lugar mítico de Machu Pichu, as linhas de Nazca, geoglifos do deserto de Nazca incluindo um zodíaco,
Império de vidro (06:20): Uma música enérgica para iniciar o álbum, a cavalgada do power metal e uma quena carregando a melodia principal movem um hino que neste álbum voltam a mostrar, mas em versão melhorada, junto com Fabio Leão. Esta música está em espanhol em seu quarto álbum Imperio de Cristal. A letra fala de uma reflexão sobre o quão difuso pode se tornar o olhar para a vida e a vontade de mudar esse cenário, um convite para empreender.
Animal (03:52): mais uma música épica e muito enérgica onde a bateria não para de carregar as baterias para se movimentar, os teclados soam como um acompanhamento perfeito e se destacam em um arpejo bem eletrônico, um solo de quena virtuoso e melódico para seguir em frente para um solo de guitarra que segue o caminho de ligar tudo o que você está fazendo, para que você se solte daquele animal.
Slave to your soul (feat. Doogie White) (04:58): um início tranquilo com a voz do renomado colaborador de tantos artistas do rock. Uma canção de amor em busca de paz interior, que explode aos 1:46 com uma guitarra cativante e um riff de quena. A música daqui em diante é muito impetuosa, buscando sempre a conhecida progressão harmônica mas carregada de energia andina.
Medo de atirar em estranhos (cover do Iron Maiden) (06:50): uma ótima versão onde a quena se casa nas melodias e solos dessa grande música do Iron Maiden. A guerra ainda é um problema, onde as soluções surgem devido à tecnologia que a impulsiona, é uma pena que não tenhamos aprendido que o impulso bélico apenas destrói e portanto ninguém está isento do seu mal.
Linhas de Nasca (05:26): um instrumental que demonstra toda a história deste patrimônio mundial. Nos últimos anos, as linhas de Nazca têm sofrido com idiotas que acreditam que podem conduzir os seus veículos por ali. Este tema varia em intensidades e passagens de lentidão e velocidade.
Regression (feat. Fabio Lione) (04:34): heavy metal e quena é o que destaca musicalmente essa música, melodias e pedal duplo, a voz de Fabio faz um cruzamento cultural que apresenta uma banda muito orgulhosa do som de sua terra. Num formato clássico de heavy metal ele nos conta as coisas que nos vêm à mente do delírio.
Até o final (09:50): Esta última peça do álbum nos apresenta o progressivo que a banda mantém, uma letra de elogio à melhoria, muita melodia, acompanhamentos do ar. O grupo varia nas diferentes possibilidades que a harmonização dá para depois acalmar todo esse percurso, e assim preparar um retorno ao andante, em progressões simples.
Os amantes do power, do heavy e do folk rock gostariam de experimentar este álbum, altamente recomendado para incluir numa playlist para motivar algum treino ou uma viagem. O uso da quena é fundamental nas melodias e fica claramente demonstrado no cover que elas possuem. Sinto que este álbum não mostra muito progressivo, apenas como ingrediente e em algumas músicas e aqui pode ser abordado o tema do que é progressivo na música. Isso é muito heavy e folk metal, mas de ótima qualidade e melhor que nossos vizinhos no Peru.
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