quarta-feira, 25 de outubro de 2023

CRONICA - HANNAH WICKLUND & THE STEPPIN STONES | Hannah Wicklund & The Steppin Stones (2018)

 

Ao contrário do que se possa acreditar, Hannah Wicklund não é sueca, mas americana. Ela é especificamente da Carolina do Sul e mudou-se recentemente para Nashville. Nascida no final dos anos 90, é cantora, compositora, mas também violonista e pianista. A nativa da Carolina do Sul lançou dois álbuns solo ainda na adolescência:  Looking Glass  em 2014, seguido por  The Steppin' Stones  em 2015.

Hannah Wicklund então levou isso para o próximo nível, iniciando seu próprio grupo, que ela chamou de Hannah WICKLUND & THE STEPPIN' STONES e que opera como um trio. O grupo, após passar alguns meses em estúdio, lançou um álbum homônimo em 2018.

É este álbum que será discutido nesta coluna. Hannah WICKLUND e seus companheiros de viagem trabalham na veia Blues-Rock/Hard Rock dos anos 70. Não demora muito para entender que o cantor/guitarrista/compositor com juba de leão tem um certo dom para a composição, um magnetismo que não deixa ninguém indiferente. O blues pesado de mid-tempo “Bomb Through The Breeze” realmente se mostra contagiante com seus riffs crus e incisivos, seu ritmo de batidas de pé e, para completar, Hannah WICKLUND parece possuída e cativante. O Hard Rock também está em destaque em faixas como a dos anos 70 e a cativante "Too Close To You", uma espécie de híbrido contagiante e anti-cérebro possível em algum lugar entre AEROSMITH, THE MOTHER STATION e Sass JORDAN com um refrão vertiginoso ao ponto de perder a cabeça, e "Crushin'", uma música com riffs e refrões encantadores, com um groove impecável, que também é dotada de um solo penetrante e claro. Se estes títulos são fortes e se mantêm, o terreno preferido deste trio continua a ser o Blues-Rock. Hannah WICKLUND e sua banda têm esse estilo na pele, bem ancorado em seu DNA e isso é percebido diversas vezes, seja na mid-tempo “Ghost” com melodias elegantes, ondulantes, cheias de sensibilidade (a ponto de constituir um bom ponto de entrada no universo musical do nativo da Carolina do Sul), “Looking Glass” que tem um toque um pouco cativante com seus versos e refrões irresistíveis e envolventes, ou ainda “Mama Said”, uma música tão melódica quanto cativante com um toque inebriante. , refrão unificador, pensado para colocar de joelhos toda uma arena, sem esquecer a presença de algumas passagens acústicas que servem de ponte entre os versos e o refrão. Por outro lado, “On The Road”, faixa com tons FM e funky, é um pouco fácil, telefonada e não se destaca entre as peças mais marcantes do disco. Por fim, 3 baladas completam este álbum. A blueseira “Strawberry Moon” cheira à América profunda e, toda com sutileza, cheia de sensibilidade, é um grande sucesso sem enfeites graças, entre outras coisas, à guitarra que chora no solo. “Meet You Again”, que tem um aspecto ao mesmo tempo pegajoso e comovente, é uma balada ao mesmo tempo refinada e energizada com seu refrão estridente, que agarra as entranhas e até surpreende um pouco com uma mudança de ritmo logo antes do solo que fortalece o todo. Num registro diferente, “Shadow Boxes And Porcelain Faces” é uma linda balada acústica folk que vai ao encontro do que INDIGO GIRLS e Melissa ETHERIDGE conseguiram fazer tão bem em seus respectivos apogeus.

Finalmente, Hannah WICKLUND & THE STEPPIN STONES lançaram um álbum bem elaborado. Os conhecedores mais exigentes encontrarão muitas semelhanças com THE MOTHER STATION, grupo efêmero dos anos 90 que tinha tudo para derrubar a casa de sua época. Este álbum é recheado de ótimos solos e Hannah Wicklund, como cantora e musicista, tem potencial real, carisma e merece mais atenção dos fãs. A seguir ? Pois bem, saiba que um novo álbum de Hannah WICKLUND (sem seu grupo THE STEPPIN STONES) se chama  The Prize  e deve ser lançado em breve. Continua…

Tracklist:
1. Bomb Through The Breeze
2. Ghost
3. Looking Glass
4. Mama Said
5. On The Road
6. Crushin
7. Strawberry Moon
8. Too Close To You
9. Meet You Again
10. Shadow Boxes And Porcelain Faces

Formação:
Hannah Wicklund (vocal, guitarra)
Reno Bo (baixo)
Juilian Diorio (bateria)

Gravadora : Strawberry Moon Records

Produtor : Sadler Vaden



Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

CRONICA - MILES DAVIS | Filles De Kilimanjaro (1969)

  Após o uso sem precedentes de piano elétrico e guitarra elétrica em  Miles In The Sky  lançado em 68, foi difícil para Miles Davis voltar ...