A experiência a que chamamos vida apresenta-se sempre sobre várias formas e estágios. Dentro dessas formas e estágios as vivências e sentidos que nos vão guiando formam-nos, moldam-nos e transformam-nos naquilo que somos hoje. Existe sempre uma diferença entre todos nós que, na maioria das vezes, não se prende com a experiência em si mas sim com a forma como a olhamos, sentimos, vivemos e digerimos.
Tentar aceitar o que acontece ao invés de ficar no conforto de um buraco qualquer é um bom caminho para que nos tornemos todos cada vez mais leves, seguros e libertos.
Um impostor é alguém que tenta enganar outra pessoa, existindo diversas formas de o fazer. No fundo, e olhando de fora, não será também a vida uma impostora? Ou seremos nós os impostores em relação a ela? Pouco importa desde que tenhamos o conhecimento e a abertura suficiente para saber aceitar todos os estágios e formas em que ela se apresenta. Sabermos aceitar o tempo, a falta dele, a dor, a energia, a alegria, a tristeza e o prazer.
“El Impostor” é o segundo trabalho de Damn Sessions, agora já com a participação de Mário Pereira na guitarra, parte integrante da banda desde o final de 2021. É uma peça com 6 capítulos que giram em torno das mesmas progressões de acordes.
De composição densa, fumarenta e com aquele toque western e dark country que tão bem caracteriza a sua sonoridade, El Impostor tem ainda traços sensuais de um tango lento coberto de veludo negro. Os 6 capítulos que o compõem, apresentam um texto único com três idiomas diferentes que vão do inglês ao português, repousando no castelhano. Um texto que retrata o envelhecimento do ser humano e processo inicial de negação, seguido, ou não, da aceitação, sendo que no fim a conclusão única possível é a de que viver é bom, seja de que forma for.
Sem comentários:
Enviar um comentário