domingo, 5 de novembro de 2023

CRONICA - THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY | The Good, The Bad & The Ugly (1970)

 

Se você me fizer a pergunta “  qual é o seu faroeste favorito?” » A resposta é inequívoca: Os bons, os maus e os feios , do grande Sergio Leone, estreou nos cinemas em 1966. Por três motivos! Primeiro, há esse trio de atores coiotes bastardos para um “bom” que não é tão bom, um “bruto” que gosta de seu sadismo e um “feio” palhaço. Depois, há essas réplicas de culto imparáveis. O tipo de réplica que gostaríamos de dar ao primeiro idiota que nos irritar. E por último a música de Ennio Morricone que obviamente teve um papel importante no sucesso do filme. Mal foram enviados os créditos, rapidamente entendemos que vamos nos divertir. O tipo de tema que bate tão bem quanto um revólver ou uma Winchester 1866. Sem esquecer “L'estasi dell'Oro” com seus belos voos sinfônicos e o tenso “Triello Finale” com seus aromas psicodélicos e latinos. Em uma palavra culto.

Menos cult, menos famoso, pois passa completamente despercebido, The Good, The Bad & The Ugly é o nome de um trio do sudeste do Texas que reuniu no final dos anos sessenta o vocalista/baixista/organista Joe Pipps, o guitarrista Bubba Goode e o baterista Kenny Yetman. Quem é o bom, o mau, o feio? Nenhuma informação é dada sobre este assunto. Talvez confie na capa onde observamos os músicos no que poderia ser a sua carrinha de digressão, alguns brandindo o seu instrumento. O que sabemos, porém, é que todos participaram de vários combos locais (Next Exit, Sassy, ​​etc.) antes de se cruzarem. Quase desconhecidos, os texanos, no entanto, assinaram com o selo Crazy Cajun para publicar um LP homônimo em 1970, distribuído pela Mercury.

Composta por dez músicas, esta obra é um disco de swamp rock, de blues rock com cheiro de pântano, com estilo rústico marcado pela voz rouca e rouca de Joe Pipps. Rapidamente percebemos isso com “Dusty Moon”, um country blues mid-tempo que corre ao longo dos pântanos, que leva o comboio a atravessar os campos de algodão. Permanecemos no mesmo registro em ritmo mais acelerado com “Son Of Houndog Man” arrancada de sua gaita rural e de seu violão psicodélico. “Ugly Stick” é um blues funky marcado por Hendrix. Com seu órgão de igreja “We'll Make A Chain Of Love” é mais celestial, flertando com o soul sulista. “Take A Look At Your Friends” em andamento médio é uma balada desencantada com um toque de jazz. “Gypsy Lover” é um ritmo country & blues, assim como as mais melódicas “I Was Born A Free Man” e “For Telling That Lies”. Concluindo, “Don't Mess Up A Good Thing” é um cover soul da dupla Fontella Bass / Bobby McClure, menos superexcitado, mais rústico.

No meio está "Blues For Maggie", a faixa mais longa (5 minutos, as outras peças não ultrapassando 3 minutos), um stoner blues de ritmo lento feito de guitarra ácida inspirada, órgão cavernoso e bateria linfática.

Bem, no final das contas ele não dispara tão bem quanto um revólver ou um Winchester 1866, mas nos divertimos.

Posteriormente, chegará o momento das desilusões e das separações. Kenny Yetman e Bubba Goode serão esquecidos. Depois de escrever um single para Sunny & The Sunliners em 1972, Joe Pipps tentou se relançar em 1978 com o LP de curta duração Last Train Ride .

Títulos:
1. Dusty Moon
2. Son Of Houndog Man
3. Ugly Stick
4. We’ll Make A Chain Of Love
5. Take A Look At Your Friends
6. Gypsy Lover
7. Blues For Maggie
8. I Was Born A Free Man
9. For Telling Those Lies
10. Don’t Mess Up A Good Thing

Músicos:
Kenny Yetman: Bateria
Joe Pipps: Baixo, Órgão, Vocais
Bubba Goode: Guitarra, Vocais


Produção: Huey P. Meaux



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