Não deve ser confundido com a banda psicológica The Godz 60s. 1978 obscureceu a estreia dos Ohioans, por uma bomba "punk atômica" chamada Van Halen. A estreia do Godz foi produzida por Don Brewer (Grand Funk Railroad) pela Millenium/Casablanca Records, (RCA na Europa). E continha mais migalhas do que parecia. Na verdade, se tivessem cabelos curtos e espetados, a imprensa os veria de forma diferente. Deixando sua música intacta. Mas eles foram rotulados de “banda de motociclistas” por causa da imagem de durão que tinham. Houve uma versão incrível de "Candy's Going Bad" do Golden Earring. E um rock'n'roll muito bom que beirava a J. Geils Band sem gaita.
Eles tinham os teclados de Bob Hill (também guitarra e voz). O guitarrista principal, Mark Chatfield, também cantou. Assim como o baterista Glen Cataline. E Eric Moore era o vocalista e o baixo. Então havia vozes de todos, o que é mais do que muitos grupos de feras do momento poderiam fazer. Eles giram com Cheap Trick ou Angel. Sinal de que sua música não estava tão longe disso. Também com Blue Oyster Cult, Kansas, Iggy Pop ou Judas Priest. Eles não são qualquer um. Mas a desprezível Rolling Stone os chama de “miserável banda de hard rock”. Ralé.
No final de 78 saiu o segundo e último, "Nothing is Sacred", com a mesma formação e produzido por Eric Moore.
"Gotta Muv" é um hino típico de Nova York, típico dos Dictators ou do próximo Twisted Sister. Perfeito para CBGB ou Max Kansas's City.
O mesmo pode ser dito sobre “Festyvul Seasun”, que alguns Stones teriam assinado sem vacilar. E "Rock yer sox Auf" idem, com forte influência do New York Dolls/Johnny Thunders na poção.
Eles têm o coraçãozinho, e mostram isso (do seu jeito) em "I'll bi yer luv", sim, eles escrevem assim, galera. Este tem aquele tocante sentimento hooligan-adolescente do primeiro The Who (com baixo e guitarra à la Entwistle-Townshend). E a voz de Moore pode até soar como a dos roqueiros mais pesados do The Cult, dez anos depois! Eles colocaram sintetizadores nele, então não tão grosseiros quanto insistiam os críticos de merda do momento!
Os títulos de gíria, "Luv Kage", seguem. Eu juraria que Quiet Riot prestou mais atenção nela do que o necessário (“Metal Health”). No entanto, poderia passar por uma música do Bachman Turner Overdrive.
Por outro lado, "He's a Fool" (8'30), com coro feminino, mergulha no power pop (e não é o único). As guitarras tocam, se não tocam, o Southern Rock mais flamejante. “714” teria sido um disfarce perfeito para Dee Snider e suas irmãs rebeldes. O cheiro do sul permanece, no entanto, e eu adoro isso. Outra grande influência no The Godz. Como em “Hey Mama”, que é puro Skynyrd/Black Oak Arkansas, rock’n’roll contagiante e gorduroso de estrada. Eles prestam muita atenção à sua seção rítmica devastadora. E "Snakin" é outro exemplo de colagem de cimento em termos de ritmos boogie ligados a Foghat, Status Quo ou Brownsville Station.
Terminam a festa com "Não quero ir para casa", noutro lembrete habitual do rock'n'roll dos anos 50, disfarçado de hard rock dos anos 70. No fundo eles eram fofos. Pouco depois eles se separam. Até 1985 eles reapareceram apenas com Eric Moore da banda original. "I'll Get you Rockin" é surpreendentemente boa. “Mongolians” (87) é praticamente igual ao anterior, com três músicas inéditas. Glen Cataline e Eric Moore morreram em 2019. Mark Chatfield teve algumas reuniões tímidas desde então.
Eles não eram tão feras, nem tão “miseráveis”. Uma banda muito boa que foi julgada injustamente e da qual The Rods tiraria a batuta.
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