O Brasil, mais conhecido por sua paixão pelo futebol, sua bossa nova, suas favelas, sua floresta amazônica e seu carnaval carioca, francamente não é conhecido por ser um pilar da música progressiva, psicodélica e pesada nos anos 70, assim como o resto da música latina. América. Sob a influência da América do Norte, o pop exótico do Brasil chamado tropicalismo, produziu excelentes grupos em meados dos anos sessenta, dos quais o mais conhecido foi sem dúvida Os Mutantes.
Porém, no início da década de setenta surgiria “o” grupo de rock sinfônico de estilo brasileiro: O Terço.
Criado em 1968 no Rio de Janeiro após a fusão de vários grupos, o combo reúne o baixista/vocalista Sergio Hinds, o baterista Vinicius Cantuaria e o guitarrista Jorge Amiden. Em 1970, o trio publicou o primeiro disco pela editora Forma, intitulado simplesmente O Terço , que rapidamente obteve sucesso nacional.
Composto por músicas curtas, 12 no total para um set não superior a meia hora, este disco destaca-se dos álbuns de Os Mutantes, Blow-Up e outros Spectrum por se inspirar no pop inglês de Floyd, Moody Blues, Procol Harum , Caravana…
Com muito suporte orquestral (muito utilizado neste LP), começa com “Na”. A cantoria é em português o que traz os toques necessários de tropicalismo e exotismo. Ao longe ouvimos solos sutis de guitarra elétrica com som fuzz. Resumindo, um lindo casamento entre Moody Blues e Os Mutantes. O que também chama a atenção são as lindas harmonizações vocais. Harmonizações que percorrerão todo o disco como mostradas no irreal “Plaxe Voador”. Porém, o grupo tenta cantar em inglês em lugares como a angelical “Yes, I Do”, o psicodélico samba garage “I Need You”, a dramática e pop “Saturday Dream”.
De resto, vem o passeio outonal “Longe Sem Direcoo” seguido de “Flauta” e a sua flauta de sonho. Mergulhamos nos anos 20 com “Antes De Voce… Eu”. A quase celestial “Imagem” é a peça mais progressista deste LP. “Meia-Noite” remete à despreocupação e ao folclore brasileiro com toques jazzísticos. Quanto a “Velhas Histórias”, esta música é nostálgica. O disco termina de forma anedótica com uma balada country americana tradicional, “Oh! Suzana” mas cantada em português.
Um sucesso muito bom que inspiraria outras pessoas.
Títulos:
1. Nã
2. Plaxe Voador
3. Yes, I Do
4. Longe Sem Direção
5. Flauta
6. I Need You
7. Antes De Você… Eu
8. Imagem
9. Meia Noite
10. Saturday Dream
11. Velhas Histórias
12. Ah! Susana
Músicos:
Sérgio Hinds: Baixo, Vocal
Vinicius Cantuária: Bateria
Jorge G. Amiden: Guitarra
Produção: Paulinho Tapajós

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