quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

FADOS do FADO...letras de fados

 



A lenda do velho Porto

Carlos Bessa / Pedro Rodrigues
Repertório de José Barbosa

Cai um forte nevoeiro
Sobre esta linda cidade
Que deu nome a Portugal
Parece que o céu inteiro
Quer esconder a verdade
Da história medieval

Diz a lenda, que um dia
El-rei D, Pedro, à toa 
Anunciou o noivado
Sem saber o que dizia
Quis que o Porto e Lisboa
 Casassem no seu reinado

Grande cortejo imponente
O Rio Douro subiu 
Barcos do país inteiro
É então que de repente
As portas do céu se abriu 
Caiu forte nevoeiro

O Porto desapareceu
E El-rei viu-se obrigado 
A anular o casamento
Lisboa se entristeceu
Por romperem seu noivado 
Deu entrada num convento

O Porto ficou solteiro
Amante da liberdade 
Deixá-lo ser, não faz mal
Deus lhe deu o nevoeiro
A essa linda cidade 
Que deu nome a Portugal


A lenda duma guitarra

Hermenegildo Figueiredo / Jenny Telles
Repertório de Maria da Nazaré

Numa casa abandonada
Em ruínas, esburacada 
Duma viela sombria
Foi encontrada sózinha
Uma guitarra velhinha 
Dos tempos da fidalguia

Ninguém sabe de quem era
Seria até da Severa 
Dum fidalgo, dum rufia
Essa guitarra encontrada
Numa casa abandonada 
Às portas da Mouraria

Velha guitarra
Abandonada e escondida
Naquela casa bizarra

Da Mouraria esquecida
Ai quem me dera

Ouvir-te trinar agora
O fadinho rigoroso

Como nos tempos de outrora

Mas quando a noite está calma
E não se ouve viv'alma 
Alguém diz, sem fantasia
Que naquela casa, então
Se ouve estranha canção 
Em dolente melodia

É talvez o choro de alguém
Que do etéreo além 
Soluçando em voz sentida
Assim canta tristemente
Com saudades, certamente 
Dessa guitarra perdida



A linguagem do amor

José Fernandes Castro
Declamado por Américo Pereira  

Quando as palavras são poucas
Para decifrar desejos
Existem as nossas bocas
Que beijando como loucas
Falam através dos beijos

Quando a força dos abraços
Não nos faz sofrer de dor
Estreitando nossos laços
Damos passos e mais passos
Na estrada do amor

Quando não há brancas rosas
No nosso amor sem idade
Nas nossas mãos carinhosas
Meigas e silenciosas
Há aromas de verdade

E quando estivermos sós
Numa distância maior
Através da minha voz
Inventarei para nós
A linguagem do amor



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