sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

FADOS do FADO...letras de fados...

 



A marcha das viaturas

Ary dos Santos / Nuno Nazareth Fernandes 
Repertório de Maria Armanda 

A marcha das viaturas 
Mete pena e faz-me dó 
Coitadas das criaturas 
A queimar gasosa e a fazer pó, pó 

Hondas Mini Minis e Mercedes 
Rolis Roices e autocarros
Já não têm ondas verdes 
Ao engarrafarem na avenida 
Param todos como os mais 
Não há carros desiguais 

Diz o São Cristóvão do volante
Quem te manda a ti seres um pedante 

Saem ao Domingo para a estrada 
Duas horas p'ra sair 
Quatro horas para entrar 
Praia, meia praia, quarto de hora 
Porque a outra meia hora 
É o tempo de arrumar 

Diz do pedestal, o Cristo Rei 
Agora paga tu que eu já paguei

A Maria

Vânia Duarte / Bruno Chaveiro
Repertório de Vânia Duarte

Era uma vez uma vizinha
Que espreitava da janela
E o carteiro na viela
Veio contar-lhe a novidade
Sabes Maria, o teu rapaz voltou
De sorriso no rosto a Maria corou

Não me digas que é desta
AI que vou casar agora
Já perdida a esperança
O vestido na lembrança
Pareço uma criança
Com o coração na mão

Mas o rapaz não apareceu
O que foi que aconteceu?
Foi o amor que se perdeu
No meio da confusão
E agora a Maria
Estava triste e tão sozinha
Com o tanto que sofreu

Ainda não é desta
Já não vou casar agora
Está perdida a esperança
O vestido na lembrança
Pareço uma criança
Com o coração na mão

Se ainda não é desta
Se não vou casar agora
A esperança na lembrança
Ainda dança uma criança
Com o coração na mão

A Mariquinhas vai à fonte

Maria Manuel Cid / Popular
Repertório de Kátia Guerreiro

A Mariquinhas vai à fonte e não demora
Que a Lua conta seus segredos ao luar
Leva na anca sua bilha cor de amora
E duas tranças de cabelo a saltitar

Amor é fogo, amor é lume
Raiva, ciúme
Desengana o coração
Amor é vento que chega ao cume
E tem o perfume
Dum cravo de São João

Será que a sombra do ciúme transtornada
A Mariquinhas com seu manto despenteia
Pra ver a moça recolher envergonhada
Sempre que a Lua vem beijar a sua meia

Dizem as bocas lá da terra e têm fama
Que a Mariquinhas vai à fonte e não demora
E vem o Sol descansar na sua cama
Adormecendo quase sempre à mesma hora



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