sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

FADOS do FADO...letras de fados

 



A minha canção é saudade

Vaz Fernandes / Frederico de Brito *fado britinho*
Repertório de Amália  

De ilusões desvanecidas
Filme de esperanças perdidas
Minha canção é saudade
Em que de tranças caídas

Via tudo em cores garridas
E em todos via bondade

E nesta sinceridade

De amor e sensualidade 
Ponho a alma ao coração
Numa angústia, uma ansiedade

Minha canção é saudade 
Do amor sonhado em vão

Nesta saudade sem fim

Choro saudades de mim
Sou mulher mas fui pequena
Também brinquei e corri

Mas quem sabe se sofri
Se é de mim que tenho pena


A minha cor

Manuel de Andrade / Filipe Pinto *fado meia noite*
Repertório de João Braga

Vi-te de um vermelho antigo
Trazias a minha cor
Meus olhos foram contigo
E alguém disse que era amor

Cor de sangue, aveludado 
Cor de seda ou de cetim
Cor de vinho ou de pecado 
Foi a cor que viste em mim

De
 fadista só me viste 
Um olhar estranho e sombrio
Não era alegre nem triste 
Não era vago nem frio

Tua voz, cor de cantiga 
Espalhava de mãos cheias
Um sabor de raça antiga 
Que salta das minhas veias

Fosse sede ou fosse amor
Que importa o que foi, enfim
Trazias a minha cor 
Nada mais contou p'ra mim 


A minha dor

Frederico de Brito / Jaime Tiago dos Santos
Repertório de Rodrigo

Ninguém, seja quem for
Pode afirmar que a sua dor
É sempre igual ou é maior 
Que a dor alheia
Se alguém lhe for dizer
Não é capaz de compreender
Que a gente faz d
outro sofrer
Uma outra ideia

A dor, seja qual for, n
ão tem medida
É só questão de ter quem a suporte
Até a mais cruel p
ertence à vida
Mas pode ser adormecida
E a nossa não, porque é mais forte


Dor, porque és assim
Tu és demais p'ra mim
Meu pobre peito
Só tinha jeito 
Para cantar o amor

Já não me apraz 
Ter de enganar-te 
E ser traidor
Não sou capaz 
De suportar 
Tal minha dor

Eu sei que um coração
Cheio de amor e de paixão
Ao perceber uma traição 
Abre uma ferida
Sem ver que bem ou mal
Chorar e rir é tão banal
É riso e dor, quando afinal 
Tudo isto é vida

Até uma ilusão é uma esperança
E o ódio muita vez é um sorriso
O bem que alguém nos faz 
É uma lembrança
E a vida assim nunca se alcança
E o mal já vem do paraíso




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