Os 4 artistas e gêneros que Ian Anderson gosta de ouvir hoje em dia

 Nascido na Escócia em 1947, Ian Anderson ajudou a formar o Jethro Tull no final dos anos 60 e desde então o grupo se tornou uma das bandas de Rock Progressivo mais influentes de todos os tempos. Ativo há quase seis décadas, o grupo lançou 23 álbuns de estúdio e vendeu um valor estimado de mais de 60 milhões de discos em todo o mundo.

O som deles não seria o mesmo se o Anderson não tivesse um gosto musical tão amplo e estivesse sempre tentando descobrir coisas novas. Mas é claro que ele tem seus estilos musicais preferidos e até listou quais são os artistas que ele mais gosta de ouvir hoje em dia.

Os 4 artistas e gêneros musicais que Ian Anderson disse que gosta de ouvir hoje em dia

Muddy Waters

No site oficial do Jethro Tull , Ian Anderson responde diversas perguntas frequentes dos fãs e uma delas é qual o tipo de música que ele mais gosta de ouvir atualmente. O músico disse que recebe muitas fitas demo “não solicitadas” e disse que ouve muitas coisas novas como essa. Mas um dos artistas que ele disse gostar de ouvir hoje em dia é o falecido e lendário músico de Blues Muddy Waters.

Anderson sempre amou Blues e até listou em entrevista ao Classic Rock em 2021, “Hoochie Coochie Man” lançado pela Muddy Waters em 1954 como um dos discos que mudaram sua vida.

“Essa é uma das primeiras músicas de Muddy Waters que teve grande impacto. Não só sobre mim, mas sobre toda uma geração de aspirantes a artistas de R&B e blues na Grã-Bretanha. É uma de suas melhores peças de todos os tempos. Antes de sua morte, Muddy até regravou com Johnny Winter e entregou outra ótima versão da música.”

Ele continuou:

“Esta foi a minha introdução ao artigo genuíno – Chicago blues. Eu tinha ouvido coisas que eram derivadas do gênero e tinham vários matizes. Como algumas das músicas swing de três acordes que eu ouvia. Mas quando você ouve a coisa real, você sabe disso, e Hoochie Coochie Man de Muddy Waters era indiscutivelmente a coisa real.”

Durante a mesma conversa, Anderson disse que embora os ouvintes britânicos não entendessem a origem desse tipo de música. Eles viam isso como uma “forma heróica de música folclórica”.

Muddy Waters iniciou sua carreira em 1941, 26 anos antes da formação do Jethro Tull. Sua carreira durou mais de quatro décadas e infelizmente chegou ao fim com sua morte em 1983. Ele tinha apenas 70 anos e gravou 13 álbuns de estúdio, lançando também mais de 60 singles.

Beethoven

Embora Anderson curiosamente não tenha ouvido música clássica durante os primeiros anos de Jethro Tull, ele desenvolveu um gosto por ela mais tarde. Um de seus compositores favoritos é Beethoven e ele disse  ao The Jerusalem Post em 2012 que o músico alemão era bom em não tornar sua música muito óbvia.

“Beethoven foi muito bom em escolher o que colocaria em termos de motivos que soavam familiares. Mas ele era muito bom em não deixar isso muito óbvio. Para aqueles que os reconhecem, é 'ah! Eu lembro disso! Ele fez isso na Terceira Sinfonia... assim como na 7ª e na 9ª' (risos)”, disse Ian Anderson.

Ele ama tanto Beethoven que até disse ao Church Times em 2015 que, ao lado de Muddy Waters, o compositor alemão foi quem mais o influenciou. “Como músico, fui muito influenciado por Beethoven e Muddy Waters. Como homem, não tenho certeza. Vários, talvez: tenho um senso eclético de admiração e uma mente aberta a novas ideias e práticas. Pena que tenho que ir logo. Eu adoraria ficar por aqui por mais mil anos. Na verdade, eu escolheria cem. Faça dez”, disse Ian Anderson.

Ludwig van Beethoven viveu bem menos que Anderson, faleceu em 1827 em Viena, Áustria, aos 56 anos. Mas essas quase seis décadas foram suficientes para que ele se tornasse um dos músicos mais importantes de todos os tempos.

Clássico Indiano

Ian Anderson não ama apenas a música indiana, mas também a comida. Ele revelou isso em uma entrevista com  Lisa Torem em 2010. Anderson descobriu pela primeira vez a comida e a música da Índia com a ajuda de Richie Darma. Ele era um baterista nascido na Índia que tocava na John Even Band, grupo do qual Ian Anderson fazia parte antes da formação do Jethro Tull. Dharma morava em Manchester e frequentemente convidava Anderson para “fazer curry na hora do almoço”.

“Tive uma introdução não apenas à culinária indiana de fast-food, mas também à música da Índia. Porque estava sendo tocado enquanto você comia. Então a música indiana era algo que eu ouvia regularmente aos 18 anos. Mas também houve, naquela época, o início de alguma fusão formada. Uma peça em particular chamada: 'Indo-Jazz Fusions' que era bastante – não tenho certeza de quão famosa era. Mas parecia ser uma peça bastante conhecida, escrita por John Mayer em meados dos anos 60. Na verdade, foi há muito tempo”, disse Ian Anderson.

Jethro Tull já contava com Anoushka Shankar, filha do famoso músico Ravi Shankar, tocando com eles no palco. Anderson também escreveu com ela, conforme lembrou na conversa com Lisa Torem.

“Para mim, quando escrevi algumas músicas para Anoushka Shankar, fui incentivado a tentar aprender e entender o máximo que pudesse sobre música de cítara. Como a cítara foi tocada fisicamente, como ela poderia lidar com algumas das nuances que poderíamos realmente introduzir para obter algumas progressões de acordes. (Também) algum desenvolvimento harmônico à música, sem que isso proporcione muita ansiedade ao instrumentista indiano. Hariprasad Chaurasia – ele ficava muito desconfortável se você mudasse para outro acorde. Mesmo que fosse um acorde relacionado”, disse Ian Anderson.

Música pop

É realmente impossível não ouvir música pop atual porque geralmente é tocada em todos os lugares. No shopping, na rua, na festa, no táxi, então foi assim que o Anderson disse no site do Tull que costuma ouvir música pop.

“O rádio do carro e a televisão musical me mantêm tão informado quanto eu quero. Mas nunca fui um grande ouvinte do trabalho de outras pessoas. Mesmo quando comecei, ouvia apenas algumas coisas que realmente chamavam minha atenção”, disse Ian Anderson.