A minha rua
António José / Nóbrega e Sousa
Repertório de Tina Santos
Minha rua é certamente
Igual a tantas que há na cidade
Mas gosto daquela gente
Que não conhece o que é vaidade
Outras ruas elegantes, eu sei que há
Mas o seu jeito bairrista, qual será?
Tem um ar de felicidade
Porque a maldade não mora lá
A minha rua é toda ela
Uma aguarela para um pintor
Na minha rua, toda humildade
Vive a saudade na casa do amor
Se bate à porta a tristeza
Como não quero nada com ela
Pode entrar, mas concerteza
Entra p’la porta, sai p’la janela
Surge uma cantiga e depois então
Enche a rua toda, é como um pregão
No bater duma chinela
Bate atrás dela um coração
A minha saia
Ana Sofia Paiva / Jaime Santos *fado sevilha*
Repertório de Cristina Andrade
A minha saia tem folhos
É negra como a magia
Não lhe deites muito os olhos
Não é alecrim aos molhos
São pecados de alquimia
A minha saia tem manha
Não lhe deites muito os olhos
Não é alecrim aos molhos
São pecados de alquimia
A minha saia tem manha
É uma raposa escarlate
Tem cuidado que ela estranha
Se desconfiar, arranha
Tem cuidado que ela estranha
Se desconfiar, arranha
Pode até ser que te mate
A minha saia é sublime
A minha saia é sublime
Bordei-a eu, a meu gosto
E se vesti-la for crime
Meu corpo não se redime
E se vesti-la for crime
Meu corpo não se redime
Só p'ra te dar um desgosto
Vou sair co'a minha saia
Vou sair co'a minha saia
Não tenho religião
Comprida, por tão rodada
Esta saia é uma espada
Comprida, por tão rodada
Esta saia é uma espada
Esta saia é uma oração
A minha sina é cantar
Manuel de Andrade / Eduardo Lemos
Repertório de Irene Oliveira
A minha sina é cantar
Repertório de Irene Oliveira
A minha sina é cantar
O fado pelas vielas
E ver abrir as janelas
E ver abrir as janelas
À noite de par em par
Ser fadista é o meu fado
Ser fadista é o meu fado
Vaguear de porta em porta
Dedilhar a horas mortas
Dedilhar a horas mortas
A guitarra em tom magoado
Mas que posso mais fazer
Tenho o destino marcado
Ser fadista é o meu fado
E fadista hei-de morrer
Com a guitarra a meu lado
A trinar em tom plangente
Vivo assim, vivo contente
Ser fadista é o meu fado
Às vezes penso em mudar
Mas que posso mais fazer
Tenho o destino marcado
Ser fadista é o meu fado
E fadista hei-de morrer
Com a guitarra a meu lado
A trinar em tom plangente
Vivo assim, vivo contente
Ser fadista é o meu fado
Às vezes penso em mudar
Em viver doutra maneira
Ao calor duma lareira
Ao calor duma lareira
Ou no sossego do lar
Não consigo, não atino
Não consigo, não atino
Logo que oiço uma guitarra
Volto prá vida de farra
Volto prá vida de farra
Pois é este o meu destino
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Esta estrofe não foi gravada
Informação extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional*
De Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Há quem diga com desdém
Que é tolice, que é loucura
Andar assim à procura
Do valor que o fado tem
Informação extraída do livro *Poetas do Fado Tradicional*
De Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Há quem diga com desdém
Que é tolice, que é loucura
Andar assim à procura
Do valor que o fado tem
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