Hoje é hora de falar de um álbum muito particular, porque em parte é um daqueles “fundamentais” dentro da fauna do rock do meu país (Peru) e também é uma banda transcendental dentro do que foi uma era ativa/criativa. Naquela época o rock começava a tomar forma e se expandia em vários aspectos, e aqui se forjava “a cena” e cada peça, movimento e/ou peça faria parte da história. Os anos 60 e 70 foram tempos intensos até que chegou o “tempo do silêncio”... mas isso é outra história e não cabe falar sobre isso por enquanto.
Em 1970 a banda iniciou sua carreira com um trabalho bastante aceitável chamado Apocallypsis, que é um pastiche sonoro composto por 10 músicas bem "hardcore" mas com um som amador que de alguma forma lhe dá uma certa "vibração" e consegue ter um bom ritmo. , portanto é um álbum bastante digerível, de certa forma irreverente e com uma atitude de quebrar ovos, você se perguntará: O que vamos encontrar aqui? Bom, muita vibe anos 70, distorção, sujeira, covers, músicas originais, inglês mastigado, atitude, proto-punk, Grand Funk, Hendrix, Rock&Roll, ácidos, vozes roucas e vontade de fazer as coisas com consciência. Todo um conjunto de elementos que transformam este simples álbum em um trabalho de CULT, mais do que a simples performance e os covers de calibre regular, o que torna este trabalho grandioso é a vontade de fazer as coisas com amor e paixão, pois a partir desse ponto ganha um muito desempenho e CUIDADO esse é o valor oculto do Apocallypsi. Sendo este um álbum “médio” atinge o objectivo pretendido. A performance é de menor calibre, irregular e a vibração que tenta alcançar às vezes vacila, mas mesmo assim, a atitude dos músicos é "outra", a voracidade e dedicação do vocalista, os arranhões turvos da guitarra, o som cavernoso da bateria e dos dispositivos ácidos são pontos fortes naquilo que se quer captar, isso é o centro e o motor do som do Smoke, não estou exagerando com tantas palavras mas é um álbum que me toca e OJO é não é um trabalho de excelente técnica, mas tem um swing brutal, músicas como Looking For Tomorrow ou Where Did You Go são meros exemplos dessa performance frenética e bizarra.
Na minha opinião, um álbum com tropeços mas honesto, que consegue nos proporcionar bons momentos com uma manifestação tão brutal do rock, você simplesmente nos dá tudo sem cair no que é tecnicamente correto. A paixão predomina acima de tudo e as capas são homenagens aos seus heróis e as suas são a reciclagem de toda uma época. Um álbum cativante e sincero.
El Humo começou sua aventura no final dos anos 60, após a dissolução da lendária banda (The St. Thomas) Pepper Smelter. A história desses inícios é mais ou menos assim: Gerardo Manuel foi contratado para montar (testar) o equipamento de gravação da editora onde tinha trabalhado com a Pepper Smelter, então encontrou-se com um grupo de amigos e começaram a “ trabalho.”, do produto daquela época surgiu a ideia de formar uma banda, que se chamava Gerardo Manuel & El Humo, e o resto é história antiga.
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