O novo disco de Hot Chip regressa ao que a banda sabe fazer melhor e é despretensioso e coeso, claramente voltado para a pista de dança.
Sintetizadores, coros, ritmos dançantes e o falsete cristalino de Alexis Taylor. Os Hot Chip estão de volta, a fazer aquilo que sabem fazer melhor: eletro-indie polida, por vezes exagerada, pronta a consumir na pista de dança.
A Abrir temos logo “Melody of Love”, com potencial para ser uma das músicas do verão e com várias possibilidades de ser remixada. Segue-se “Spell”, que parece saída do espaço, entrecortada de dream pop e com sintetizadores em força. E depois temos “Bath of Ecstasy”, que dá nome ao disco, que parece uma mistura entre uma balada e auto-tune de Taylor, numa mistura tão bizarra que o mais normal era não funcionar mas que funciona.
“Hungry Child” aproxima-se mais da eletrónica e é surpreendentemente dançável. E depois temos a quase dream pop de “Why Does My Mind”, etérea e suave na voz de Alexis Taylor. “Clear Blue Skies” é quase incorpórea e, a fechar, “No God” soa a Hot Chip por todos os poros, pisca o olho aos sons mais tribais e é a maneira certa de fechar este trabalho.
Os Hot Chip têm conseguido manter um toque de atualidade sem perderem o seu som distintivo, numa altura em que o indie e o rock vão ficando mais adormecidos nos ouvidos do público – sobretudo o mais jovem.
Apesar dos Hot Chip nunca terem tido verdadeiramente êxito comprovado, embora se tenham aproximado bastante disso com o disco de 2010, One Life Stand, e novamente em 2012 com In Our Heads, foram ganhando consistência ao longo dos anos e apresentam-nos um álbum coeso, bem produzido, leve e simples de ouvir. Soa bem, soa despretensioso, e soa coeso.
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