quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

José Mauro – Obnoxius – 1970

 Hoje começo com uma série de posts sobre o lendário selo Quartin, um selo que lançou discos do mais alto nível, durou pouco tempo entre 1970 e 1972 eu acho, vou começar explicando quem foi roberto Quartin o dono do selo. Roberto Neves de Souza Quartin Filho 13/8/1943 Rio de Janeiro, RJ 25/4/2004 Rio de Janeiro, RJ Aos 21 anos de idade, criou o selo Forma, que nos anos 1960 lançou mais de 20 discos que se tornariam históricos, entre os quais: “Inútil paisagem” (1964), primeiro disco de Eumir Deodato; “Quarteto em Cy” (1964) e “Som definitivo” (1965), os dois primeiros discos do grupo; “Coisas” (1965), de Moacir Santos; “Bossa 3 em Forma!” (1965); “Os afro-sambas de Baden e Vinicius” (1966); “Desenhos” (1966), primeiro disco de Victor Assis Brasil; “Chico Fim de Noite apresenta Chico Feitosa” (1966); “Tempo feliz” (1966) de Baden Powell e Maurício Einhorn; “Dulce” (1966), de Dulce Nunes;”Luis Eça e Cordas” e as trilhas sonoras da peça “Liberdade, liberdade”, do show “Vinícius Poesia e Canção” e dos filmes “Deus e o diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e “Esse mundo é meu”, de Sérgio Ricardo. Os primeiros discos do selo foram lançados em edições de luxo, com pinturas modernas ilustrando as capas duplas. O catálogo da gravadora foi vendido para a Polygram (hoje Universal Music). Fundou também o selo Quartin, pelo qual lançou discos de Victor Assis Brasil (“Victor Assis Brasil toca Antônio Carlos Jobim”/1970), José Mauro e Piri, lançados em CD, na Inglaterra, pelo selo Far -Out Records. Trabalhou nos Estados Unidos e assinou a produção de discos de Frank Sinatra (“Sinatra & Friends”) e Carmen McRae, entre outros, lançados pela Warner brasileira, além de ter participado da gravação que registrou, em 1967, o encontro de Frank Sinatra e Tom Jobim no disco “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim”. Reconhecido internacionalmente por seu trabalho como produtor musical e pelo fato de ser um profundo conhecedor da obra de Frank Sinatra, de quem era amigo pessoal, foi autorizado pelo cantor a consultar os arquivos da Capitol e da Reprise com o propósito de fazer cópias de gravações não lançadas comercialmente. Em 1980, por ocasião da vinda de Sinatra ao Brasil, uma parte desse material foi reunida pelo produtor na caixa “Lonely at the top”, edição brasileira aprovada por Sinatra. Pela gravadora Trama, lançou 4 discos de Frank Sinatra, entre os quais “Royal Festival Hall” e “The Jerusalém Concert”, ambos inéditos em todo o mundo. Pelo selo Artanis da família Sinatra, lançou nos Estados Unidos o disco “ Sinatra ’57 in Concert”, registro do concerto realizado pelo cantor em Seattle, em 1957, até então inédito, cuja gravação mantinha em seu imenso arquivo de raridades fonográficas. Em 1996, produziu “Forma – A grande musica brasileira”, compilação de discos do selo Forma lançada em 3 CDs. Pela Indie Records, lançou, em 1999, os CDs “Década 50” e “Década 60”, que contaram com a participação de nomes consagrados da música brasileira, como Paulo Moura, Carlos Malta, Marcos Nimrichter, Victor Santos, Paulinho Trumpete e Maurício Einhorn, entre outros. Em 2004, vinha trabalhando na remasterização da coleção completa do selo Forma para lançamento em CD pela Universal Music. Faleceu de ataque cardíaco no dia 25 de abril desse ano, deixando dois filhos, Cristiana e Miguel, de seu primeiro casamento com Filipa Boavista. Desde 1989, tinha como companheira a roteirista Edna Palatnik. Conforme desejo do produtor, toda a sua preciosa coleção de sessões de gravação além de registros de shows e concertos inéditos de Frank Sinatra foram doados aos herdeiros Nancy, Tina e Frank Jr., para que viessem a constar do acervo do Museu Sinatra. Foto do lendário Roberto Quartin (na esquerda) com o não menos lendário e genial saxofonista Victor Assis Brasil que terá sua discografia postada logo menos aqui no blog victor-assis-brasil-esperanto-1970-back

Capa do disco Obnoxius de 1970 jose mauro

Jose Mauro: Guitar
Dom Salvador: Organ and Piano
Geraldo Vespar: Guitar
Paulo Moura: Sax
Maurilo: Trumpet
Altamiro Carrilho: Flute
Rildo Hora: Harmonica
Sebastiao Marinho: Bass
Wilson Das Neves: Drums
Juquinha E Mamao: Percussion
Naipe De Cordas De Roberto Quartim

Tracks include:

01 – Obnoxius
02 – Tarde de Núpcias
03 – Memória
04 – Ponto de Chamada
05 – As Aventuras Sentimentais de Espiroqueta Camargo
06 – Talismã
07 – Arraial Da Lua Cheia
08 – Ancoradouro
09 – Canção Da Casa Illuminada
10 – Apocalipse
11 – Exaltacão E Lamento Do Ultimo Rei

O disco tem uma sonoridade meio bossa nova (mas bem experimental) com temática espiritual, falando da morte, deuses africanos,com sonoridade também carregada desse universo de umbanda e candomblé, uma coisa super mística mesmo misturado com orquestração arranjada e regida pelo genial Lindolpho Gaya ,jazz e música nordestina com muito som de viola também. Essa temática espiritual e de morte bate com a lenda que esse cantor teria morrido num acidente de carro, o que foi desmentido anos atrás, mas pouco se sabe do artista, parece que foi mais um que pirou. Ele lançou mais um disco em 1971 (viagem das Horas) pelo selo Tapecar que na verdade são sobras de estúdio dessa mesma sessão com algumas músicas iguais inclusive e outras inéditas, nunca consegui esse disco completo em mp3 se alguém quiser disponibilizar fico contente, só colocar algum contato nos comentários ou o link direto

jose mauro 2

Capa do disco Viagem das Horas

O disco ainda conta com um super time do pessoal da bossa nova e samba jazz da época como Paulo Moura (sax), Altamiro Carrilho (flauta), Dom Salvador (piano), Wilson das Neves (bateria), Mamão (percussão), Geraldo Vesptar (violão), Rildo Hora (gaita) entre outros. Todas as letras são da grande Ana Maria Bahiana  que depois virou conhecida como jornalista de rock fazendo alguns vocais femininos também, outros vocais são da Dulce Nunes. Queria agradecer a querida Ana Maria Bahiana que me ajudou com algumas informações, disse que a inspiração para as letras foram de problemas que ela teve tempos antes do disco que fez ela ir atrás de uma busca espiritual e também disse que na época ouvia e mostrava pro Josè Mauro muito King Crimson, Mutantes, etc ou seja  o rock progressivo, psicodélico e experimental da época e isso influenciou na sonoridade experimental do disco. Muito obrigado e Saravá.

MUSICA&SOM


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