terça-feira, 30 de abril de 2024

Esquivel “Exploring New Sounds In Stereo” (1959)

 

Um dos exponentes máximos de uma visão pop instrumental que ganhou forma na reta final dos anos 50 e à qual se chamou então ‘space age pop’, o mexicano Juan Garcia Esquivel (que assinava apenas com o último dos seus nomes) chegou uma vez a sublinhar o caráter invulgar das suas criações ao afirmar, ao dono de um clube onde ia tocar, que muitos achavam que ele vinha de Marte. Na verdade, vinha do México. Nasceu em Tampico a 20 de janeiro de 1918 (sim, é verdade, assinalou-se bem “discretamente” o seu centenário) e tinha dez anos quando se mudou com a sua família para a Cidade do México. Por essa altura já tocava piano, rezando a mitologia que completou a sua formação por si mesmo, aprendendo entre livros, ouvindo música e tocando por si mesmo.

Em 1956 o seu álbum de estreia Las Tandas de Juan Garcia Esquivel chegou aos ouvidos de um produtor da RCA que o chamou aos Estados Unidos, dando-lhe oportunidades para criar a sua própria música. E entre 1958 e 1960 lança uma sucessão de álbuns pelos quais define um terreno muito pessoal algures entre a música lounge e heranças do jazz com temperos latinos, adicionando depois uma série de elementos instrumentais menos habituais, entre os quais algumas das primeiras ferramentas da música eletrónica, nomeadamente o theremin.

Editado em 1959 o álbum Exploring New Sounds In Stereo representa um dos momentos maiores desta etapa no percurso de um músico que se manteve ativo, apesar de os seus poucos discos lançados depois de chegada a década de 70 não tivessem já qualquer impacte no panorama musical. Na verdade Esquivel é nome redescoberto num revival da cena lounge em plenos anos 90, surgindo então algumas antologias que revisitam momentos da sua obra, entre os quais este álbum que explora as potencialidades do estéreo e que, apesar de incluir apenas um original seu, consegue transformar os demais temas aqui apresentados segundo uma forte abordagem “de autor” (nos arranjos e interpretação, claro). De Boulevard of Broken Dreams à música de Miklós Rósza, este alinhamento junta os ingredientes mais característicos da música de Esquivel, incluindo incursões por terrenos da “exótica” e de formas mais habituais na escrita para cinema, num verdadeiro cocktail de sons com muitas cores.


“Exploring New Sounds In Stereo” conheceu edição original em 1959 pela RCA Victor tanto nas versões Mono como Estéreo. O disco só conheceu reedição em 1997, já no formato de CD. Em 2017 a Waxtime colocou no mercado uma reedição em vinil.

Da discografia de Esquivel vale a pena descobrir álbuns editados sob o nome Esquivel and His Orchestra como:
“Other Worlds Other Sounds” (1958)
“Infinity in Sound” (1961)
“Latin Esque” (1962)


Babatunde Olatunji, “Drums of Passion” (1959)

 

Com origens na Nigéria e educação feita nos Estados Unidos nos anos 50 Babatunde Olatunji é muitas vezes lembrado como tendo sido o primeiro embaixador da música africana junto do grande público ocidental e, por isso, talvez corresponda o seu álbum de estreia, Drums Of Passion, ao primeiro disco de grande sucesso que, não correspondendo de todo a uma lógica de “recolha” etnomusicológica, se inscreve num espaço que, algum tempo depois, acabaria designado como world music.

Babatunde Olatunji nasceu em 1927 numa aldeia no sudoeste nigeriano e foi entre as tribos da região que cedo foi exposto às tradições musicais locais, nomeadamente as percussões. Numa altura em que frequentava aulas em Nova Iorque criou um grupo de percussão que lhe permitiu fazer atuações e ganhar dinheiro para pagar os estudos. É, contudo, depois de uma atuação com uma orquestra (em 1957), que a Columbia Records o convida para gravar para a editora, lançando o seu primeiro álbum em 1959.

Drums Of Passion foi um sucesso, colocando um disco essencialmente feito com trabalho de vozes e percussão sob a atenção de muitos, sobretudo nos EUA. Jin-Go-Lo-Ba, um dos temas do álbum, vendeu milhões de cópias no formato de single, gerando um clássico que mais tarde conheceria versões e citações por figuras como Serge Gainsbourg, Carlos Santana, Jellybean ou Fatboy Slim. O tema tornou-se numa referência na obra de Babatunde Olatunji, músico que depois de Drums of Passion manteve uma carreira aberta a várias linguagens e espaços musicais, cativando inclusivamente atenções entre grandes figuras do jazz. Apesar de traduzir ecos de tradições africanas, o álbum na verdade só teve em Babatunde Olatunji o único músico com berço em África já que os restantes percussionistas e vocalistas usados em estúdio eram de origem norte-americana.

“Drums of Passion” conheceu edição original em 1959 pela Columbia Records nos EUA numa versão Mono, surgindo pouco depois uma versão em Estéreo. O disco manteve-se sempre em catálogo, conhecendo várias reedições em vinil e, mais tarde, em CD. Nos últimos anos surgiram algumas novas prensagens em vini.

Da discografia de Babatunde Olatunji vale a pena descobrir álbuns como:
“Zungo!” (1961)
“Soul Makossa” (1973)
“Drums of Passion: The Invocation” (1988)




Muddy Waters “At Newport 1960” (1960)

 

Um dos mais icónicos encontros da história do rock’n’roll ocorreu numa estação de comboios de Dartford, nos arredores de Londres, numa manhã de outubro em 1961. Dois jovens dirigiam-se às respetivas aulas… Um levava consigo uma guitarra. O outro segurava, nas mãos, dois LP. Um deles era Rockin’ at the Hops de Chuck Berry, o segundo sendo a compilação The Best of Muddy Waters que, poucos anos antes, reunira num álbum uma série de singles que Muddy Waters havia registado para a Chess Records, casa de referência dos blues de Chicago, desde a aurora dos anos 50. Se juntarmos à história os nomes das personagens e algumas consequências daquele momento o jogo de coordenadas ganha mais sentidos. Quem levava consigo a guitarra era Keith Richards. E os discos seguiam nas mãos de Michael Taylor (que o mundo conheceria pouco depois como Mick Jagger)… Os LP motivaram uma conversa e um primeiro encontro para ouvir mais discos… Alguns meses mais tarde, na hora de pensar o nome para a banda que juntaria os dois, olharam para o alinhamento do ‘best of’ de Muddy Waters e encontraram a pista no título de uma das faixas: Rollin’ Stone. 

Não era preciso esta narrativa para justificar a importância da obra de Muddy Waters, figura central na divulgação mundial dos blues de Chicago e importante força no desafio de eletrificar os blues, facto que na altura custou (sem surpresa) a crítica dos espíritos mais conservadores. Na verdade a obra gravada de Muddy Waters precede em muito aquele disco que ajudou a juntar Jagger e Richards, tanto que, mesmo antes de registar o seu primeiro 78 rotações em finais dos anos 40, já na alvorada dessa mesma década fora figura presente numa das históricas gravações de campo de Alan Lomax. Mas o peso icónico que o músico conquistou através desse episódio recorda quão marcante foi a sua voz para uma nova geração de músicos para a qual, além daquele ‘best of’, o disco ao vivo registado no Festival de Jazz de Newport (no estado de Rhode Island, nos EUA) em 1960 foi outra importante fonte de encantamento e ideias.

Gravado e editado nesse mesmo ano, At Newport 1960 (que foi um dos primeiros LP de Muddy Waters e representou a sua primeira edição de uma atuação ao vivo) capta ecos não apenas do momento da desafiante abordagem elétrica aos blues como traduz um tempo em que esta música começava a ganhar focos de atenção junto de novos públicos, nomeadamente entre jovens brancos norte-americanos e também em solo europeu. O concerto que podemos escutar em disco na verdade esteve quase para nem acontecer, já que os motins que se seguiram à atuação de Ray Charles na véspera por pouco não levaram ao seu cancelamento. Já frente a serena plateia, Muddy Waters entrou em palco ao fim da tarde de 3 de julho (de 1960, claro), vestindo de negro, em contraste com a opção (a branco) dos elementos da banda que o acompanhava. O disco abre com a gravação então inédita de I Got My Brand on You, gravada cerca de um mês antes. E lança depois um alinhamento histórico ali registado que, a dada altura, e perante uma questão ao público, sobre o que queriam ouvir, e ao obter por resposta “Mojo”, volta a investir por I’ve Got My Mojo Working, que acabara por interpretar, o que explica o facto de ali surgir em duas faixas, a segunda apresentada como I’ve Got My Mojo Working (Part 2).

“At Newport 1960” conheceu edição original em mono, em 1959 pela Chess Records nos EUA chegando, pouco depois ao Canadá e Reino Unido.. O disco conheceu algumas reedições nas décadas de 60, 70 e 80, mantendo o alinhamento, mas a dada altura começando a surgir numa mistura em estéreo, a mesma que encontramos na primeira edição em CD, pela Chess, em 1986. É com uma reedição em CD feita no Japão em 1989 que surgem as três faixas extra que hoje habitualmente encontramos em edições recentes do disco nos formatos digitais.

Da discografia de Muddy Waters vale a pena descobrir álbuns como:
“The Best of Muddy Waters” (1958)
“Sings Big Bill Broonzy” (1960)
“Down on Stovall’s Plantation” (1966)




Chavela Vargas ““Con el Cuarteto Laura Foster” (1961)

 

Apesar das origens rurais mexicanas entre as décadas de 20 e 30 do século XX, cativando originalmente um público socioculturalmente mais desfavorecido, foi em ambiente urbano que, mais adiante a canção ‘ranchera’ ganhou outras plateias e, consequentemente, uma expressão discográfica numa geografia bem para além daquela que antes conhecera. A canção, tradicionalmente cantada por homens, veiculando as palavras um ponto de vista masculino, teve contudo em Chavela Vargas (1919-2012) uma das suas mais notáveis vozes. Os jogos de ambiguidade que vincaram a diferença, sublinharam traços de identidade que moldaram tanto a figura como a carreira, e que, juntamente com as capacidades interpretativas, um importante corpo de canções e uma vida atravessada por episódios difíceis (dos quais deu conta em Y si quieres saber de mi pasado, autobiografia publicada em 2002), fizeram da cantora um ícone que se fez referência.

De seu nome Isabel Vargas Lizano (Chavela é como um diminutivo de Isabel), nasceu em San Joaquín de Flores, na Costa Rica, em abril de 1919. Aos 17 anos, e sem oportunidades de trabalho por perto, migrou para o México onde acabaria por se estabelecer definitivamente e, mais tarde, obter mesmo a nacionalidade. Começou contudo por cantar na rua antes de encetar uma atividade como profissional do meio. Os seus modos e imagem, que desafiavam códigos normativos de identidade, começaram a ter expressão igualmente no seu jeito de abordar e a si moldar a canção ‘ranchera’, lançando bases de uma carreira que a fez andar pelos palcos e pelos discos até depois dos noventa anos e que inclusivamente a levou ao cinema através de realizadores como Pedro Almodóvar ou Alejandro Gonzalez Iñarritu.

No final dos anos 50 a voz de Chavela Vargas começou a cativar atenções numa altura em que cantava habitualmente em salas de Acapulco, que se tornara um destino turístico com dimensão internacional. E na alvorada dos anos 60 chega finalmente aos discos, estreando-se com um par de álbuns em 1961, ambos registados sob a chancela de recomendação de José Alfredo Jiménez, uma figura de referência neste universo da canção mexicana. Além de Noche de Boemia, o seu primeiro ano de vida discográfica integra o álbum simplesmente chamado Chavela Vargas, muitas vezes referido como Con el Cuarteto Laura Foster (no qual surge uma primeira gravação sua para o clássico La Llorona), disco que lançou as bases de uma visibilidade internacional da canção ‘ranchera’. – N.G.

“Con el Cuarteto Laura Foster” teve primeira edição em LP no México em 1961. Uma primeira edição europeia ganhou forma em Espanha em 1967, embora com uma capa diferente. A capa original seria retomada por várias edições locais mais tarde, com a chegada do disco ao suporte de CD em 2007.

Da discografia de Chavela Vargas vale a pena descobrir álbuns como:
“Noche Boemia” (1961)
“La Llorona” (1993)
“En Carnegie Hall” (2004)




Todtgelichter - Schemen (2007)

 


Black metal alemão épico com um som expansivo, orgânico e pagão e uma tendência para o melódico e o triste. As aparições ocasionais de instrumentação pouco ortodoxa – o saxofone em “Aschentraum”, o drone didgeridoo espreitando em “Segen”, os vocais limpos em “Beginn des Endes” – são ao mesmo tempo inspiradas e surpreendentemente de bom gosto em sua apresentação. 

Track listing:
1. Impuls
2. Larva
3. Segen
4. Blutstern
5. Für Immer Schweigen
6. Aschentraum
7. Hammer
8. Beginn des Endes





Percy Jones Ensemble - Propeller Music (1990)

Bateria eletrônica, baixo fretless, teclados sintéticos, guitarras fragmentadas - geralmente tonto, um pouco perturbador, fusão 100% nerd. No meio do caminho, os vocais entram na mixagem e o álbum se transforma em um disco de Gary Numan da era intermediária . Eu ouço isso sozinho em fones de ouvido e penso: "caramba, isso é tão legal, gostaria que todas as músicas fossem tão estranhas"; Coloquei isso em um aparelho de som com outra pessoa na sala, me sinto um degenerado e um pervertido.


Track listing:
1. $10,000 Bookshelf
2. Heidelberg Switch
3. Barrio
4. Panic - Disorder
5. Count the Ways
6. Turn Around
7. Slick
8. Slack
9. All for a Better Way
10. Looking for a Sign of New Life
11. Razorville
12. K2





Honey Is Cool - Early Morning Are You Working? (1999)



O segundo e último álbum de Honey Is Cool, uma banda de indie rock de Gotemburgo que serviu de trampolim para a carreira de Karin Dreijer, também conhecida como Fever Ray. Os vocais poderosos e distintos de Dreijer são o ponto focal aqui, mas aqui está a serviço do indie rock sombrio, dinâmico e musculoso. Esqueci como encontrei essa banda pela primeira vez, mas sei que foi através de algum meio nerd da música da Internet, já que eu não tinha ideia de que Dreijer estava na banda quando os coloquei pela primeira vez, e lentamente me dei conta de que sua voz se elevou acima do turbilhão de abertura da faixa-título.

Track listing:
1. Early Morning Are You Working?
2. Bolero
3. Great and Smaller Things
4. There's No Difference
5. Summer of Men
6. I Surprise
7. Waiting for a Friend
8. My Love Is a Bell
9. Lead but Low
10. Something Above the Mountains
11. The Giraffe





Sean Deason - Allegory & Metaphor (2000)

 

Felicidade do techno ambiente de Detroit. Eu fiz um monte de merda mais cedo, fiz exercícios, depois encontrei meu amigo para tomar algumas cervejas e agora estou deitado no sofá, acariciando meu gato e ouvindo esse disco. Em algum momento, essa se tornou minha ideia de um sábado perfeito.

Track listing:
1. Creation
2. Phunk
3. Allegory & Metaphor
4. 2030 AD
5. Ambience
6. Interlude
7. Zig
8. Psybadek One
9. My World
10. Hiphoptrak
11. Another Interlude
12. Allegory & Metaphor (Revisited)





Classificação de todos os álbuns dos The Poison

 Tóxico

Em 1986, o Poison lançou seu álbum de estreia, Look What the Cat Dragged In. Com seus grandes ganchos e cabelos ainda maiores, eles imediatamente conquistaram um lugar para si mesmos como a banda mais festiva do hair metal. Nas décadas seguintes, eles consolidaram sua posição com álbuns que podem ter deixado os fãs sérios de metal balançando a cabeça em perplexidade, mas que nunca foram nada menos que uma explosão. Veja como classificamos todos os álbuns do Poison, do pior ao melhor.

7. Native Tongue

 

No início da década de 1990, o Poison estava desesperado por algum respeito. Carne e Sangue os pegou um pouco, mas nem de longe tanto quanto eles queriam. Então eles fizeram o que todas as outras grandes bandas de hair metal dos anos 80 já haviam feito ou estavam prestes a fazer: viraram grunge . E não de forma pequena também. Saíram os sucessos da festa, o glamour e os penteados, e entraram rostos de pôquer e rock despojado e básico. não funcionou. Para começar, o guitarrista Richie Kotzen (que foi contratado para substituir o recentemente demitido CC Deville) é simplesmente bom demais para o resto da banda acompanhar. Depois de ser demitido por fazer maldade com a noiva do baterista Rikki Rockett, ele afirmou que “estar no Poison me ajudou a esquecer que era músico”. No final das contas, seu estilo e o do Poison simplesmente não combinavam, resultando em um álbum que, exceto por algumas músicas meio decentes, carece da atitude e do humor irônico que queremos da banda. Lançado em fevereiro de 1993, alcançou a 16ª posição na Billboard 200.

6. Flesh & Blood

 

O terceiro estúdio do Poison (e o último com o guitarrista CC Deville até Hollyweird de 2002) viu a banda abandonar as piadas e fazer cara séria para o dia. Ainda há uma pitada de brilho e glamour, mas o excesso dos anos 80 foi cortado para abrir caminho para uma imagem cada vez mais dura. Foi claramente uma medida para conquistar os críticos – uma medida que funcionou em alguns setores, mas não em outros. Comercialmente, foi um grande sucesso, alcançando o segundo lugar na Billboard 200 e o terceiro lugar na UK Albums Chart. Em última análise, é um álbum muito bom que merece ser levado a sério. O problema é que o Poison não foi feito para fazer álbuns para serem levados a sério – e isso, essencialmente, é a queda do Flesh & Blood.

5. Poison’d!



O sétimo e mais recente álbum do Poison é Poison'd!, uma compilação de 14 faixas que consiste em nove faixas novas e cinco covers lançados anteriormente dos clássicos do rock favoritos da banda . Algumas das músicas antigas foram retiradas de Look What the Cat Dragged In e Open Up and Say…Ahh!., mas como uma prova da consistência da banda, é difícil falar sobre elas a partir do material mais recente. Nem todas as músicas funcionam (é melhor evitar o cover de Suffragette City de David Bowie e Who's Squeeze Box e, como diz a Rolling Stone , ninguém precisa ouvir uma versão hair-metal de You Don't Mess Around with Jim de Jim Croce ), mas embora o álbum seja irregular, ainda é muito divertido... não tão divertido quanto poderia ter sido, mas ainda assim mais do que suficiente para manter os devotos felizes.

4. Crack a Smile… and More!

 

Abra um sorriso… e muito mais! foi o primeiro álbum completo da banda com material inédito com a participação do guitarrista Blues Saraceno, que foi contratado como substituto de Richie Kotzen e cuja única aparição com a banda até então consistia em duas músicas inéditas para a coletânea de 1996, Poison's Greatest Hits: 1986 –1996. Apesar de seu status de novato, o resto da banda claramente confiava em sua habilidade, fazendo com que suas composições compusessem a maior parte do álbum. O álbum em si é um pouco ridículo – o que seria uma crítica se não estivéssemos falando de uma banda que sempre aposta no ridículo. O Poison nunca foi outra coisa senão tragicamente descolado, mas eles adoram, chegando ao ponto de nomear uma música exatamente assim. E, em última análise, é isso que faz as pessoas amá-los. Ouça faixas como as mencionadas Tragically Unhip, Cover of the Rolling Stone e Your Mama Don't Dance com seu chapéu sério e você se divertirá muito. Ouça-os com o espírito a que foram concebidos e você sairá da experiência nem um pouco mais sábio, mas possivelmente muito mais feliz.

3. Open Up and Say… Ahh!

 

Os segundos álbuns são notoriamente difíceis, mas o Poison fez com que parecesse muito fácil com seu lançamento do segundo ano, Open Up and Say… Ahh! Lançado em maio de 1983, foi uma sensação comercial, produzindo quatro singles de sucesso (Nothin' but a Good Time, Fallen Angel, Your Mama Don't Dance e o hit número 1 Every Rose Has Its Thorn) e chegando ao No. .2 na Billboard 200. Até o final do ano, havia vendido mais de um milhão de cópias e sido certificado como platina pela RIAA. Desde então, foi certificado 5x platina nos EUA, 4x platina no Canadá e 3x platina na Austrália. Criticamente, foi tão divisivo quanto a maioria dos álbuns do Poison. Certamente não é perfeito, com um pouco de enchimento demais e ganchos grandes o suficiente. Mas ainda é um álbum fantasticamente divertido, solidificando a reputação do Poison como a banda mais festiva do metal e proporcionando horas de prazer auditivo aos fãs.

2. Hollyweird

 

Em 2002, o guitarrista CC Deville tinha seus pecados perdoados e estava de volta para o sexto álbum de estúdio do Poison, Hollyweird. Seu retorno adicionou um elemento mais punk rock ao som do heavy metal que a banda havia favorecido em seus discos mais recentes, devolvendo-os ao estilo de Open Up e Say Ahh. Pelos padrões do Poison, é um álbum extremamente ambicioso, com uma pitada de músicas pesadas e francamente sérias espalhadas entre os habituais hinos de festa. A produção enxuta e contundente complementa perfeitamente a direção punk de seu som. Há algumas coisas estranhas na mistura (a capa de Squeeze Box de Pete Townshend é uma farsa... embora, para ser justo, seja uma farsa quem a grava), mas no geral, é um álbum notavelmente sólido.

1. Look What the Cat Dragged In

 

Em 1986, o Poison lançou seu álbum de estreia, Look What the Cat Dragged In. Demorou um pouco para ganhar impulso, mas assim que a notícia se espalhou, ela subiu continuamente nas paradas, chegando ao terceiro lugar na Billboard 200. Ao longo do caminho, conseguiu produzir três singles de sucesso - Talk Dirty to Me, Quero ação e não vou esquecer de você. Desde então, foi certificado 3 x platina nos EUA e platina no Canadá. É um pouco estereotipado, mas Poison entrega cada música com tanta convicção e estilo que é impossível não amar. Uma estreia cativante, hino e destemida, e ainda é o melhor disco deles até hoje.


Em 1º de fevereiro de 1949, a RCA lançou o primeiro single da história em disco de 45 rpm.

 


Em 1º de fevereiro de 1949, a RCA lançou o primeiro single da história em disco de 45 rpm. 


Em 1º de fevereiro de 1949 , há 74 anos, a Radio Corporation of America ( RCA ) lançou o primeiro single em disco de 45 rpm da história .

Era " Texarkana Baby " do cantor country Eddy Arnold . Em vinil verde, foi oficialmente colocado à venda no dia 31 de março e foi uma resposta ao single de 33 rpm lançado no mercado pela Columbia Records no ano anterior.

 

Texarkana Baby " não teria ficado na história da música se não tivesse um valor simbólico, uma espécie de sinal de guerra, a nível industrial: com este disco ágil a RCA reagiu ao disco de 33 rpm. Ambos os formatos estavam destinados a superar o antigo recorde de 78 rpm do pré-guerra em termos de versatilidade e facilidade de uso.

O single, baseado no projecto de Thomas Hutchinson, foi apresentado pelo principal executivo da RCA David Sarnoff mas corria o risco de não encontrar o consenso dos consumidores, também devido aos problemas de utilização em gira-discos calibrados para 33: era necessário, entre outras coisas, recorrer a uma “aranha” que permitia adaptação de velocidade e compatibilidade com o furo central. Para garantir o sucesso do seu produto, a RCA investiu 5 milhões de dólares na campanha publicitária, e já em 1954 foram vendidas 200 milhões de peças em todo o mundo.

Uma curiosidade: inicialmente os discos de vinil tinham uma cor que indicava o gênero musical ao qual pertenciam. As canções country eram de cor verde, as canções clássicas de vermelho, as canções infantis de amarelo e as canções de R&B e gospel de laranja. Posteriormente, o disco preto de 45 rpm tornou-se popular.



as 45 rpm na Itália 


Na Itália, as 45 rpm generalizaram-se na década de 1950, ultrapassando as 78 rpm nas vendas no biénio 1957-1958 e atingindo o seu pico entre 1964 e 1970, graças também ao advento dos 'toca-discos' portáteis, que permitiam ouvir vinil mesmo fora de casa. Um sucesso que acompanhou o boom económico daqueles anos.

Em 18 de agosto de 1990, com um acordo entre todas as gravadoras multinacionais, foi decidido pôr fim à produção em grande escala que, no entanto, continuou até 1993.

A Itália se destaca por ser o único país do mundo a distribuir 45s também na edição juke box, mas apenas para gerentes de bar que possuíssem uma. A principal característica era o preço reduzido em relação às versões normais, elas também eram vendidas antecipadamente e muitas vezes continham múltiplos artistas ou múltiplas gravadoras em um único vinil.

Para evitar que as juke box 45 fossem vendidas pelos revendedores a preços reduzidos, a RCA começou a produzir 45 com uma etiqueta amarela que dizia "juke box".


A RCA NA ITÁLIA




Riki Maiocchi: uma pequena lembrança 20 anos após sua morte



No dia 2 de fevereiro de 2004, Riki Maiocchi nos deixou .
 .
Enrico Maiocchi nasceu em Milão em 1940.  Sua infância não foi muito animada; ficou órfão de pai aos 8 anos e suas relações com o padrasto não eram boas.
O período dos “Teddy Boys” foi contra a tendência; ele está proibido de usar jeans em casa, não tem as chaves de sua casa e na fatídica meia-noite já deve ter voltado para casa.
Então, aos 18 anos, Riki decide fugir da realidade da vida.  Ele se sustenta fazendo vários trabalhos.
Já com vontade de fazer música, começou a procurar outros integrantes para formar uma pequena banda.  Ele começou tocando em salões de dança três vezes por semana.
Em 1964, foi a gravadora EMI – Columbia quem o escreveu.
Seus primeiros 45 anos foram "Sua Verdadeira Personalidade".
No ano seguinte, foi a vez de outro single de 45 rpm, "Non dite a mia madre", versão italiana da música "The House of the Rising Sun" do grupo Animals.  O texto italiano foi escrito pelo próprio Ricki,. um texto transgressor demais para a época, tanto que a música logo foi "aposentada".
A mesma foi regravada pelo próprio Maiocchi e pelo grupo Marcellos Ferial com texto "mais leve" de Mogol, e com novo título "La casa del sole".
Com esta música Marcellos Ferial participou do Cantagiro de 1965; Riki também participa, na seção reservada aos jovens, com a música “Quella che cerca”, cover de “Stop Feeling Sorry For Your self” de Adam Faith, música também regravada por Sandie Shaw.
O verso do disco de 45 rpm é "PSILove you" dos Beatles, acompanhado pela banda Mods (ou seja, os futuros Chameleons).
Os primeiros integrantes do grupo são Riki e Livio, depois entra Gerry e por último os demais.
A princípio o grupo não começa junto; Livio e os demais gravaram por um período sem Ricki que faz parte do grupo "Le Ombre" de Augusto Righetti.  Então, o próprio Maiocchi consegue um emprego como cantor na gravadora "La Voce del Padrone" e decide reunir o grupo.
No início eram chamados de Mods, depois adotaram o nome de Beatnicks e depois de Chameleons.
Depois de uma aparição no "Raduno Beat", foram notados por Miki Del Prete no clube milanês Santa Tecla, que os registrou pelo Kansas.  Seu primeiro álbum com o novo selo é "Ti saluto", seguido de "Sha la la la", cover de "La La La La La" de Paul Clarence, e "I capelloni", cover de "Over and Over" do Dave Clarke Cinco.
Participaram então do Cantagiro de 1966, com a música "Chiedi pergunta".  Devido a problemas internos, Ricki deixou o grupo naquele mesmo ano. Ele retorna para Milão, onde tenta carreira solo.
No período em que Riky permanece “órfão” dos Camaleonti, ele é acompanhado pela banda chamada “Pattuglia azzurra”. Uma banda onde tocam os irmãos Boldi, Massimo na bateria e Fabio na guitarra  . longo.
Por um período foi para Londres, onde conheceu o guitarrista Ritchie Blackmore e seu grupo, com quem tocou em clubes londrinos por um tempo.
Riky continua entusiasmado com seus músicos e decide trazê-los para a Itália.
A nova banda de Maiocchi deu-se a conhecer nos clubes italianos, obtendo enorme sucesso, sucesso que durou até o próprio Blackmore deixar o grupo por problemas pessoais e regressar a Londres.
Riki tenta continuar a colaboração com os músicos restantes, mas não dura muito.  Assim, por decisão do próprio Maiocchi, este grupo também se dissolveu, os três integrantes continuaram a gravar discos com o nome de Trip e se juntaram ao cantor Joe Vescovi.
A gravadora CBS, que acredita em seu talento para cantar, obrigou-o a gravar uma música do casal Mogol-Battisti intitulada "Uno inpiù".  A referida canção faz parte da linha ecológica pacifista denominada “Linha Verde”.
Riki é acompanhado pelo complexo dos generais.  A música está em primeiro lugar nas paradas.
Em 1967, dado o sucesso que alcançou com "Uno inpiù", a CBS fê-lo participar no Festival Saremo desse ano com a canção intitulada "C'è chi Spera".
Com ele, para a dupla na competição de canto, está Marianne Faithfull, que na época estava ligada romanticamente ao cantor dos Rolling Stones, Mick Jagger. Porém, a música não consegue vencer apesar do público demonstrar interesse pela letra, que é muito nova para um festival que mantém a tradição de músicas muito "datadas".
A carreira de Riki continua com seu terceiro single intitulado "Prendi tra le mani la testa", novamente escrito pela dupla Mogol-Battisti. Com esta música Riky participa do Cantagiro de 1967, e a mesma música também concorre entre os discos do Festivalbar.
Essa música também foi gravada por Loredana Bertè, Mino Reitano e Lucio Battisti.  As letras, revolucionárias demais para a época, não geraram grande interesse no álbum.
O final de 1967 é caracterizado pela nova moda musical, que vê canções antigas de décadas anteriores serem revividas e depois cantadas num estilo moderno.
O mesmo acontece com Riki, que contra sua vontade grava a música "Ma l'amore no".  A música não faz sucesso porque é criticada tanto pelos jovens que não aceitam que seu ídolo os "traia" ao tentar músicas que já estão desatualizadas, quanto pelos chamados "matusa" que não aceitam isso. suas músicas podem ser “arruinadas” por cantores do momento.
O lado B é composto por "Another Life", um cover de uma música de Paul Jones, tirada do filme "Privilege".
Riki se apaixona por aquele filme “verdadeiro” que conta a história de como uma estrela musical pode ser usada pelo “sistema”.
Em 1968 ele teve a sorte de conhecer Jimi Hendrix no Piper em Milão durante sua histórica turnê pela Itália.
Naquele ano gravou seus últimos 45 para a CBS intitulados "The King of Solitude".  Apesar do ótimo desempenho de Ricky, o álbum não é muito divulgado, e mesmo nas rádios não goza de muitas execuções; nem preciso dizer que o 45 não consegue vender o suficiente. Depois disso, Maiocchi encerrou seu relacionamento com a CBS. Para ele começou um período de mudanças nas gravadoras, mudou-se para Carosello em 1969 com quem gravou a música "Io sono qui" que tem como verso "Você já viu círculos pretos e brancos?", para a CGD em 1972, com o single de 45 rpm intitulado "Help me", que traz "Mary Jane" no verso.
Posteriormente, mudou-se para a EMI, gravadora onde começou em 1976.  Pela EMI, em 76, foi lançado seu último 45 intitulado "Rock'n roll", produzido por Shel Shapiro, ex-vocalista do grupo Rokes.  Mas também surgem problemas de gravação com a EMI e Riki, agora cansado, decide se aposentar da música.
A partir desse momento, Maiocchi faz muitos trabalhos para ganhar a vida.  Sucesso e popularidade são lembranças para ele.
Nos anos 80, com a maioria dos seus colegas, participou em vários programas que trouxeram os anos 60 de volta aos palcos; em 1983 com “Bandiera Gialla”, em 1988 com “Vinte anos depois”, em 1989 com “Una Rotonda sul Mare”, onde conseguiu chegar à semifinal.
A música "Uno inpiù" foi escolhida como tema do programa "Roxy Bar".

Em 4 de fevereiro de 2004, em Milão, morreu de câncer no hospital onde estava internado.
Ao contrário do nome que escolheu para seu grupo,
Riki Maiocchi é o único Camaleão que nunca mudou de cor para viver.

Uma joia da net



Entrevista por telefone com Riky Maiocchi, dezembro de 1997 )

Eu conhecia Hendrix musicalmente   desde que ele surgiu na Inglaterra.
Lá, sua popularidade foi objeto de estudo de sociólogos e psicólogos, enquanto na Itália circulava uma música completamente diferente.
O público que foi ouvi-lo era, portanto, em grande parte constituído por pessoas intrigadas pela sua música, mas também pelo seu carácter, pela forma como se vestia, pela forma como tinha sido descrito pelos jornais, pelas pessoas que o tinham visto.
É claro que essa foi a imagem oferecida pela mídia.
Pessoalmente ele parecia quase tímido, como quando apareceu no Piper à tarde para pedir desculpas pelo fato do show não poder acontecer porque os instrumentos estavam presos na alfândega do aeroporto.

P:  A turnê foi bem administrada?

R: Na minha opinião, não. Além disso, em Milão, Jimi foi convidado a tocar no Piper, que apesar de ser um local bastante grande comparado ao Piper de Roma, era pequeno. Depois o fizeram se apresentar no Brancaccio, um dos teatros menos representativos da capital.

P:  Como foi seu dia com Hendrix?

R: Eu estava no Piper como espectador esperando pelo primeiro show da tarde.  Hendrix veio ao vestiário e me explicou os motivos pelos quais não pôde jogar. Ele nem sabia que existiam bandas na Itália, só conhecia Mario del Monaco em italiano, mas não tinha ideia de bandas.
Ficamos juntos a tarde toda.  Bebemos, apresentei-o a dois amigos meus (com um dos quais, entre outras coisas, ele teve um caso) e à noite, depois do concerto, encontrámo-nos e fomos à casa de um deles, onde fizemos uma festinha, uma coisa bem tranquila.
Ele me deu um pickguard e três pick-ups, que atualmente acredito estarem nas mãos de Alberto Radius da Fórmula 3, embora não me lembre agora por que motivo... Radius  não estava no Piper. Não me lembro de ter visto muitos músicos, só  Maurizio Arceri e  Milena Cantù  ...
Do concerto lembro-me que Jimi tocou todas as peças que eu conhecia, num total de cerca de duas horas, quase como se pedisse desculpa por não ter tocado à tarde.
Noel Mitch e o técnico também compareceram à festa   .
A senhoria - já não me lembro o nome dela - era uma menina negra, fotomodelo.
Ela me foi apresentada por uma amiga de Bolonha, Ines (Curatolo), que foi quem teve um caso com Jimi.  Lembro que depois que acabou a festa, quando todo mundo começou a sair, ele ficou lá.
Depois da turnê italiana, por acaso o vi outra vez.
Frequentemente ia a Londres, onde naquela época existia um local popular chamado "Revolution", um local com palco equipado para quem quisesse se apresentar.
Naquela noite, Jimi teve uma jam session com Steve Winwood e outros músicos.

(Do livro "5 dias de maio" de R. Bonanzi e M. Comandini)





Graham Nash e Sid Vicious... qual é a conexão?



 O dia 2 de fevereiro reuniu duas pessoas públicas, uma ainda viva e outra já falecida. Tenho dificuldade em situar os dois na esfera musical porque, embora Graham Nash faça parte legitimamente da história do rock anglo-americano, Sid Vicious não tinha muito músico, na verdade, acho que ele não tinha ideia de como tocar baixo ou como usar a úvula para cantar. No entanto, assim que " Sid" é mencionado , existem duas opções...  Barret ou Vicious ... e espero ser perdoado pela comparação blasfema.           

 Hoje é aniversário de Nash ,  ele continua se dedicando ao amor de sua vida.
Inglês, grande músico, grande voz, logo voou para o exterior e de lá contribuiu para a construção de um pilar sobre o qual se sustentou, e ainda hoje, a música da Costa Oeste .   
Minha lembrança mais significativa está ligada ao festival Woodstoock , onde aprendi a magia de entrelaçar um caleidoscópio de vozes e um punhado de violões, com sementes de rock saudável invadindo as faixas criadas pela CSN&Y.  
Não posso dizer que tenha lembranças de Sid Vicious , pois nunca amei nem o gênero punk nem as ideias que nortearam o movimento.  
Fiz um esforço, no passado, para aprender mais sobre Vicious, por uma espécie de curiosidade mórbida que me aproxima das “ coisas que deram errado ”. Até tentei ver “ Sid & Nancy ”, o filme sobre duas vidas desesperadas que terminam da única maneira possível. Não consegui chegar ao fim, porque a violência de certos atos, de certos comportamentos autodestrutivos (e a impossibilidade de compreendê-los), impediu-me de ter uma visão completa. Minha experiência foi verdadeiramente (parcialmente) dolorosa.
Contudo, Sid Vicious existiu e teve um papel importante como figura pública, ainda que negativo, e hoje lembro-me dele em paralelo com Graham Nash , nascido a 2 de Fevereiro ( 1942 ), mesmo dia em que morreu Sid Vicious (mas em 1979 ), com menos de 22 anos .       


Um pouco de história.

Graham William Nash nasceu em Blackpool em 2 de fevereiro de 1942. 
No final dos anos 60 foi um dos principais integrantes do grupo pop-rock The Hollies , um dos mais conhecidos do cenário musical inglês da época. Embora tenha sido o autor da maioria das músicas da banda, raramente foi também o vocalista. Em 1968, após uma viagem aos EUA, começou a usar suas primeiras drogas na companhia de David Crosby . Posteriormente, ele deixou os Hollies para formar um novo grupo com Crosby e Stills que inicialmente era um trio e posteriormente, com a contribuição de Neil Young , transformado no quarteto CSN&Y , um dos grupos mais populares do cenário do rock mundial.              


Graham Nash, apelidado de Willy por seus companheiros de banda , foi descrito como a cola que manteve unida sua frágil aliança. Prova disso é a ajuda desapaixonada que prestou ao amigo Crosby, quando este foi vencido pelo vício em drogas. A carreira solo de Graham Nash foi frequentemente interrompida por reuniões com o supergrupo ; em seus trabalhos solo, porém, há um amor pela melodia e pelas baladas, e mesmo em seus experimentos mais voltados para o jazz ou para a eletrônica, Nash não se afasta de um estilo tipicamente pop . A militância política de Nash se acentuou após seu encontro com Crosby e Stills, e entre suas canções desse período destacam-se os temas ligados ao antimilitarismo ( Military Madness ) e às questões sociais ( Chicago -We Can Change the World e Immigration Man cantada) em dupla com David Crosby). Nash adquiriu a cidadania americana em 14 de agosto de 1978. Em 1979 ele foi um dos fundadores do Musicians United for Safe Energy ; em 2005 colaborou com os noruegueses A-ha nas canções Over the Treetops e Cosy Prisons . Em 2006, Nash colaborou com David Gilmour e David Crosby na faixa-título do terceiro álbum solo de Gilmour, On an Island , que alcançou o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido.                      


Simon Ritchie nasceu em 10 de maio de 1957 na Inglaterra e viveu a adolescência em Londres, abandonando a escola aos 15 anos. O apelido Sid foi dado a ele por seu amigo Rotten quando um hamster (chamado Sid) o mordeu no dedo, enquanto Vicious foi atribuído a ele por sua atitude (vicious em inglês significa "depravado", "mau"). Embora tenha iniciado sua carreira como músico como baterista, tornou-se famoso na indústria fonográfica como baixista, função que ocupou quando em fevereiro de 1977 ingressou no Sex Pistols (Sid era amigo de Johnny Rotten , como mencionado), um banda que há já algum tempo está na moda entre os jovens ingleses, sobretudo pela violência e transgressão que caracterizam cada uma das suas actuações (coisas bastante novas para a época - muitas das obras da banda foram censuradas na Grã-Bretanha - e vistas com desgosto pelas pessoas "comuns"). E não poderia haver banda mais adequada, visto que estas características reflectem plenamente a forma de ser de Sid, que entretanto conheceu e iniciou uma história de amor com Nancy Laura Spungen , uma rapariga que conheceu em Londres. Nancy, filha de Franklin (um rico empresário da Filadélfia, Estados Unidos) e de Deborah Spungen (uma mulher com passado de viciada em drogas), teve graves problemas de saúde (física e mental) desde criança, e aos 15 anos ela já era viciada em drogas como heroína: essa condição a levou a tentar diversas vezes o suicídio e a trabalhar como prostituta por algum tempo em Londres.        


É também ela quem incentiva Sid a consumir heroína e outras drogas pesadas e leves em doses cada vez maiores. Quando, em janeiro de 78, os Sex Pistols se separaram, Sid (após ser hospitalizado no dia 20 por overdose no voo Los Angeles-Nova York) passou a morar em Nova York (onde Nancy também se juntou a ele) e gravou do solista um famoso cover de " My Way " de Frank Sinatra. Em 15 de agosto de 77 fez um show de despedida em Londres (com Matlock, o garoto que substituiu quando ingressou nos Sex Pistols, no baixo e Nancy nos backing vocals, entre outros), antes de começar a morar com Nancy no Chelsea Hotel , um famoso alojamento localizado na Twenty-third Street, em Nova York, onde o relacionamento deles ganha um rumo cada vez mais tempestuoso: os dois, desde crianças, sempre tiveram problemas e isso se reflete em sua história, que muitas vezes assume traços violentos. Às 10h10 da manhã do dia 12 de outubro de 1978, a polícia, chamada pelo porteiro do hotel que por sua vez havia sido avisado pelo próprio Sid, entrou em seu quarto no primeiro andar, número 100 (um quarto que custa 30 dólares por noite ), encontrando Nancy no banheiro em uma poça de sangue, morta por uma única facada na parte inferior do abdômen, infligida por Sid por volta das 7h daquela mesma manhã. Ele completaria 21 anos em 27 de fevereiro do ano seguinte. Sid, ainda sob efeito de drogas (assim como Nancy quando ela morreu), foi preso no início da tarde por homicídio de segundo grau (o mais grave no assassinato de um civil), visto que a arma do crime (uma faca com calibre 5 Uma lâmina de 2,5 cm, dada a ele por Nancy no dia anterior) ainda é encontrada ensanguentada na sala e traz as impressões digitais de Sid. Enquanto isso, sua mãe , Anne Beverley   , juntou-se a ele para ficar com ele, que foi libertado no dia 16 sob fiança de 50 mil dólares paga pela Virgin. Nas duas semanas seguintes, Sid tenta o suicídio duas vezes, levantando suspeitas de que o assassinato de Nancy foi um pacto de suicídio fracassado entre os dois. Em 9 de dezembro, enquanto estava na cidade com sua nova namorada Michelle Robinson, ele briga com o irmão de Patti Smith, Todd, e o esfaqueia no rosto com uma garrafa quebrada. Assim voltou à prisão, onde permaneceu até 1º de fevereiro de 1979: no mesmo dia, para comemorar sua libertação, foi com a mãe e amigos ao apartamento de um amigo em Greenwich Village. Apesar de ter passado por tratamento de desintoxicação na prisão, Sid toma uma dose de heroína comprada para ele por sua mãe com medo de ser preso novamente enquanto comprava drogas na rua. Sid se sente mal, mas adormece. No meio da noite do dia 2 de fevereiro ele acorda, encontra um pouco de heroína na bolsa da mãe, pega e adormece novamente, nunca mais acordando. Ele não tem nem 22 anos, teria completado 22 no dia 10 de maio. Na noite de alguns dias depois, Beverley escala os muros do cemitério onde Nancy está enterrada e joga as cinzas de Sid em cima, contra a vontade dos pais da menina, a quem ela pediu para enterrar Sid ao lado de Nancy: ela tem certeza de que seu filho teria desejado assim, e ela tem certeza, contrariando as autoridades, que ele morreu voluntariamente, para chegar ao seu amado.
Sid Vicious, uma verdadeira caricatura do punk, logo se torna, com sua agressividade, sua transgressão, seu desrespeito às regras e também sua incapacidade de tocar seu instrumento, o símbolo de um movimento; mas talvez injustamente, visto que nem sequer foi o fundador dos Sex Pistols, juntou-se a eles quando já tinham criado o seu estilo e contribuiu muito pouco para algumas canções da banda.

Entre seus trabalhos solo, vale destacar "Sid Sings", lançamento ao vivo lançado em dezembro de 1979 pela Virgin e gravado quase inteiramente em setembro do ano anterior em duas noites no Max's Kansas City, em Nova York.





Destaque

Japan, “Nightporter” (1982)

  Lado A:  Nightporter (remix) Lado B:  Ain’t That Peculiar (Virgin, 1982) Se calhar o primeiro sinal de caminhos que no futuro seriam mais ...