Bearz “She’s My Girl” (1980)

 

Juntamente com o disco (único) do projeto The Fast Set o segundo lançamento da editora Axis (que poucas semanas depois seria conhecida como 4AD) chegou de uma maquete deixada na loja que o grupo da Beggar’s Banquet tinha em Hogarth Road. Vinha assinado por um quarteto do sul de Inglaterra que não era propriamente uma banda com uma vida ativa de palcos e ensaios.

A ideia nasceu de um gosto pelos sons da new wave de Dave Gunstone (que então trabalhava a pintar letreiros para lojas e carrinhas e tocava baixo) e de John Goddard (que cantava). Chamaram o baterista Mark Willis e um teclista (David Lord), que com eles foram a estúdio, a este último cabendo ainda assinar a produção da gravação. Não tinham ainda canções e foi ali mesmo que surgiram os temas que acabariam por surgir no single.

She’s My Girl, que Peter Kent (um dos cofundadores da editora) pouco descreveria como pop nostálgica, exibia de facto tonalidades evocativas do psicadelismo de finais dos anos 60, facto que a crítica no NME observaria. Notam-se, particularmente no refrão, memórias assimiladas de um Good Vibrations dos Beach Boys (com as devidas distâncias)… Girls Will Do, que acabou no lado B, estava de facto menos longe dos caminhos da new wave mais angulosa então em voga.

Ivo Watts Russel mostrou vontade em editar o single. E foi durante a reunião que sugeriu aos músicos que trocassem o “s” de Bears por um “z”… Mas depois de editado o single (sem rasto maior do que a crítica no NME) os Bearz não juntaram mais episódios à sua história.