quarta-feira, 1 de maio de 2024

Review: Aerosmith – Rockin’ the Joint (2005)

 


O Aerosmith lançou seis discos ao vivo em seus quase cinquenta anos de carreira – a banda foi formada em Boston em 1970. São eles: Live! Bootleg (1978), Classics Live! (1986), Classics Live! II (1987), A Little South of Sanity (1998), Rockin’ the Joint (2005) e Aerosmith Rocks Donington 2014 (2015). O assunto deste review é o disco de 2015, lançado no Brasil no mesmo ano pela Sony/BMG.

Uma banda famosa por sua transformação em cima dos palcos, onde a verdadeira força desse gigante do hard rock norte-americano emerge com todos os seus poderes, o Aerosmith gravou Rockin’ the Joint no The Hard Rock Hotel, em Las Vegas, no dia 25 de outubro de 2005. Na época a banda promovia o disco de covers Honkin’ on Bobo, lançado um ano antes. O legal deste registro ao vivo é que ele foge do tracklist óbvio, deixando de lado clássicos presentes em live albums anteriores, como é o caso de “Sweet Emotion” e “Dream On”, e resgatando pequenas pérolas da longa discografia do quinteto. Assim, estão em Rockin’ the Joint composições como “No More No More” (do clássico Toys in the Attic, que chegou às lojas em abril de 1975), a balada “Seasons of Wither” (do segundo álbum da banda, Get Your Wings, de 1974) e “Draw the Line” (do álbum homônimo, lançado no final de 1977). 

Tocando em um palco menor e mais intimista, o Aerosmith deixa de lado a megalomania e a grandiosidade dos shows realizados nas grandes arenas e em seu lugar entrega uma performance mais certeira e focada. O fato de o tracklist privilegiar canções da primeira fase da banda e deixar de lado os mega hits gravados nas décadas de 1980 e 1990 também traz um ar saudosista e revisionista para o show, como se a banda olhasse para a sua própria história buscando inspiração no que a levou até ali – um exercício que arrisco dizer que deu certo, uma vez que o disco seguinte do grupo seria o convincente Music from Another Dimension! (2012), que apresentou uma sonoridade mais básica e que é, até agora, o derradeiro registro do grupo.

O clima do show é tão leve que até uma canção como “I Don’t Want to Miss a Thing”, que é um dos maiores sucessos da banda mas que está longe de ser uma das melhores baladas já gravadas pelo quinteto, ganhou uma releitura emocionante em cima do palco do Hard Rock Hotel.

Entre os destaques, além do resgate das canções dos primeiros anos, vale mencionar o clima de banda de bar de “Big Ten Inch Record” (também presente em Toys in the Attic), a versão para “Rattlesnake Shake”, um dos cavalos de batalha da primeira fase do Fleetwood Mac (ouça a versão original em Then Play On, terceiro disco da banda então liderada pelo vocalista e guitarrista Peter Green, de 1969) e o arregaço recorrente que é “Train Kept a Rollin’”, aqui com uma citação à “The Star Spangled Banner”, o hino dos Estados Unidos, no fechamento do show.

Rockin’ the Joint tem status de álbum menor na trajetória do Aerosmith, e realmente não dá para compará-lo com os dois volumes de Classics Live! e nem com o excepcional A Little South of Sanity, mas a despretensão capturada em suas doze faixas traz à tona todo o espírito rock and roll que sempre marcou a carreira do Aerosmith. Isso já é motivo suficiente para ouvir este disco.




Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

Há 53 anos, em dezembro de 1971, Roberto Carlos lançava o auto-intitulado Roberto Carlos, 11°. álbum de estúdio

Há 53 anos, em dezembro de 1971, Roberto Carlos lançava o auto-intitulado Roberto Carlos, 11°. álbum de estúdio do artista capixaba. Com pr...