O rock em Portugal chegou quase ao mesmo tempo que aos outros sítios da Europa, mas de uma forma diferente, até porque nos anos 50 e 60 o ambiente político no país não dava para o pessoal andar muito despenteado.
Isso não impediu que tenham surgido algumas bandas portuguesas que tenham divergido um pouco do nacional cançonetismo ligeiro aceite na época e derivado para a rebeldia do rock.
Vamos conhecer algumas das bandas que pegaram no “yeah yeah yeah” da “She loves you” dos Beatles, e fizeram o ié ié nacional.
Os Sombras
Originários da ilha Terceira, nos Açores, os Sombras iam buscar as suas influências e penteados às grandes bandas da altura como os Beatles, os Monkees, de quem faziam covers e por aí continuaram até à pouco tempo. Eram uma banda com tanto sucesso que enchiam as festas na Base Americana das Lajes para os jovens militares americanos que estavam de passagem para o conflito no Vietname.
Conjunto Académico João Paulo
Esta banda, nascida na Madeira na década de 1960, é um dos nomes de referência do rock português. Depois de ganharem um concurso na ilha, viajam para o continente onde, no final de 1964, gravam o seu EP, composto unicamente de versões.
Eram um grupo de músicos desenrascados: quando se formaram, não tinham dinheiro para comprar um contrabaixo, por isso, fizeram um. Como não queremos que vos aconteça o mesmo, vejam os que temos à venda e as facilidades de pagamento.
José Cid
O José Cid não é uma banda, é uma instituição. Em Coimbra, no final da década de 1950, começou aquela que é considerada por alguns a primeira banda rock portuguesa, os Babies, e foi fundador de outros grupos como o Conjunto Orfeão, Trio Los Dos e os Claves.
Mas foi com o Quarteto 1111, que por si só dava uma entrada à parte nesta lista, que se destacou no panorama do pop rock português. onde era teclista.
O disco que lhe proporcionou reverência nacional e internacional pelos amantes do rock progressivo foi o “10.000 anos depois entre Vénus e Marte”, considerado um dos melhores 100 álbuns de sempre no género. Mas ouçam um clássico dos Claves.
Portuguese Joe
Esta ave rara e exótica do rock foi um dos pioneiros do rockabilly americano, e foi nos Estados Unidos que cresceu. Dele sabemos pouco, apenas que era filho de mas do que ele se tornou a seguir, há bastante informação: seguiu carreira em Hollywood, onde trabalhou de perto com Steven Spielberg em filmes como “Tubarão” e “Encontros Imediatos de 3º Grau”. Mas quando era mais novo, tinha um espírito mais rebelde.
Zeca do Rock
José das Dores, conhecido artisticamente por Zeca do Rock, foi o primeiro a gravar um “yeah” num disco de rock português. Não parece muito agora, mas na altura foi a loucura.
Era um inconformista, e acabou por se fartar de Portugal para se mudar para o Brasil, onde morreu em 2012. Ele próprio justifica a sua irreverência:
“Para mim, rock and roll é uma atitude mental libertária. Não tem nada a ver com exteriorizações físicas, comportamentais ou modismos. No meu ponto de vista, um verdadeiro rocker foge de todas as uniformizações, tribalismos e clãs, assim como de todas as espécies de estereótipos. O rocker não segue as ondas dos modismos como carneirinho. O rocker pensa por si próprio e faz a sua própria moda. Como tal, não usa piercings, tatuagens, cabelos exóticos ou roupas extravagantes, a menos que tal lhe apeteça e o faça por desafio e provocação, precisamente para quebrar tabus.” |
Nem dizemos mais nada.
Mas há tantos e tantos outros: os Tártaros, os Sheiks, os Chinchilas, os Jets, os Ekos, Os Espaciais, os Tubarões, e mais uma lista enorme de bandas que trouxeram o rock para Portugal, que por cá se deixou estar e muito bem.
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