segunda-feira, 17 de junho de 2024

Urban Trad “Sanomi” (2003)

 Surgidos na Bélgica em 2000, juntando músicos tanto da região que fala flamengo como daquela em que se fala francês, os Urban Trad terminaram a edição de 2003 do Festival da Eurovisão com “Sanomi”, cantada numa língua imaginária. 

A regra que permite uma livre escolha de idioma nas canções apresentadas na Eurovisão é quase sempre, salvo raras exceções, entendida como sinónimo de se poder cantar em inglês, a língua levada a todos os cantos do globo pelo protagonismo alcançado no século XX pela expansão da anglofonia através do cinema, as vozes do jazz e dos primeiros crooners e, mais adiante, a televisão, a cultura pop/rock e, depois, a comunicação online. Uma dessas raras exceções ganhou forma em 2003, ou seja, curiosamente numa das etapas de menor investimento de ideias na história de todo o formato. Formados na Bélgica no ano 2000, com Yves Barbieux como principal timoneiro, os Urban Trad juntaram uma série de músicos provenientes das duas regiões com línguas distintas que encontramos no país. Acima de tudo a sua meta era a criação de uma música que cruzasse ecos de músicas tradicionais europeias com os caminhos instrumentais e rítmicos da contemporaneidade. 

Em 2003, já com um álbum editado (“One o four”, lançado em 2001), os Urban Trad foram selecionados pela RTBF (a televisão estatal em língua francesa) para assegurar a representação do país na Eurovisão. A proposta que então apresentaram surgiram em “Sanomi”, uma canção musicalmente assente na linha entretanto já definida pelo grupo, propondo como maior surpresa o facto de apresentar uma letra cantada numa língua imaginária. A opção foi bem acolhida, tendo a canção terminado a votação em segundo lugar, a apenas dois pontos de diferença da vencedora (“Everyway That I Can”, da cantora turca Sertab Erener).

O bom resultado na Eurovisão deu fôlego a uma carreira que se manteve ativa até 2011, quando anunciam a sua separação. Foi na verdade uma pausa já que, com nova formação, o grupo voltou a aparecer em palco em 2013, regressando aos discos no ano seguinte.




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