Filha de um tunisino e de uma francesa, Amina Annabi nasceu em Cartago em 1962. A sua era uma família de músicas, com a sua avó e tios diretamente envolvidos com a produção do Festival de Tabarka, o que lhe permitiu desde cedo um convívio com músicos e diversas expressões musicais. Foi no festival que conheceu o músico senegalês Wasis Diop, com o qual acabaria por trabalhar mais tarde depois de se mudar com a mãe para Paris, o que aconteceu em 1975.
Foi precisamente ao lado de Wasis Diop que assinou a autoria de Le Dernier Qui a Parlé…, canção que levou, em representação da França, ao Festival da Eurovisão em 1991, num momento de afirmação de uma carreira a solo na música (tinha colaborado com Bertolucci em Um Chá No Deserto e participado num projeto de Peter Gabriel no ano anterior).
A canção, que transportava no seu corpo sonoridades da música, acabou a noite empatada com a mais banal canção sueca que, pelos critérios de desempate então em vigor, acabou por ser considerada a vencedora. Mas não só Le Dernier Qui a Parlé… é uma das melhores canções apresentadas em toda a história do concurso, como este foi mais uma daquelas ocasiões em que o palmarés da história eurovisiva deixou passar ao lado, e por um triz, um episódio de exceção. Enfim… já tinha acontecido em 1958 com Domenico Modugno, por exemplo, cujo Nel Blu Dipinto di Blu (muitas vezes referido como Volare), acabou a votação em terceiro lugar para depois de revelar como a canção de maior impacte global em toda a história da Eurovisão.
Antes de ler levado Le Dernier Qui a Parlé…ao palco na Cinecittá (onde decorreu o Festival da Eurovisão de 1991), Amina tinha já gravado colaborações com Afrika Bambataa, Caroline Loeb ou Haruomi Hosono (da Yellow Magic Orchestra), iniciado uma carreira em paralelo no cinema (um dos seus primeiros papéis foi em Um Chá No Deserto, de Bernardo Bertolucci) e lançado em 1989 Yalil, um álbum de estreia, que seria reeditado em 1991 para incluir no alinhamento Le Dernier Qui a Parlé….
Sem comentários:
Enviar um comentário