terça-feira, 16 de julho de 2024

CRONICA - PESKY GEE | Exclamation Mark (1969)

 

Uma das obscuras formações anglo-saxônicas que surgiram em 1966 em Leicester, 100 km ao norte de Londres. Reúne a cantora Kay Garret, o guitarrista Jim Gannon, o baixista Bob Bond, o baterista Clive Box, a organista Jess Taylor, o saxofonista Clive Jones e o cantor Kip Trevor. O combo se chama Pesky Gee, retirado de um instrumental do grupo Brodley Hoo que incluía Jim Gannon.

Começando no nicho do rhythm & blues, o septette foi notado pela gravadora Pye Records e gravou Exclamation Mark em uma noite nas lojas em 1969.

Composto por 9 músicas, este álbum é composto apenas por covers (Vanilla Fudge, Janis Joplin, Steppenwolf, Jethro Tull, Electric Flag, John Patton, Donovan, Family, The Fairytale…). Porém, alguns são perfeitamente readaptados dando a impressão de serem composições de Pesky Gee. No final obtemos um Lp de soul rock psicadélico com aromas progressivos onde se destacam o órgão À procura, este sax que se inclina para o jazz e esta guitarra que faz incursões pesadas. Um bom compromisso entre Colosseum e Deep Purple Mk1 com Kay Garret e Kip Trevor compartilhando os vocais.

Começamos com uma das atrações do disco, “Outro País” distribuída em 7 minutos. Título feito de síncopes e contratempos, que alterna tempos e climas. Passamos do ritmo e do blues ao sinfônico com esse órgão ingênuo, o estilo sombrio do saxofone e os toques exóticos e até blues das seis cordas elétricas enquanto os vocais de Kip Trevor tentam se afirmar.

O outro destaque fica por conta dos 8 minutos de “Season Of The Witch”, um blues cósmico, stoner, melódico e rastejante. A voz arrastada e nervosa de Kay Garret tenta se aproximar de Janis Joplin, Grace Slick ou mesmo de Aretha Franklin.

De resto encontramos a comovente “Where Is My Mind ”  , a balada romântica “Piece of My Heart”, a dramática e galopante “A Place Of Heartbreak” e a épica “Peace of Mind”.

No meio estão dois instrumentais, “Pigs Foots” e “Dharma For One” com um registro pesado de rhythm & blues sem muita pretensão.

O caso termina com “Born To Be Wild”, onde as intervenções delirantes do sax talvez tenham inspirado Peter Hammill a reorientar musicalmente o seu Gerador Van Der Graaf.

Em suma, mesmo que devamos concordar que tudo isto envelheceu mal, não oferecendo nada de novo no final dos anos setenta, o resultado ainda é bom.

Enquanto o grupo gravava uma demo para um segundo álbum, Kay Garret deixou Pesky Gee para ser esquecido. Desanimados, os membros restantes continuam a aventura sob o nome de Viúva Negra.

Títulos:
1. Another Country   
2. Pigs Foots  
3. Season Of The Witch       
4. A Place Of Heartbreak     
5. Where Is My Mind?         
6. Piece Of My Heart
7. Dharma For One   
8. Peace Of Mind      
9. Born To Be Wild

Músicos:
Kay Garret, Kip Trevor: vocais
Clive Jones: saxofone
Jim Gannon: guitarra
Zoot Taylor: órgão
Bob Bond: baixo
Clive Box: bateria

Produção: Pesky Gee



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