domingo, 25 de agosto de 2024

CRONICA - PETER GREEN | The End Of The Game (1970)

 

Depois de ter prestado seus serviços aos Bluesbreakers de John Mayall, em 1967 Peter Green trouxe o baterista Mick Fleetwood e o baixista John McVie para se tornarem um dos pesos pesados ​​do boom do blues britânico com Fleetwood Mac.

Infelizmente, Peter Green tem dificuldade em lidar com seu status emergente de superstar. Personalidade complexa e torturada, até mesmo depressiva, encontra refúgio na religião, mas também em paraísos artificiais, o que só piora ainda mais o seu estado. Em maio de 1970, ele bateu a porta do Fleetwood Mac. No mês seguinte publicou pelo selo Reprise um álbum solo com título premonitório: The End Of The Game com esta capa assustadora onde observamos uma fera rugindo, com presas para fora, pronta para te devorar.

Este é um disco de 33 rpm completamente maluco que o enviará ao planeta Marte. E para esta viagem cósmica o guitarrista leva o tecladista Nick Buck (futuro Hot Tuna), o baixista Alex Dmochowski (The Aynsley Dunbar Retaliation, Frank Zappa), o baterista Godfrey McLean (The Gass) e o pianista Zoot Money (The Animals, Kevin Ayers, Humble Pie). , Alexis Korner…).

Totalmente instrumental, este LP é composto por seis faixas que cheiram a improvisação. São os 9 minutos de “Bottoms Up” que abrem a bola para uma descolagem tranquila num ritmo jazzístico. Então rapidamente o guitarrista assume o comando de sua nave. Subimos uma marcha com muito wah wah. Transforma-se em space rock hendrixiano onde o dubleto baixo/bateria mantém a pressão enquanto as intervenções discretas do teclado trazem um toque misterioso e de fusão. Encontraremos o mesmo espírito em “Burnt Foot” no tempo mais curto que inicia o lado B.

Depois do interlúdio sonhador que é “Timeless Time”, as coisas pioram. Peter Green nos leva a terras estranhas onde uma morte desprezível aguarda o ouvinte incauto. Principalmente nos 8 minutos pouco saudáveis ​​de “Escala Descendente” e nos confusos 5 minutos do título homônimo na conclusão (para um final ainda vaporoso). O piano ameaçador com desvios sinfônicos cruza um perturbador elétrico de seis cordas revestido de reverberação, eco, feedback para um pesadelo sonoro do qual é difícil voltar.

Na verdade, ao ouvir, este vinil está próximo dos testes de ácido do Grateful Dead. Mesmo a pacífica “Profundidade Oculta” não é exceção.

Em suma, Peter Green ofereceu-nos um magnífico disco de acid rock com toques de blues, um álbum psicadélico bem iluminado por saídas progressivas. Mas surge uma questão. É obra de um gênio ou resultado de um cérebro queimado?

Porque depois disso é uma descida ao inferno para Peter Green. Ele tenta convencer seus ex-colegas a doarem sua fortuna aos pobres, se veste de padre, atira em seu advogado e acaba sendo internado em um hospital psiquiátrico. Até seu retorno em 1979 com o álbum In The Skies num registro menos torturado.

Títulos:
1. Bottoms Up                
2. Timeless Time            
3. Descending Scale       
4. Burnt Foot                  
6.  Hidden Depth   
7. The End Of The Game

Músicos:
Peter Green: Guitarra
Alex Dmochowski: Baixo
Nick Buck: Teclados
Zoot Money: Piano
Godfrey Maclean: Bateria

Produzido por: Peter Green



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