domingo, 29 de setembro de 2024

CRONICA - MAHAVISHNU ORCHESTRA | Visions Of The Emerald Beyond

 

A publicação em 1974 de Apocalipse pela Orquestra Mahavishnu mostrou, através da contribuição de uma orquestra bombástica, um guitarrista inglês com ambição desproporcional. Não abandonando as orquestrações, John McLaughlin corrigirá a situação. Evita armadilhas pomposas, privilegiando a espontaneidade do rock com a delicadeza do jazz e ao mesmo tempo abandonando peças elásticas. Com Visions Of The Emerald Beyond lançado em fevereiro de 1975 pela Columbia, ele ofereceu jazz rock poderoso e acessível tocando em climas sem negligenciar o tecnicismo. Um disco onde o fantasma de Jimi Hendrix nunca terá pairado tanto na Orquestra Mahavishnu numa eterna busca pelo divino.

Já presente no Apocalypse , John Mclaughlin é apoiado pelo violista francês Jean Luc Ponty, pelo baterista Narada Michael Walden, pelo baixista Ralph Armstrong e pela tecladista/cantora Gayle Moran.

O disco abre com a suíte “Eternity's Breath” em duas partes sem downtime. Começamos em algum lugar do Extremo Oriente, nas montanhas de Katmandu, com um lindo nascer do sol. Em seguida, John McLaughlin entrega um riff pesado e intenso de heavy metal que acompanha coros celestiais com um violino com melodias malucas. O piano elétrico nos leva de volta ao fundo. Mas os metais Soft Machine nos levam de volta aos céus, onde John McLaughlin sai em seus solos difíceis. Magnífica demonstração de força que dá lugar à “Dança de Lila” que começa com um piano delicado. Mas muito rapidamente John McLaughlin desencadeia um arpejo muito reconhecível que nos coloca na ausência de peso acompanhado por um violino altíssimo. Título prog com dimensão astral que se transforma em groove dark e metalóide.

O resto será uma sucessão de títulos curtos. “Can't Stand Your Funk” está engatinhando onde os metais trazem um toque comovente. Os assobios dos pássaros são ouvidos na pacífica “Pastoral” com seus aromas majestosos. A estratosférica “Faith” é dominada por um arpejo de guitarra transcendental com um final explosivo.

O lado B começa com a suíte “Cosmic Strut / If I Could See / Be Happy” com um groove urbano de um lado com essas trompas tão emocionantes como sempre e do outro arrasador onde John McLaughlin e Jean Luc Ponty competem em um refrão destrutivo e galopante . No centro a voz angelical de Gayle Moran que encontramos em “Earth Ship” com um registo suave e sonhador.

Introdução nebulosa à última suite “Pegasus / Opus 1 / On the Way Home to Earth” em conclusão que dá lugar a uma leve passagem sinfónica e termina num funk sombrio e interestelar. 

Não é a Orquestra Mahavishnu mais conhecida, mas um LP bem equilibrado.

Títulos:
1. Eternity’s Breath – Part 1
2. Eternity’s Breath – Part 2   
3. Lila’s Dance
4. Can’t Stand Your Funk
5. Pastoral
6. Faith
7. Cosmic Strut
8. If I Could See
9. Be Happy
10. Earth Ship
11. Pegasus
12. Opus 1
13. On The Way Home To Earth

Músicos:
John McLaughlin: Guitarra, Coro
Gayle Moran: Teclados, Vocais
Jean-Luc Ponty: Violino
Ralphe Armstrong: Baixo, Coro
Narada Michael Walden: Bateria, Coro
+
Carol Shive: Violino, Coro
Russell Tubbs: Saxofone
Philip Hirschi: Violoncelo
Bob Knapp : Flauta, Trompete, Fliscorne, Coro
Steve Kindler: Violino

Produzido por: Ken Scott, Mahavishnu John McLaughlin



Sem comentários:

Enviar um comentário

Destaque

CRONICA - MAHAVISHNU ORCHESTRA | Visions Of The Emerald Beyond

  A publicação em 1974 de  Apocalipse  pela Orquestra Mahavishnu mostrou, através da contribuição de uma orquestra bombástica, um guitarrist...