quarta-feira, 4 de setembro de 2024

CRONICA - TERJE RYPDAL | Bleak House (1968)

 

Terje Rypdal é um guitarrista de jazz norueguês cuja fama se estende muito além das fronteiras escandinavas. Tendo tido o seu apogeu na década de 70, a sua atividade continua atual e respeitada.

Ele começa com Dream, que é comparado ao Cream e que abrirá as portas ao rock norueguês. Em 1967, este grupo publicou Get Dreamy, o seu único LP feito de composições psicadélicas com toques de jazz mas sobretudo inspiradas em Jimi Hendrix, Beatles, Procol Harum, Animals... No ano seguinte Dream separou-se, deixando o guitarrista livre para uma carreira a solo. .

Em 1968, Terje Rypdal publicou seu primeiro álbum intitulado Bleak House, ainda pela Polydor, com a ajuda do pianista/organista Christian Reim, ex Dream. Para a ocasião, cercou-se de músicos renomados do movimento jazzístico, também noruegueses, como o saxofonista Jan Garbarek e o baterista Jon Christensen.

Bleak House é um álbum de jazz que se inclina para o rock como era na época. Enfim, longe do ambiente jazz-rock que o guitarrista se acostumaria nos anos 70.

Neste primeiro Lp Terje Rypdal tenta de tudo, procurando um rumo musical mas mantendo-se nas tendências atuais. Embora pareça comum, Bleak House traz, no entanto, sua cota de surpresas agradáveis.

Começando com a faixa de abertura “Dead Man’s Tales” com aquela guitarra brilhante e cristalina na introdução. Única faixa cantada por Terje Rypdal com voz comovente e sensual, é uma balada de blues com andamento lento. O órgão de som cavernoso faz um excelente trabalho e uma flauta silenciosa muda para progressivo. Estamos em 1968, o rock e o jazz experimentam experiências e aberturas.

“Wes ”  é uma homenagem a Wes Montgomery com swing e orquestra tal como no final dos anos 50 e início dos anos 60 “Winter Serenade”, mais experimental e livre, é a peça que dá uma ideia do estilo futuro de Terje Rypdal. Com as suas sequências tensas e nebulosas, explorando as possibilidades da electroacústica e que terminam num caos vagamente perturbador, esta faixa evoca o intelectual Soft Machine antes do seu tempo.

Retorne ao jazz sensual com orquestração no título homônimo, onde o guitarrista de Oslo executa solos pesados ​​de blues-rock enquanto o sax de Jan Garbarek inicia um refrão profundo.

“Sonority” mergulha-nos numa atmosfera vaporosa, melancólica e nostálgica, dando também um vislumbre das futuras produções de Terje Rypdal.

Já em “A Feeling Of Harmony” que encerra Bleak House, um violão e uma flauta acompanham silenciosamente um scat, técnica vocal feita de onomatopeia.

Nada revolucionário, mas este é um disco fácil de ouvir e muito promissor.

Títulos:
1. Dead Man’s Tale
2. Wes
3. Winter Serenade
4. Bleak House
5. Sonority
6. A Feeling Of Harmony

Músicos:
Terje Rypdal: Guitarra, Flauta, Vocais
Terje Venaas: Baixo
Jon Christensen, Tom Karlsen: Bateria
Christian Reim: Piano, Órgão
Frode Coisas: Tuba
Jan Garbarek, CM Neumann: Saxofone, Flauta
Hans Knudsen, Knut Riisnæs: Saxofone
Frøydis Ree Hauge , Odd Ulleberg: Trompa Francesa
Frode Thingnæs, Kjell Haugen, Tore Nilsen, Øivind Westby: Tombonne
Ditlef Eckhoff, Jarl Johansen, Kåre Furuholmen: Trompete

Produzido por: Terje Rypdal



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