Décimo-segundo álbum do Candlemass, The Door to Doom marca o retorno do vocalista Johan Längqvist após mais de trinta anos. O cantor, que gravou apenas o clássico disco de estréia com o grupo – o mítico e profundamente influente Epicus Doomicus Metallicus -, é um dos grandes diferenciais do novo álbum da banda sueca.
Sucessor de Psalms for the Dead (2012), o disco põe fim também ao maior período entre um trabalho e outro do grupo, tempo esse que foi muito produtivo para o principal compositor do quinteto, o baixista Leif Edling. Nesses sete anos, Leif montou o Avatarium e gravou três álbuns, além de criar também outra banda, o The Doomsday Kingdom, que soltou o seu disco de estreia em 2017.
Essa parada fez bem para o Candlemass. Respirar novos ares refrescou a criatividade dos músicos, que apresentam em The Door to Doom um de seus discos mais sólidos. Edificado pelos riffs da dupla Mats Björkman e Lars Johansson, o álbum apresenta uma sonoridade clássica e cativante, é pesadíssimo, conta com um trabalho vocal exemplar e mostra o grupo caminhando com absoluto domínio pelo terreno denso do heavy metal.
O Candlemass é e sempre foi, na verdade, uma daquelas bandas que justificam a teoria de que o imortal terceiro álbum do Black Sabbath, Master of Reality (1971), deu vida, sozinho, a dezenas de ramificações do metal. The Door to Doom atesta esta verdade e a deixa mais evidente do que nunca. Pra não ficar dúvidas, o próprio Tony Iommi dá a sua benção fazendo o solo de “Astorolus – The Great Octopus”, ratificando o universo sonoro compartilhado entre as duas bandas.
Com oito ótimas faixas dispostas em 48 minutos, The Door to Doom é um dos melhores álbuns da carreira do Candlemass e um dos destaques do heavy metal em 2019. Um senhor disco e que, sinceramente, considero impossível de não ser apreciado por toda pessoa que já se emocionou com a energia de um riff pesado e repleto de distorção.
O álbum ganhou edição nacional pela Hellion Records.
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