sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Quarteto 1111 “Todo o Mundo e Ninguém” (1970)

 

Lado A: Todo o Mundo e Ninguém

Lado B: É Tempo De Pensar Em Termos De Futuro

(Columbia/Valentim de Carvalho, 1970)

O ano de 1970 assiste à edição do álbum de estreia do Quarteto 1111, disco que foi brindado com o lápis da censura que ali reconheceu uma série de temáticas incómodas, sobretudo ao falar-se de emigração, de negritude e da guerra em África. Clássico maior da primeira etapa de uma vivência pop/rock made in Portugal, o disco é igualmente um marco na história da relação deste universo musical com o espaço da canção política.

Mas mesmo vetados pela censura, os elementos do Quarteto 1111 não ficaram de boca calada. E no mesmo ano, assinalando a entrada no grupo de Tozé Brito, um outro single encontra em palavras de outros tempos um veículo para, afinal, falar do Portugal de então.

Todo o Mundo e Ninguém parte de palavras de Gil Vicente sobre as quais José Cid e Tozé Brito compõem a música. Suave, numa toada cool, é uma das melhores canções do Quarteto 1111 e , curiosamente, uma das menos vezes citadas. Estatuto que mudou um pouco depois de, recentemente, um fragmento desta canção ter sido samplado para Marcy Me um tema do álbum 4:44 quer Jay-Z editou em 2017.

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