Há 53 anos, em dezembro de 1971, Roberto Carlos lançava o auto-intitulado Roberto Carlos, 11°. álbum de estúdio do artista capixaba.
Com produção de Evandro Ribeiro, a obra configura-se como um disco de transição, no qual Roberto Carlos, tendo completado 30 anos, assume cada vez mais sua veia romântica em meio às influências de rock, soul e funk do trabalho. Já consagrado pelo público como o maior ídolo do cancioneiro nacional, Roberto conquista definitivamente o reconhecimento da crítica como um dos maiores criadores (em parceria com Erasmo Carlos) da nossa música com a canção "Detalhes", marco zero de sua consagração como o maior cantor romântico do país e que, ao contrário do convencional destilar de ressentimento e dor-de-cotovelo das canções de desamor, apresenta o eu lírico provocando o objeto de seu sentimento com a lembrança de momentos marcantes da relação que terminou.
Essa faceta do letrista preciso -- uma das muitas no álbum -- se repetirá em "Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos" e "Amada Amante": a primeira foi cantada pelo público nada menos que 21 anos como uma balada romântica, até que em 1992 Caetano Veloso revelou publicamente que Roberto e Erasmo a compuseram para ele quando exilado em Londres; já "Amada Amante", além da letra, revela um Roberto sedutor e ousado para quem o verdadeiro amor faz as sua próprias leis. Além das baladas, a soul music e o funk da fase anterior ainda se acham presentes no arranjo blues de "Como Dois e Dois" (Caetano Veloso), na levada soul-gospel de "Eu Só Tenho Um Caminho" (Getúlio Cortes) e no funk "Todos Estão Surdos".
Roberto Carlos, o álbum, foi lançado pela CBS em 1971 e rapidamente tornou-se um grande sucesso popular, responsável pela consagração de Roberto como maior ídolo romântico da música brasileira -- algo que se manteve até os dias de hoje. Na época de seu lançamento, a crítica do jornal O Estado de S. Paulo havia afirmado que Roberto "pode ser colocado, sem favor, entre os melhores intérpretes da música brasileira", enquanto em 2007 foi considerado pela revista Rolling Stone Brasil como o 28° maior disco brasileiro.
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