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Supergrupos há muitos, mas bons , que se ouça e tenham uma carreira…
Ao longo da história, sempre que aparecia um supergrupo nos anos 60 e 70, pairava invariavelmente um clima de enorme expectativa, quer da imprensa quer do público. No papel as coisas (sobretudo para os A&R das editoras) pareciam sempre funcionar. Junta-se este com aquele e mais outro de bandas conhecidas e já está. Pior é quando tem que criar algo novo e substancial.
Felizmente no caso dos Bad Company, do papel, o projeto transitou bem para a ação: em 1973 os Free como banda estavam nas últimas. O vocalista Paul Rogers e o baterista Simon Kirke estavam cansados de tantas mudanças de formação, além de terem que lidar com um problema crónico de drogas do errático guitarrista Paul Kossoff.
A este núcleo juntar-se iam o ex-guitarrista dos Mott The Hoople, Mick Ralphs e a maior surpresa, na forma do ex-baixista dos King Crimson, Boz Burell. Não demoraria que a editora dos Led Zeppelin e o seu manager, (o astuto Peter Grant) convidassem o grupo a assinar pela “Swan Song”.
Editado em Junho de 1974, o disco de estreia foi um rotundo sucesso nos Estados Unidos onde chegou rapidamente a número 1 da Billboard. Com uma fórmula de rock básico e direto, similar ao som dos Free, os Bad Company impuseram-se rapidamente no panorama musical. Claro que o apadrinhamento dos Zeppelin (na altura o maior fenómeno de vendas nos E.U.A.) também ajudou. Inclusive todos os membros da banda de “Stairway to Heaven” atuaram como convidados durante a digressão do disco.
Quanto ao disco homónimo, é indiscutível a power song que é “Can’t Get Enough”. Canção que serve de aperitivo e que marca o som hard-rock dos Bad Company. Não voltariam a ter um êxito tao estrondoso como este. Uma canção memorável pelos acordes de entrada e aquela voz bluesy de Rogers a marcar o tom.
Seguem-se “Rock Steady” e “Movin’ On” que tentam seguir as mesmas pisadas de “Can’t Get Enough”. Melhor mesmo passarmos às canções que se demarcam do resto da fornada. “Seagull” é uma balada acústica, típica dos anos 70, com um padrão não muito diferente daquele que os Led Zeppelin fizeram no disco IV. Entrada tocante de “Bad Company”, com Rogers ao leme do piano elétrico, a cantar: “I was born…A shotgun in my hands…Behind the gun…I’ll make my final stand”. É uma espécie de entrada pelo território dos Rolling Stones e que vai mais além em “Don’t Let me Down”.
Passadas mais de quatro décadas da sua estreia, os Bad Company, agora sem Burrell (que faleceu em 2006) conquistaram o seu lugar no panteão das bandas que embora não tenham atingido o píncaro dos píncaros como os Queen, os Led Zeppelin ou os Rolling Stones, tiveram os seus momentos de glória. Uma banda simples, com um som simples, mas extremamente eficaz.
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