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Chega em tempo de inverno, mas em Portugal felizmente o inverno tem muitos dias frios mas luminosos, onde se encaixa na perfeição a música dos L Mantra.
Há quem o tenha comparado a um floco de neve, na nossa opinião seria mais justo comparar este disco àqueles raios de sol que por vezes emergem de entre as nuvens, que ocupam a grande parte do céu em dias de inverno. Raios que iluminam e instantaneamente aquecem o ambiente, ainda que só impressão, o que é facto é que essa luz (que tanta falta faz em países escandinavos) cria um bem estar momentâneo impossível de vivenciar através de fotografias em instagrams. Dizem o João e a Madalena que se encontraram em casa de um amigo e juntaram as vozes espontaneamente, mas o sentimento que passa ao ouvir é que estiveram fechados uns tempos numa qualquer cabana remota, envolta em neve, saíndo apenas para o sol aparecer.
Em apenas 25 minutos e 9 músicas, e com nada mais que uma guitarra/ukelele e voz conseguem sonorizar (pelo menos na cabeça de quem vos escreve) o cenário descrito. O João e a Madalena vieram de outros projectos, ÖLGA e nome comum respectivamente, e aqui se lançam num disco daqueles que parece fácil de fazer mas que nem todos conseguem. O tão utilizado acrónimo KISS (Keep It Simple, Stupid) encaixa aqui como uma luva e que bem que sabe deixar-nos ser sugados pela leveza de “Stop All The Clocks” ou pela animosidade de “Indian Girl”.
Por fim, há que dar destaque também à maravilhosa capa deste L Mantra, concebida por Gonçalo Viana e que é um mimo por si só, de um ilustrador que vem mostrando o seu excelente trabalho, cada vez mais vísivel tanto em Portugal como no mundo.
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