domingo, 30 de março de 2025

Bana - Canta a Magia de Cabo Verde (LP 1970)






Bana Canta a Magia de Cabo Verde (LP Riso e Ritmos/ RR Discos ‎– RRST LP 2.002, 1970)

Bana é considerado uma das maiores vozes de Cabo Verde, um fruto da magia da cidade do Mindelo. Foi um dos primeiros artistas a ser reconhecido na Europa.

Adriano Gonçalves mais conhecido por Bana (Nossa Senhora da Luz, Mindelo, Cabo Verde, 11 de Março de 1932 – Loures, 13 de Julho de 2013) foi um intérprete, cantor, baladeiro e empresário Cabo Verdiano, radicado em Portugal desde 1969. 
Entre as décadas de 60 e 80, teve um papel chave na divulgação internacional da música de Cabo Verde e na promoção da música africana em Portugal, impulsionando a criação do primeiro espaço e da primeira editora dedicados a este domínio musical no país. 
Durante a juventude, actuou no auditório do Rádio Clube Mindelo, da Rádio Barlavento e foi um participante assíduo em serenatas realizadas por grupos de amigos, nas ruas da cidade do Mindelo. 
Aos 23 anos conheceu o compositor B.Leza, passando a frequentar regularmente a sua casa. Fisicamente debilitado, B.Leza confiou ao jovem cantor a tarefa de memorizar os seus últimos poemas, transmitindo-lhe um conjunto de ensinamentos sobre a colocação da voz na interpretação das mornas. 
Em 1959 emigrou para Dakar, onde cantou na emissora oficial da rádio senegalesa e gravou o seu primeiro fonograma com direcção musical de Luís Morais (1964). 
Em 1965 integrou o grupo Voz de Cabo Verde em Roterdão, com Luís Morais (clarinete), Frank Cavaquinho (bateria), Toy de Bibia (guitarra eléctrica e viola), João da Lomba (baixo eléctrico) e Morgadinho (trompete). Entre 1968 e 1969 viveu nos EUA, actuando em diversas cidades. 
O período compreendido entre 1968 e 1974 correspondeu à fase mais prolífica do cantor, resultando na edição de c. três dezenas de fonogramas. 
Em 1976 inaugurou em Lisboa o restaurante Novo Mundo, pouco depois rebaptizado Monte Cara. Esse espaço foi precursor na organização de actuações de músicos africanos, sobretudo cabo-verdianos, sediados em Portugal, antes do surgimento maciço das “discotecas africanas” já durante a década de90. 
Para actuar no restaurante e discoteca, reformulou o grupo Voz de Cabo Verde, trazendo para Portugal um conjunto de jovens músicos que despontavam na ilha de S. Vicente: Paulino Vieira, Tito Paris, Toy Vieira, Vaiss, entre outros. “Monte Cara” foi igualmente a designação escolhida para a sua própria editora que, entre a segunda metade da década de 70 e o final da de 80, editou em Portugal c. 30 fonogramas (EP e LP) de intérpretes cabo-verdianos. 
Enquanto cantor, divulgou compositores como Lela de Maninha, Luís Morais, Frank Cavaquinho, Sérgio Fruzoni, Manuel de Novas, Gregório Gonçalves e, especialmente, B.Leza, de quem é considerado um herdeiro pela forma como respeitou a carga emocional das suas composições. 
O cunho deste compositor reflecte-se numa enunciação clara e “ritmada” do texto (onde se pode identificar a influência da música popular brasileira dos anos 30 e 40) e, no caso das mornas, num prolongamento das penúltimas sílabas que culminam cada um dos versos, sobretudo nos refrões.
Vasta discografia.

Fonte: Instituto Camões

Faixas / Tracklisting:

A1 Sayko (Gregório Gonçalves)
A2 Ondas Tchora (Pedro Barbosa)
A3 Sangue de Berona (Popular)
A4 Tchan de Pedra (B.Leza)
A5 Nha Bolanha (Djodja)
A6 Sonho Di Nhá Sperança (Popular)
B1 Mar de Canal ( Popular)
B2 Judith (B.Leza)
B3 Nha Bitinha (Popular)
B4 Sódade de Cabo Verde (Luis de Morais)
B5 Separação (Popular)
B6 Alfacinha (B.Leza)





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