domingo, 16 de março de 2025

FADOS do FADO...letras de fados...

 



A voz de Portugal

Fernando Teles / Guilherme Coração *fado sem pernas*
Repertório de Maria Alice
Letra extraída do livro *Poetas Populares do Fado Tradicional* 
de Daniel Gouveia e Francisco Mendes

Ter um fado igual ao meu
Ó Coimbra quem te dera
Na Mouraria nasceu
Teve por mãe a Severa

Fado lindo do Mondego 
Cantado por noite fora
À alma tira o sossego 
Que de tanto ouvi-lo chora

O de Lisboa é mais triste
É mais castiço, mais faia
A alma não lhe resiste 
Ouvindo-o logo desmaia

Por mim ou outro cantado 
Na Mouraria ou Choupal
São lindos todos os fados 
São a voz de Portugal

A voz do mar

Letra de Frederico de Brito
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

Um dia fui-me sentar
À beira do mar salgado
Nisto, ouvi a voz do mar
Com a terra conversar
Sobre as coisas do passado

Que é das tuas caravelas 
Que há muito não tenho visto?
Como ‘inda me lembro delas 
Traziam sempre nas velas 
A bendita Cruz de Cristo

Parece que ainda as vejo 
Tão soberbas, tão galhardas
Saindo a barra do Tejo
Impondo um simples desejo
Pelas bocas das bombardas

Como elas iam então 
Todas nimbadas de luz
Desde o Brasil a Ceilão 
Da Terra-Nova ao Japão
E de Macau a Ormuz

Nisto o mar olhou a terra 
Estremeceu de surpresa
Altivo, como uma serra 
Passava um barco de guerra
Da Marinha Portuguesa

A voz do meu coração

Fernando Alves / Armando Machado *fado Maria Rita*
Reportório de Jorge César

Sou ave que já não canta
Sou fadista sem garganta
Tenho fado nos meus dedos
Nos momentos mais sofridos
Eu sinto nos meus sentidos
Desvendar os seus segredos

Nos meus versos canto um fado
Neste tom bem magoado 
Com tristonha melodia
E na voz do coração
Eu canto a solidão 
A saudade e nostalgia

No meu fado há outros fados
Destinos desencontrados 
Amores, desilusões
Retalho de muitas vidas
Recordações esquecidas 
E momentos de emoções

Quando o meu fado acabar
Meus dedos vão-se calar 
No silêncio bem profundo
Termina a solidão
E a voz do meu coração 
Já não canta neste mundo




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