
Impressionante sexto álbum de estúdio do genial compositor Egberto Gismonti, com o qual ele foi aos poucos conquistando um lugar no coração dos ouvidos mais experimentais e aventureiros, sendo este trabalho muito particular por significar o início de uma nova etapa para o músico brasileiro, que deixa para trás a música popular brasileira para abraçar plenamente uma mistura de estilos instrumentais que combina jazz fusion, música contemporânea e música progressiva, chegando até mesmo ao próprio rock progressivo quase sinfônico, ao incorporar orquestra de cordas, sintetizadores e instrumentos acústicos e eletrônicos em suas composições cada vez mais complexas e ousadas. É o resultado de anos de evolução e busca por uma linguagem musical pessoal, que ele continuará a desenvolver por muitos anos, fundindo e combinando diferentes elementos. Damos continuidade a esse marco na carreira desse extraterrestre da música, um gênio não só no Brasil, mas no mundo todo, dentro da nossa seção do melhor da música brasileira, um festival de música para curtir e se surpreender...
Ano: 1974
Gênero: Jazz Fusion / Latin Jazz / Progressive Rock
Duração: 53:20
Nacionalidade: Brasil
Para começar, vou deixar uma tarefa para vocês, vamos ver se vocês percebem... nesta seção há elementos que lembram uma certa música conhecida de Steven Wilson , vamos ver se vocês percebem.
Egberto Gismonti é mundialmente conhecido como multi-instrumentista e compositor. Ele foi profundamente influenciado pelo mestre brasileiro Heitor Villa-Lobos, e suas obras refletem a diversidade musical do Brasil. Do batuque dos índios da Amazônia ao samba e choro cariocas, passando pelo frevo, baião e forró nordestinos, Gismonti captura a verdadeira essência da alma brasileira de uma forma primitiva, porém sofisticada, e a reflete por meio de sua visão pessoal, elaborada por anos de treinamento clássico e conhecimento de uma riqueza de linguagens musicais nas quais o jazz desempenha um papel significativo.Álvaro Neder
Tanto "Academia de Danças" como quase todo o restante da discografia de Egberto é tocado ou atravessado pelos anos de ditadura militar no Brasil, mesmo assim este álbum acabou se tornando um dos grandes clássicos da discografia de Gismonti, que aqui se aventura no uso da flauta indígena, misturada a sintetizadores, órgãos e piano elétrico, criando uma combinação única e brilhante entre a música popular de onde ele veio (ou melhor, um dos ramos de onde ele veio) com a música erudita, o jazz e a música progressiva. Além disso, talvez a aproximação com o nosso querido estilo se deva, além da fome de experimentação de Egberto, também porque aqui participam dois gigantes da música instrumental e ex-integrantes do grupo Som Imaginário : Robertinho Silva e Luis Alves .
Para que vocês possam ver, ou melhor, ouvir como soa esse lindo álbum, deixo um vídeo, e vários outros abaixo, completando a entrada (junto com algumas coisas ao vivo de outros caras que estavam aprendendo a tocar XD):
No início de sua carreira, surgiu uma controvérsia, principalmente entre os críticos, sobre se Gismonti era um músico erudito. Hoje, depois de quase trinta anos de carreira e com uma discografia extensa, pode-se dizer que ele é ao mesmo tempo: um músico erudito e popular, mas, acima de tudo, um dos maiores músicos que o Brasil já ofereceu no cenário internacional.Senhor Waldo García
Egberto Gismonti conseguiu transcender todas as barreiras geográficas e culturais, tornando impossível que sua música fosse enquadrada em apenas um gênero. Sua música é influenciada pelos estilos musicais que ele ouvia, como jazz, rock, dança, folclore e música clássica.
O avô de Gismonti era o diretor de uma banda da aldeia, o que permitiu que Egberto passasse muitas horas ouvindo-a, iniciando assim seu amor pela música e, mais tarde, estudando por quinze anos no conservatório.
(...) Em 1970 gravou seu segundo disco, “Sueño 70” e depois vieram “Agua y vino” (1972), “Gismonti” (1974), “Academia de danzas” (1975). Com este álbum ele alcançou o grande público, conseguindo vender trinta mil cópias daquele disco, um fato inédito até então na música instrumental brasileira. Também naquele ano ele excursionou pelos EUA com Airto Moreira, com quem gravou o álbum "Identy". Nessa turnê, eles se apresentaram ao lado de grandes nomes do jazz, como Miles Davis, H. Hancock e Quincy Jones, obtendo grande reconhecimento.
01. Palácio da Pintura
02. Jardim dos Prazeres (Egberto Gismonti/Geraldo Carneiro)
03. Festa de Casamento
04. Um portal encantado
05. Scheherazade (Egberto Gismonti/Geraldo Carneiro)
06. Casamentos de Prata (Egberto Gismonti/Geraldo Carneiro)
07. Quatro Canções (Egberto Gismonti/Geraldo Carneiro)
08. Vila Rica 1720 (Egberto Gismonti/Geraldo Carneiro)
09. Continuidade dois parques
10. Consistente com a altura do sol
11. Conforme a altura do céu
Músicos:
- Egberto Gismonti / piano, piano elétrico, sintetizador, órgão, violão, flauta, voz
Danilo Caymmi / flauta baixo
Paulo Guimarães /
Tenório Junior flauta / piano elétrico e órgão
Luiz Alves / baixo
Roberto Silva / bateria
Dulce Bressane / vocal
Mário Tavares / orquestra de cordas regendo



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