quarta-feira, 2 de julho de 2025

Há 41 anos, em julho de 1984, Marina Lima lançava Fullgás

Há 41 anos, em julho de 1984, Marina Lima lançava Fullgás, quinto álbum de estúdio da artista fluminense. 🇧🇷
Marina Lima surgiu em 1979, quando foi lançado pela Warner seu LP de estreia, Simples Como Fogo; em 1980, já com a Ariola, foi a vez de Olhos Felizes -- com Lobão, inclusive, começando a integrar sua banda como baterista. Nessa época, a artista, que ainda assinava simplesmente como Marina, era vendida como "uma garota zona sul meio que sem nada na cabeça", mas logo perceberam que com ela o buraco era mais embaixo: Marina teve a canção "O Lado Quente Do Ser", composição sua com seu irmão e parceiro musical Antônio Cícero, regravada por Maria Bethânia, e ainda participou de especiais importantes da Rede Globo, como Mulher 80 e A Arca De Noé. Em 1981, com a música "O Charme Do Mundo" incluída na trilha sonora O Sétimo Sentido, Marina se tornou ainda mais conhecida, lançando ainda Desta Vida, Desta Arte (1982) no ano seguinte.
Depois de lançar três discos pela Ariola, Marina se mandou de mala e cuia para a PolyGram (atual Universal Music), porque na Ariola e na Warner ela não se sentia plenamente no controle de suas obras: a Warner, gravadora com a qual lançou seu primeiro LP, queria fazer de Marina um símbolo sexual, enquanto a Ariola, segundo a artista, tinha um lado "elitista" que não a agradava. Fullgás, quinto álbum de estúdio de Marina, portanto, foi sua estreia na PolyGram, e primeiro disco de que a artista, então com 27 anos de idade, sentiu ser dona de verdade.
Com produção de João Augusto, o novo LP diversificou as parcerias de Marina -- se antes a maioria era com Antônio Cícero, agora ela também compunha com Ana Terra, Lobão, além de ter gravado músicas de outras pessoas, como Lulu Santos, Nelson Motta e da dupla Roberto e Erasmo Carlos. "Fazer esse disco foi uma delícia, foi uma relação de amor mesmo com os músicos", declarou Marina ao jornal O Globo.
No período de gravação, Marina também estava muito interessada em bateria eletrônica, com a artista declarando que a opção sintetizava o que ela procurava, que era uma "bateria tranquila e sem viradas, sem perturbar o canto", declarou, encontrando no produtor João Augusto o parceiro ideal para desenvolver sua proposta. A única canção gravada com um baterista foi "Me Chama", composição do próprio Lobão que se tornaria uma das canções mais conhecidas na voz de Marina. A artista, que se cercou de ótimos músicos, teve Liminha no baixo, inclusive tocando o solo da faixa-título "Fullgás", enquanto Lulu Santos gravou a guitarra de "Mais Uma Vez"; Nelson Motta foi responsável pela versão em português de "Veneno" (originalmente "Veleno"), enquanto "Mesmo Que Seja Eu", de Roberto e Erasmo, que já era cantada por Marina nos shows anteriores a Fullgás e um clássico de seu repertório ao vivo, finalmente ganhou sua versão definitiva em estúdio, com um arranjo mais intimista.
Fullgás foi lançado pela PolyGram em julho de 1984 e logo tornou-se um dos maiores sucessos da cantora Marina Lima, que incursionava em um pop rock urbano e eficiente. O álbum foi aclamado pela crítica, com elogios à sensibilidade dos arranjos e letras ao mesmo tempo que explora com maestria as novas possibilidades dos teclados eletrônicos e da bateria sintetizada, e emplacou a faixa-título, "Mesmo Que Seja Eu", "Me Chama" e "Veneno (Veleno)". O sucesso alcançado pelo álbum na época de seu lançamento lançou Marina ao estrelato e a tornou uma das grandes vendedoras de discos no Brasil.



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