domingo, 30 de novembro de 2025

Grandes álbuns do Prog-Rock: L' Uovo Di Colombo - "L' Uovo Di Colombo" (1973)

 

Surgida em Roma, "L'Uovo Di Colombo" foi outra daquelas bandas italianas que fez apenas um álbum sem apoio da gravadora e desapareceu logo após o lançamento. Na formação, Toni Gionta (vocais), Enzo Volpini (teclados, violão), Elio Volpini (baixo, guitarra) e  Ruggero Stefani (bateria, percussão). Enzo e Ruggero haviam tocando antes na banda "I Fholks" junto com futuros membros da "Reale Accademia Di Musica" (leia aqui), enquanto Elio havia sido membro da banda "Flea on the Honey" (da Sicília, que migrou para Roma e lançou um álbum em 71).
Logo, destacou-se como um dos novos grupos promissores com algumas apresentações ao vivo em festivais e concertos, entre os quais talvez o mais memorável tenha sido em 10/mar/1973 no Palazzo Dello Sport de Roma, onde a banda abriu para o Deep Purple. No mesmo ano, participou do "Festival Pop" em 22/set/73 no Stadio Comunale Enrico Rocchi, em Viterbo
Nessa trajetória, a banda conseguiu um contrato de gravação com a EMI italiana e lançou seu único álbum homônimo. "L' Uovo Di Colombo" foi um grande disco com destaque para a excelente voz de Toni Gionta (cujo real sobrenome era Tartarini - depois ele seria cantor no Cherry Five - leia aqui) apoiada pelo trio teclados/baixo/bateria no melhor estilo "Le Orme" com ocasionais usos de violão e guitarra. Sólida sessão rítmica e competentes teclados (foco principal) deram ao álbum uma alta qualidade e todas as oito faixas eram perfeitas. Sim, influências do ELP (mas pense no primeiro álbum, o "disco da pomba" e não no "Tarkus" e seguintes), mas há a música soando bem italiana (pense SemiramisMetamorfosi). Os arranjos não eram tão complexos, mas as performances eram poderosas. O resultado foi tão bom que é lembrado por muita gente hoje como um discaço colocando o "L' Uovo Di Colombo" no Olimpo do Prog italiano clássico.
O nome da banda (e do álbum) era uma alusão à lenda anedótica popular no sul da Europa sobre a descoberta da América por Colombo (em out/1492). Segundo ela, Cristoforo / Cristóvão Colombo (que era italiano/genovês de nascença) desafiou um grupo de nobres espanhóis a colocar um ovo em pé para demonstrar que uma descoberta/desafio só é fácil depois de já ter sido alcançado (Colombo teria trazido, depois de ninguém conseguir colocar o ovo em pé, um ovo cozido e o colocado em pé. "Nós poderíamos ter feito isto!", reclamaram eles. "Sim, mas não o fizeram", respondeu Colombo). Provavelmente, classificar este álbum como "essencial" seja exagero. Trata-se de mais um charmoso "one album wonder" do boom do Prog italiano de 1972-73. Ao final, não é nada especialmente original, embora haja grande qualidade e competência (a banda era menos romântica/operística e não vanguardista no estilo). Talvez, uma versão mais psicodélica e suave do "Le Orme". Especial, porém sem picos de destaques e sem pontos fracos. Sem absolutamente nenhum apoio da gravadora (e num mercado - o Rock Progressivo Italiano - repleto de expoentes excelentes), a banda logo acabou.
Duas faixas tiradas do álbum foram lançadas num single, porém sem sucesso. Após a separação, o baterista Ruggero Stefani ingressou no Samadhi, depois no Mediterraneo e no Gli Alunni del Sole. Elio Volpini formou junto com seus ex-companheiros de Flea on the Honey o grupo de Jazz-Rock Etna. O cantor Gionta trocou o nome para Tony Tartarini e passou pelo Cherry Five. Uma nova formação do "L' Uovo Di Colombo" foi criada por Elio Volpini (com outros músicos) e lançou o álbum "Schiavi Del Tempo", em 2024 (incluindo remakes de velhas canções e três novas na linha mais Jazz-Rock). 



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