terça-feira, 6 de junho de 2023

Nickelback lança versão deluxe do álbum “Get Rollin'”

 

Edição estendida conta com versões ao vivo e acústicos das faixas.

Após o sucesso de seu décimo álbum da carreira, “Get Rollin’”, os canadenses do Nickelback lançam uma versão deluxe, capitaneada por uma versão ao vivo do sucesso “San Quentin”, que acumula mais de 52 milhões de streams. Criado de um modo livre, o trabalho traz a trilha sonora de uma jornada que passa pelos contrastes do som do grupo que fizeram deles um dos nomes mais relevantes do rock nas últimas décadas, com 10 versões acústicas e ao vivo das faixas do álbum.


Passamos os últimos anos gravando em um ritmo que nos deu liberdade para criar sem pressa. Sentimos falta do contato com o público e estamos ansiosos para dar vida às novas canções no palco, então vamos fazer rolar!”, conta o grupo, que inicia uma turnê norte-americana em junho.

“Get Rollin’ – Deluxe” vai desde a enérgica jornada de uma fuga na faixa “San Quentin” (que ganha uma versão ao vivo em Nova Jersey) até “Those Days”, que evoca hits como “Rockstar” e “Photograph”, em uma nostalgia coletiva sem perder o foco no futuro, com versões ao vivo e acústica. Tudo isso passando por sonoridades influenciadas pelo rock de arena dos anos 80 e até momentos chapados inspirados no country e no blues para ouvir na estrada, como em “High Time”, que também ganha sua versão acústica.

Assista ao clipe “Those Days”:


Assista ao lyric video de “High Time”:


Considerada pela Billboard em 2009 a banda de rock mais bem sucedida da década, o Nickelback é o 11º artista com maior sucesso comercial de todos os tempos, contando com mais de 50 milhões de discos vendidos e mais de 4,7 bilhões de streams até hoje. Com clássicos como “How You Remind Me” e “Far Away”, a banda lançou 23 singles que chegaram ao topo das paradas. Seu sucesso resultou em mais de 26 prêmios, incluindo Billboard Music Awards, American Music Awards, MTV Video Music Awards e muito mais. Além disso, a banda teve 12 turnês consecutivas com ingressos esgotados, com quase 10 milhões de entradas vendidas em todo o mundo. 

Get Rollin’ – Deluxe’” está disponível para streaming via BMG.

Tracklist:


San Quentin

Skinny Little Missy

Those Days

High Time

Vegas Bomb

Tidal Wave

Does Heaven Even Know You’re Missing?

Steel Still Rusts

Horizon Standing In The Dark 

Just One More 

San Quentin (Live from Starland Ballroom) 

Those Days (Live from History) 

Those Days (Acoustic) 

High Time (Acoustic) 

Tidal Wave (Acoustic) 

Does Heaven Even Know You’re Missing? (Acoustic) 

Steel Still Rusts (Acoustic) 

Horizon (Acoustic) 

Standing In The Dark (Acoustic).

Just One More (Acoustic)


Viper lança novo single “The Android” e anuncia data de lançamento do álbum “Timeless”


 A espera acabou: o Viper lança mais uma música do álbum “Timeless”. “The Android” é o último single antes do lançamento do aguardado disco, que sai em todas as plataformas digitais em 23 de junho de 2023. É o primeiro trabalho inédito da lendária banda de heavy metal brasileira em 15 anos.

“The Android” é uma faixa intensa e frenética, cantada por Pit Passarell e composta em parceria com o baterista Guilherme Martin. A música, que remete ao estilo do grupo das fases “Evolution” e “Coma Rage”, é mais uma amostra de que o repertório de “Timeless” engloba toda a carreira da banda.

A nova canção terá clipe assinado por Caio Cobra e João Leão. O diretor Caio Cobra foi responsável pelos clipes de “Under the Sun” e “Freedom of Speech”, produções em que João Leão atuou como diretor de fotografia. A capa foi feita pela artista Fernanda Victorello, autora de todas as artes dos singles lançados até agora e também da capa de “Timeless”, que em breve será divulgada.

O álbum “Timeless” será lançado pelo selo Wikimetal Music e contará com onze faixas, que incluem os singles “Under the Sun” e “Freedom of Speech”, assim como a faixa-título “Timeless”.

A produção foi realizada por Maurício Cersosimo (Paul McCartney, Avril Lavigne). O VIiper recentemente tocou no Rock in Rio 2022 e na primeira edição do festival Summer Breeze Brasil. Atualmente a banda está em turnê pelo Brasil, apresentando canções recentes e sucessos de toda a sua carreira.

O disco novo será o primeiro com a formação atual da banda, que conta com Leandro Caçoilo (vocais), Felipe Machado e Kiko Shred (guitarras), Pit Passarell (baixo e vocais) e Guilherme Martin (bateria).



Aline Happ lança “Branching Out”, seu 1º álbum em carreira solo

 

Cantora ficou conhecida entre os fãs de rock graças à sua banda de metal sinfônico, Lyria

O período da pandemia para os trabalhadores das artes foi uma fase de reinvenção. Com isso em mente, a cantora carioca Aline Happ, vocalista da banda de metal sinfônico Lyria, decidiu investir em seu projeto solo. Em sua casa, começou a gravar vídeos com versões folk e celta de sucessos do pop e rock internacionais, de Rihanna até Iron Maiden. A iniciativa alcançou fãs no mundo inteiro e resultou no disco “Branching Out”, primeiro álbum solo da artista, que traz versões inéditas e canções autorais. 


Estávamos em época de pandemia e o Lyria não podia se reunir. Eu não queria deixar nossos fãs sem novos conteúdos e o projeto solo surgiu como mais uma forma de expressar a minha criatividade e versatilidade musical, além de homenagear algumas das minhas influências e inspirações. Eu sempre gostei de diversos estilos musicais, especialmente o rock, o metal, o folk e a música celta. Então eu decidi criar versões Gothic/Folk/Celtic de canções que marcaram a minha vida, tanto do rock quanto do pop. Eu também quis mostrar um lado mais pessoal e intimista da minha arte.” – destaca Aline Happ.

Indo contra a ideia de que ninguém investe mais em álbum, “Branching Out” é fruto de um bem-sucedido financiamento coletivo, o trabalho chegou a superar a meta inicial de 20 mil reais, alcançando mais de 40 mil reais, entre apoios nacionais e internacionais. 

Quando comecei a postar as minhas versões, recebi muito apoio e feedback positivo dos meus fãs e de novos ouvintes, pedindo por um álbum. Percebi também que as minhas versões tinham uma identidade sonora e poderiam ser reunidas em um trabalho mais completo e coeso, como um álbum, então fiz um crowdfunding para isso. Na verdade, a ideia inicial era que o álbum fosse apenas de versões, mas durante o processo, eu compus várias músicas e escolhi quatro para fazerem parte do ‘Branching Out’. Um disco tem um valor artístico e simbólico grande, pois representa uma jornada musical e emocional do artista. E meus fãs gostam muito de trabalhos completos, principalmente material físico como CDs e LPs.”, avalia Aline.

A iniciativa de contar com a ajuda dos fãs já havia funcionado antes na carreira da artista. A primeira vez foi antes de lançar “Catharsis”, o disco de estreia do Lyria, em 2014. Com ajuda daqueles que acreditavam no sonho da banda, os músicos alcançaram 8 mil dólares, superando a meta. Quatro anos depois, foi a vez de unir forças para o álbum “Immersion”, que seguiu a mesma fórmula de sucesso e superou a marca anterior, chegando a 13 mil dólares.

Explorando novas possibilidades musicais e artísticas, sem esquecer de suas raízes no rock, “Branching Out” é a busca de Aline Happ em levar os fãs para um mundo de magia, utilizando elementos como harpa, flauta, guitarras, percussão, violino, sintetizadores, coro, entre outros.

‘Branching Out’ significa se ramificando ou se expandindo. Escolhi esse nome porque ele representa bem o conceito do meu projeto solo. Queria trazer um pouco de magia para a vida das pessoas através da música! No Lyria, falo muito sobre sentimentos e, no projeto solo, quero também despertar sensações para um universo de fantasia. Este novo disco é uma mistura de nostalgia e inovação, de tradição e modernidade, é uma jornada a um mundo de magia e mistério!”, declara Aline. 

Em um processo intuitivo e orgânico, Aline Happ produziu “Branching Out” entre lágrimas e sorrisos: em dezembro de 2021, com a morte de sua avó, surgiu a primeira música autoral, “Flower of Light”, em sua homenagem. Desde então, outras três canções foram escritas e entraram para o disco, que traz influências de bandas clássicas como Linkin Park, Kansas, Nightwish e Scorpions, e de artistas como Sarah Brightman, Enya, Celtic Woman, entre outras. 

Lidando com desafios que foram desde a perda pessoal até a resolução de questões relacionadas à prensagem, logística, entre outras, Aline também foi a responsável por programar instrumentos, tocar pandeirola, criar arranjos, mixar e masterizar todas as músicas, além de gravar e editar os vídeos, divulgar e gerenciar o projeto solo nas redes sociais, além de ser responsável pelo design, letras e músicas. Aline contou com a parceria de Patrick Happ para as fotos do álbum e também para as letras de “Join Me”, “Sea of Dreams” e “Home”. Rod Wolf, também do Lyria, gravou as guitarras e violões de “Join Me”, “Sea of Dreams”, “Home” e “Stairway to Heaven”.

Felizmente, tive o apoio dos meus fãs, que me ajudaram via Patreon e Padrim, e claro, também contei com o auxílio no crowdfunding, que foi essencial para tirar esse projeto do papel. Convidei o Rod Wolf da minha banda Lyria para dar um ‘toque’ Rock n’ Roll para algumas das canções e o trabalho dele ficou incrível! Ele apoiou meu projeto solo desde o início, participando do primeiro vídeo do meu canal, além de entender muito bem a proposta e o que eu queria para cada faixa. Além disso, contei com a ajuda do meu marido, Patrick, que também já participa do processo criativo do Lyria”, elogia Aline.

Pensado para ser um disco que se tornasse um registro da expansão da trajetória de Aline Happ como artista, o álbum “Branching Out” não é uma ruptura com o Lyria, e sim, um complemento. Tal como dito é “Join Me”, um dos principais singles do disco, um dos propósitos do álbum é convidar os fãs de rock, música celta, folk e classical crossover para conhecer o trabalho de Aline, e posteriormente, mais do metal sinfônico nacional.

Conhecida mundialmente por seu trabalho como líder, vocalista e compositora do Lyria, Aline Happ é hoje uma das vozes mais famosas do metal brasileiro. Em seu projeto solo, a artista promove releituras Folk/Celtic de canções do rock, do metal e do pop mundial que estão disponíveis em seu canal no YouTube. O Lyria foi fundado em 2012 e, de lá pra cá, o grupo lançou dois discos com apoio de crowdfunding, “Catharsis” (2014) e “Immersion” (2018) e tocou em diversas cidades, além de ser pioneiro no Brasil na transmissão de shows online com venda de ingressos para o mundo todo.


Queens of the Stone Age lança o single “Carnavoyeur”

 

Josh Homme e os caras do Queens of the Stone Age não são estranhos ao escuro. A música deles sempre teve um toque de macabro, melancólico, estranho, que pode ser rastreado até seu lançamento de estreia em 1998. No entanto, seus lançamentos mais recentes, “Like Clockwork and Villains” viram a banda realmente cair por aquela toca de coelho.

Com o lançamento de hoje de “Carnavoyeur”, o último single da banda de seu próximo álbum, “In Times New Roman” aquela viagem ácida ao negro continua. Considerando que o primeiro single do álbum, “Emotion Sickness”, foi um pouco estranho e estranho, esta nova faixa mergulha de cabeça naquele lado alucinante e encharcado de LSD do espectro sonoro do QotSA. É uma faixa oscilante e cheia de eco que tem o canto frontal e central de Homme em meio à paisagem sonora em expansão.

De acordo com a banda, “In Times New Roman…” é:

cru, às vezes brutal e não recomendado para os fracos de coração. E, no entanto, é talvez o álbum mais bonito e definitivamente o mais gratificante de sua discografia épica. As letras mais ácidas de Homme até hoje são impulsionadas pela assinatura sonora QOTSA instantaneamente identificável, expandida e embelezada com reviravoltas novas e sem precedentes em praticamente todas as músicas. Com In Times New Roman… vemos que às vezes é preciso olhar por baixo das cicatrizes e crostas para ver a beleza, e às vezes as crostas e cicatrizes são a beleza.

Além do novo single, a banda também revelou o que está chamando de “Midnight Club”, uma oportunidade de ouvir o novo álbum na íntegra na noite anterior ao lançamento a partir das 23h. em 15 de junho. Somente lojas de discos e pubs selecionados em todo o mundo sediarão o evento, com os participantes tendo acesso a mercadorias exclusivas, acesso a brindes e possíveis itens autografados e brindes de ingressos.



Tracklist:

01. Obscenery
02. Paper Machete
03. Negative Space
04. Time & Place
05. Made to Parade
06. Carnavoyeur
07. What the Peephole Say
08. Sicily
09. Emotion Sickness
10. Straight Jacket Fitting


Disco Imortal: Pixies – Doolittle (1989)

Álbum imortal: Pixies – Doolittle (1989)

4AD / Elektra, 1989

O “Doolittle” é muito mais fácil de ouvir do que analisar. Sair para escrever sobre isso pode ser uma faca de dois gumes. E isso não só pode ser pensado pelo escritor, mas também pelo próprio Black Francis, vocalista dos Pixies e cérebro por trás dessa cena totalmente essencial do rock alternativo, que em mais de uma ocasião nos convidou a simplesmente deixar nossa imaginação e capacidade de fluxo divertido, simplesmente ouvindo, embora também não haja como fechar os olhos para o fato de que há muito o que analisar aqui, em um disco cheio de referências artísticas e de onde saem belas melodias e uma brutalidade emocional de partir o coração ao mesmo tempo. De resto, o próprio Black não conseguiu esconder tanto, concedendo um tempo considerável para entrevistas para decifrar seus mistérios,

Isso mesmo, «Doolittle» foi um pouco incompreendido em sua época, poucos ficaram satisfeitos com o som, que difere bastante de seu anterior “Surfer Rosa”, produzido por Steve Albini, desta vez a banda arriscou com o produtor Gil Norton, alcançando um som mais limpo e finalmente conquistando seu primeiro feito, na verdade o álbum nunca chegou ao topo das paradas nos EUA até seis anos depois, um caso curioso para ser reconhecido como um dos mais influentes de todos os tempos.

No livro de "Doolittle" detalhes arrepiantes são revelados: como 'Debaser', a brilhante peça de abertura quase deixada de lado, o primeiro salto da influência de Dalí/Buñuel para aquela surreal obra audiovisual 'Un Perro Andaluz', uma música com aquela guitarra épica , a voz comovente de Black e os coros angelicais de Kim Deal, o suficiente para cair a seus pés imediatamente. 'Tame' e sua linha de baixo inesquecível aguardam uma explosão de proporções, aqui você já quer começar a jogar tudo pela janela e é só o começo.

É o ponto de entrada para algo muito melhor. É incrível, estávamos diante de um álbum com músicas muito diversificadas, com uma fatura global muito contundente, nunca antes vista. Enquanto a visceral 'I Bleed' dava essa coisa autodestrutiva, com aquele ritmo tão singular como se tirado do filme Zorba, o Grego, 'Wave of Mutilation' virou o hino de toda uma geração, com sua onda – e o jeito que os coros são montados - simplesmente dá vontade de chorar de emoção, além da letra, é uma das músicas que mais nos emociona ao cantá-la. Uma maravilha.

Mas Francis não foi apenas brilhante ao compor esta placa no lado emocional, o fator intelectual também fluiu mais do que nunca, além do surrealismo e referências a David Lynch, a coisa bíblica é colocada em vários, Francis sendo um grande leitor durante toda a sua vida, naqueles anos estava beirando o rol bíblico (a ficção científica posterior e sua devoção a Ray Bradbury tiveram que dizer muitas coisas no futuro), e aí estão eles 'Gouge Away' (que grande tema escolhido para fechar o prato, o toque final com todas as suas letras) e 'Dead' contrastando as histórias de Sanson e Delilah e David e Bathsheba respectivamente, fazendo um paralelo muito particular. A postura ecológica pela defesa dos animais também caiu nitidamente com outra inesquecível como 'Monkey Gone to Heaven', a dupla vocal Black/Deal trabalhando muito bem, que realmente brilha neste álbum.

O lado "divertido" também surge neste álbum, nem tudo ia ser tema conceptual, seriedade ou visão de dever social: 'La La Love You', com aquela bateria contagiante do "mago" Dave Lovering e a guitarra tão sugestivos fazem um flerte musical, quase como uma zombaria do clichê do romantismo, ou 'Crackity Jones', que reúne as bizarras experiências de Francis como estudante universitário em Porto Rico (portanto, não é a única vez que a incorporação de letras em espanhol é nas canções dos Pixies). Também o reggae estilo zeppeliano de 'Mr. Grieves' nos surpreende, especialmente quando fica um pouco agitado.

O caso de 'Here Comes Your Man' é um ponto à parte. O caso típico de uma banda que odeia sua música mais conhecida, como Radiohead com 'Creep' ou o próprio Michael Stipe do REM com 'Shiny Happy People', de acordo com Francis não havia registro onde ela tivesse um lugar e a música tivesse existe há anos. composto. Eles também não gostaram de tocar ao vivo sistematicamente. Talvez o amorzinho tenha se transformado em um fervor quase religioso para os fãs, outro hino incontestável e um dos refrões mais cativantes do rock alternativo, diga-se de passagem.

Um belo álbum, deixar uma música de fora seria uma injustiça. 'Hey' também é cheia de doçura, 'There Goes my Gun' tem aquela acidez/melancolia que os Pixies fazem tão bem quando querem. 'Silver' com Joey Santiago no baixo e a própria Kim Deal na guitarra slide também se afasta da estrutura musical convencional da banda.

A verdade é que cada música tem uma personalidade própria e um encanto único. E tantas músicas, colocadas assim, nessa ordem, dessa forma, fazem dele uma obra-prima, num álbum que nunca acaba sendo chato e que foi peça fundamental para muito do que se fez a partir de então no rock. . Primordial para o grunge que tanto falava no início dos anos 90 (basta ver quais eram as bandas preferidas de Kurt Cobain para perceber). Aliás, é uma banda que tem tudo a ver com o som do Nirvana, indo da melancolia à imensa fúria. Um disco que simplesmente dá vontade de entesourá-lo, guardá-lo ali, sem vestígios de erosão, como um dos mais preciosos que a música nos deu.

 

Disco Imortal: Sex Pistols – Never Mind the Bollocks (1977)

 

Álbum imortal: Sex Pistols – Never Mind the Bollocks (1977)

Virgin Records, 1977

"The Sex Pistols era algo que tinha que acontecer", diz o relato do documentário da banda de Julian Temple "The Filth and the Fury" em sua introdução, e cara, eles aconteceram! Falar deste álbum é simplesmente falar de toda a história dos Sex Pistols, uma banda tão fugaz e importante que ostenta o (des)honroso título de ter mudado a história do rock para sempre com apenas um álbum de estúdio.

É absolutamente incrível, "Nevermind the Bollocks" é um disco onde os músicos não sabiam tocar, o empresário não tinha ideia de gestão de negócios, feito por drogados e bêbados, mas mesmo assim é uma obra prima do punk, um disco que Eu como bem O nome dele já diz, ele deu a mínima, em nenhum momento esqueceu dos bailes, da atitude, e que conseguiu abalar em níveis tão macro que o próprio país, a Rainha da Inglaterra e a mídia da época temido em tal nível que eles até baniram onde puderam. Foram a primeira banda a dizer "fuck you all" e isso é fruto de uma honestidade brutal que talvez também os tenha matado em tão pouco tempo.

É estranho, o vocalista Johnny Rotten disse que nem mesmo um produtor de heavy metal poderia ter conseguido tal coisa com os Pistols, as influências vieram de Roxy Music, também T-Rex, Bowie e algum Alice Cooper, embora um dos principais compositores, o baixista Glenn Matlock sempre foi apaixonado pelo som dos Beatles e do rock and roll dos anos 50. Caso curioso, e onde os riffs desta linhagem acabaram por ser uma fornada de hinos punk com uma atitude desafiadora e bestial.

'Anarchy in the UK' demonstrou o talento de Johnny Rotten para escrever músicas, para fazer rimas, é claro que ele era um animal no palco, aquele tom desafiador, irritante como uma pulga na orelha e aquela cara de louco que ele fazia era uma dica como uma ponta de lança para os críticos e os olhares absortos da mídia, que realmente não sabia o que essa banda estava tentando fazer, não sabia se os amava ou os linchava. “Eu queria algo que rimasse com 'anticristo' e 'anarquista' fosse perfeito”, diz Rotten sobre como talvez o maior hino do punk rock de todos os tempos viria a ser. Rotten nunca foi muito educado, pois uma meningite infantil acabou deixando-o muito acometido e suas notas e aparência ruins acabaram tornando-o vítima do ridículo no curso, até que se rebelou contra tudo, e que melhor forma de fazer isso do que com o Pistolas. Por causa disso, ele nunca quis ser intelectual demais para escrever. "Eu quero ser um rockstar para que as garotas chupem meu pau", disse ele.

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Eram canções melódicas, mas somadas à raiva vocal de Rotten, os riffs ácidos de Steve Jones e uma atitude altamente rebelde criaram esse conceito visceral, 'God Save The Queen' talvez tenha sido mal interpretado como um insulto direto à rainha, mas sim ao sistema monárquico, ao se questionar se o povo inglês realmente precisava ter uma família real. Foram anos de regime conservador e fortes crises, e o maior impacto era certo por conta disso.

'Pretty Vacant' é uma música inspirada no Abba (novamente a mão “pop” de Glenn Matlock causando falatório) e essa foi a graça, a metamorfose do pop para algo tão radical, considerando que paradoxalmente ele foi demitido da banda pelo que em si, em um dos grandes erros que poderiam cometer e que sairia muito caro. 'Holidays in the Sun' encarregou-se de abrir o álbum tal como o conhecemos, faixa de abertura certeira, muito manobrável como todo o álbum, inspirada numa digressão à Alemanha definida como "um alívio sair de Londres" com toda a perseguição que tiveram naqueles anos, a paranóia que o muro de Berlim produziu deu pautas para as ideias do sujeito.

Enquanto 'Bodies' era uma história sórdida de uma suposta namorada podre que chega com um… feto em uma bolsa! para a casa deles, o encerramento com “EMI:” marcou todo o repúdio à primeira gravadora que os “acolheu”. Foi uma loucura, as gravadoras eram uma porta giratória, A&M passou pela mesma coisa com os Pistols, terminando o disco com a Virgin finalmente.

A coisa com os Pistols era um tanto injusta, é verdade que eram bêbados, drogados e imbecis (e imediatamente pensamos em Sid Vicious), mas nos anos sessenta estava cheio disso e a rejeição nunca chegou a tal nível, quando Eles chegaram ao topo das listas, não foram citados, apenas com espaços em branco, a proibição foi uma espécie de marca importante para eles. Agora sabemos que quando uma velha lista de alvos deixava o espaço em branco, pelo menos era porque o crédito ia para os Sex Pistols.

Revolução com todas as suas letras em algo que supunha ser uma "invenção e manipulação" de Malcolm McLaren, e claro que foi, mas não a ponto de a banda se arrepender, os Pistols também não viram muito dinheiro em seus dias .boom, eles foram enganados muitas vezes e enquanto seus singles e discos vendiam como loucos, houve momentos em que eles nem tinham dinheiro para o ônibus. Um disco que representou bem o punk no contexto do que se quer tirar dele pelo menos: honestidade, raiva, descontentamento, desafio à autoridade, à burguesia e ao sistema que governava uma sociedade britânica pouco próspera para a juventude. e tudo isso somado às grandes canções com as quais foi nutrido, sem dúvida o torna uma obra-prima que mudou para sempre a face do rock. Apenas Deus salve os Sex Pistols!


Disco Imortal: The Who – Tommy (1969)

 


Track Records/Decca Records, 1969

Paradoxalmente, pode-se dizer quando foi publicado na Nación Rock, onde o centro é a música em termos mais artísticos do que outro tipo de visual, o que há de mais interessante neste álbum para tentar compartilhar ao comentá-lo, é o que a própria banda confessou: que conseguiu uma catarse positiva na relação interna do grupo, que se reafirmou dando lugar a um resultado artístico igualmente melhor, que se iria reflectir na segunda metade das gravações e mais tarde, fundamentalmente neste sentido mais puramente musical , em turnê.

Com a longa gravação, longa mixagem e a grande turnê de apoio a Tommy na Europa e América do Norte (de alguns meses antes do lançamento em maio de 1969 até 20 de dezembro de 1970), todos foram particularmente afetados e, como grupo, aconteceu o seguinte. podia: a relação do cantor com o compositor principal seria, a partir daquele momento, de respeito e apreço mútuos. Isso é assimilado pela base rítmica (Moon e Entwistle) organicamente e eles se tornam uma banda de irmãos pela primeira vez. Porque em algum momento, durante a gravação de Tommy, a divisão de lados entre os 4 era clara: Roger Daltrey era o convidado de pedra, que acabou por ser a voz do single 'My Generation' e ficou entrincheirado para aproveitar a oportunidade que a indústria fonográfica deu à banda.

The Who e Elton John 'Pinball Wizard' no filme de Tommy

Com seus instrumentos, Keith Moon e John Entwistle são, acredito inquestionavelmente, alguns dos melhores em estilo e técnica do rock. Pete, por sua vez, escreveu as canções principalmente além dos singles (mais tarde se saberia que John estava bastante frustrado e muitas vezes por não conseguir que o The Who gravasse mais de suas canções). Daltrey era então o que tinha menos "mérito", além de não aturar ninguém e ter brigado com mais de um da banda em decorrência dessa dinâmica.

A partir de diversos documentários, entrevistas escritas e audiovisuais disponíveis, percebe-se que Daltrey percebe, no meio das sessões de gravação deste álbum, sobre a genialidade que possui como compositor na banda da qual faz parte, sendo profundamente admirado por O poder de Tommy. Especificamente, em uma das reviravoltas cruciais nessa forma hostil de se relacionar que eles tiveram, ocorre quando a cantora pede solenemente a Townshend autorização para interpretar Tommy de forma mais histriônica no palco, buscando encarná-lo, pode-se dizer, já que a turnê em prática Eles foram shows de rock sem fogos de artifício ou cenários alusivos à obra. O guitarrista concorda e junto com os outros dois músicos a entrega vocal de seu vocalista, no estúdio e ao vivo, é fantástica. encontrando nele todos os méritos de que precisavam para respeitá-lo. Acho que isso fica bem claro no imortal por extensão Live at Leeds: edição de luxo (2001), onde há o concerto completo, do início ao fim, em 14 de fevereiro de 1970 na Universidade daquela cidade. Há uma versão de 2010 (“super deluxe”) que inclui um show no dia seguinte no Hull City Hall, em Londres.

'Abertura'

Este é o primeiro trabalho de rock que conta uma história do começo ao fim, além de ser o primeiro a se rotular oficialmente como Opera Rock.

Algo muito interessante de se observar nesse grupo de personagens que se colocam em relação à curva dramática de Tommy Walker na história, são os contextos modernos (máquinas de pin-ball, a referência explícita ao consumo de LSD, retrato cruel de abusos) e uma espécie de poderosa coesão psicológica (o papel dos espelhos tem uma simplicidade e contundência muito bem conseguidas, por exemplo) para expor as leituras de Pete Townshend sobre a vida e obra de Meher Baba de forma extremamente racional.

Este líder espiritual era um estranho personagem indiano de classe alta, que se proclamou a encarnação de deus (“Avatar”) em 1921 e de repente decidiu não falar mais em 1925, pois havia dito tudo para guiar o homem. Ele fez peregrinações pelo mundo com uma comitiva de pessoas e teve escritórios com o nome de sua fé em várias nações. Ele provavelmente morreu durante a mixagem de Tommy, em 31 de janeiro de 1969, sem ter dito mais uma palavra e se comunicando por sinais. Pessoalmente, o que li sobre sua pregação é uma busca pela perfeição semelhante à de Buda, mas por meio de uma espécie de inação absoluta e soluções filosóficas mais individualistas.

Tem uma frase do Meher Baba que é um clássico e na verdade acho que fala muito sobre isso: “Não se preocupe. Seja feliz". Relacionando isto com o álbum, o estado de choque permanente que afeta Tommy, em que vive a montanha-russa da sua vida durante três quartos do álbum e a sua forma de assimilar todas as dificuldades da sua existência, em perpétuo encantamento e aceitação, fazem do protagonista o messias prototípico para o caminho espiritual de Meher Baba, segundo o compositor inglês.

Particularmente para os músicos, tirar o disco do papel deixou Pete Townshend para sempre mais confiante em si mesmo, em seu valor como artista, e o colocou em uma posição segura para lidar com o estrelato a partir de então. Ele entrou na banda de uma forma muito profunda e transcendental. Seu vaivém com a filosofia oriental que o guiou na composição de Tommy e muitas outras canções da época não prejudicou por muito tempo sua capacidade de produzir música excelente.

John Entwistle sempre defendeu de longe o trabalho ao vivo sobre o álbum gravado, que acabou agarrando até a repulsa depois de ter que gravar as músicas por tanto tempo tantas vezes. Ainda assim, assumiu com elevado profissionalismo e incrível empenho o pedido de preenchimento dos espaços do enredo mais inacessíveis ao próprio Townshend, em termos estéticos: “Não os quis fazer Eu não achava que poderia ser cruel o suficiente. São canções duramente brilhantes porque são tão cruéis quanto as pessoas podem ser. Quis mostrar com muita crueldade o que o menino estava sofrendo, já que é material arranjado para ser anormal» (Rolling Stone, 1969). John escreveu as canções que descreviam a tortura do primo Kevin e o estupro sistemático do tio Ernie, enquanto Tommy ficava no comando, toda vez que seus pais saíam da cidade para passear.

'Acid Queen', do filme Tommy, com Tina Turner

Keith Moon estava no topo de seu jogo na bateria e pelos próximos 5-7 anos ele seria um verdadeiro tornado percussivo que deixou sua marca indelével no rock, através de características que sempre desafiaram toda a lógica tradicional e técnica acadêmica. Na história, ele contribui para a grande farsa que Tio Ernie arma ao se aproveitar do novo status de guru do protagonista, oferecendo uma espécie de resort hedonista patrocinado por Tommy para seus seguidores, que caem facilmente. Isso desencadeia o desfecho quando ele tenta chamar seus seguidores a viverem de forma austera e humilde, longe das enganações do tio, a serem afastados de seu próprio movimento, por seus torcedores, voltando a uma situação de isolamento como no início, mas agora esta sendo a Perfeição última,

Devo confessar, que tudo o que acontece com a história desde que ele acorda do bloqueio quando quebram o espelho com seu reflexo e acaba sozinho novamente, levando sua própria igreja de passagem, acho que é muito pequeno para o mais catártico e final intenso que eu acho que merecia. É como uma bomba que não explode, com uma sucessão de fatos interessantes passando por 3-4 músicas sem explodir dramaticamente. Não me parece um ótimo final para uma história absolutamente ótima.

Mas este último não importa em nada, já que a prova a mais de que tudo havia se alinhado maravilhosamente para o The Who, foi a placa sucessora do gigante "Tommy": o "Who's Next" de 1971, o álbum mais popular e vendido do grupo. . O Who estava realmente explodindo espetacularmente, e ainda faltava Quadrophenia!

"Tommy" completo:


Destaque

The Who

  Biografia The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger D...