Nenhum talento que saiu de Woodstock e que continuou atuando ativamente mais de um quarto de século depois permaneceu tão intimamente associado aos anos 1960 e ao "poder das flores" quanto Melanie. Nascida Melanie Safka em Astoria, Queens, em 1947, ela fez sua primeira aparição pública aos quatro anos em um programa de rádio, depois estudou na Academia de Belas Artes de Nova York. Depois de montar uma carreira de cantora enquanto estava na faculdade, ela mais tarde cantou em clubes em Greenwich Village e assinou um contrato de publicação em 1967. Ela gravou seu primeiro single, "Beautiful People", para a Columbia Records no mesmo ano. Seu relacionamento com a gravadora durou pouco, porém, e depois de mais um single ela deixou a gravadora. Born To Be Em 1969, ela conheceu o produtor Peter Schekeryk e, após uma audição marcada às pressas, ele assumiu o comando de sua carreira. Seu primeiro álbum, Born to Be, foi gravado e lançado pela Buddah no mesmo ano. Em 16 de agosto, Melanie subiu ao palco no Woodstock Music & Art Festival em Bethel, Nova York; sua música "Birthday of the Sun" foi lançada posteriormente no álbum Woodstock 2 e, 20 anos depois, foi lançada em vídeo como parte de Woodstock: The Lost Performances, ao lado do trabalho de Janis Joplin, Crosby, Stills & Nash e os The Who
Sérgio Godinho encontrou uma identidade própria logo no seu disco de estreia. “Que Força é Essa”, “O Charlatão” e “Maré Alta” perduram até hoje.
Em 1971, Sérgio Godinho está em Paris, pelo gosto de correr mundo e para se esquivar à Guerra Colonial. Participa como actor no musical “Hair”, aproveitando para recrutar músicos da sua banda residente para o seu primeiro disco. O baixo saltitante e a ocasional guitarra eléctrica ensopada em fuzz salpicam Os Sobreviventes com uns pozinhos de rock (“Maré Alta” é o caso mais flagrante).
Estes elementos anglo-saxónicos, por mais tímidos que sejam, marcam uma saudável emancipação face ao seu mestre José Afonso. Foi a sua paixão por Zeca que o fez aventurar-se pela música popular portuguesa mas, chegado ao seu álbum de estreia, Sérgio já tem uma voz própria. É ele o inconveniente arlequim, desmontando as hipocrisias do poder com as suas insolentes gargalhadas. A lenga-lenga rude de “A-A-E-I-O” anuncia, no fundo, o projecto estético de uma vida: morte à cultura armada ao pingarelho!
Em Paris, Sérgio conhece José Mário Branco, tornando-se amigos e cúmplices criativos. Os temas “O Charlatão” e “Cantiga da Velha Mãe e seus dois Filhos” foram escritos a meias: letras de Sérgio, música de José Mário. Apesar de não haver um produtor oficial, a sua pegada nos depurados arranjos é evidente: no piano trôpego de “Que bom que é”, nas palmas em contratempo de “O Charlatão”, na flauta épica de “Que Força é essa”. Temos saudades tuas, Zé Mário…
O conteúdo político de muitas das letras – sem nunca cair no mero panfleto – levou a que o disco tenha sido retirado das lojas, empurrando-o para o circuito clandestino. Mas Godinho sempre foi mais beatnik do que engajado e essa sua procura existencial pela estrada fora está bem patente em temas como “Romance de um dia na Estrada” e “Descansa a Cabeça (Estalajadeira)”. Os Sobreviventes é o disco de Sérgio que mais sabe a Kerouac, despertando em nós a vontade de andar por aí na corda bamba do mundo. Que o dia em que se não come é um dia menos para a morte…
Pode Sérgio Godinho ser quem não é? No início deste ano, um dos heróis do autor que celebrou este ano o seu 75º cantava: “I contain multitudes”. Também o autor de Canto da Boca passou por múltiplas fases e contém em si mais do que um único escritor e cantor de canções.
Pré-Histórias é o segundo tomo da primeira fase da carreira de Sérgio Godinho, tendo sido composto ainda no exílio parisiense/holandês. A sonoridade de Os Sobreviventes (1972) e Pré-Histórias (1973) é guiada pela guitarra do jovem sempre imberbe que encontrou naquele instrumento o seu aliado musical. Mas o que distinguia este de tantos outros cantautores de excelência que habitavam este canto europeu? A sonoridade de Godinho era muito mais rock do que a dos seus contemporâneos, ora mais virados para a música tradicional (Zeca Afonso), para o fado (Adriano Correia de Oliveira) ou para a chanson (José Mário Branco). Bastava ouvir “Maré Alta” para perceber que não estávamos perante um baladeiro de Coimbra ou de um etnomusicólogo clássico.
Nascido no Porto, em 1945, aos 15 anos o jovem Sérgio compra uma guitarra e durante uns anos tocou em conjuntos e escreveu umas quantas canções de que não há registo. Mas havia de interromper esta “carreira” quando, aos 20, foge do país para não ter de cumprir serviço militar. Vai para a Suíça, serve de estivador e viaja até às Caraíbas, além de viver em Amsterdão e França e de fazer, inclusive, teatro musical. No Maio de 1968 está em Paris e conhece Zé Mário Branco, que seria um dos seus mais importantes camaradas de vida e de música.
Em 1971 grava Romance de um Dia na Estrada, o seu EP de estreia, com quatro canções: a faixa-título, “A Linda Joana”, “Charlatão” e “A-A-E-I-O”, todas as quais apareceriam novamente no LP que gravaria nesse ano: Os Sobreviventes. Um excelente e inovador disco, tinha um prenúncio sobre o caminho da liberdade que haveria de passar por Portugal numa madrugada inteira e limpa. Mas antes dessa liberdade chegar houve tempo para um segundo disco: Pré-Histórias.
Apesar de não tão interessante ou marcante quanto Os Sobreviventes, neste álbum Godinho deixou canções que se tornaram marcos para milhares de pessoas e deu provas de ser muito mais do que um cantor de protesto. Os apaixonados reservaram-se o direito de reivindicar “A Noite Passada”, os resistentes contra a ditadura adoptaram como sua “Eh! Meu Irmão (Ou Mais uma Canção de Medo)” e os indecisos encontraram em “Pode Alguém Ser Quem Não É?” um hino. Havia canções para toda a sensibilidade e esta é uma das principais marcas da carreira que o músico construiu ao longo das últimas (quase) cinco décadas.
Musicalmente Pré-Histórias é irrepreensível e muito mais variado do que o seu predecessor e o seu sucessor. A melodia de “Barnabé”, o acompanhamento simples e eficaz de “Eh! Meu Irmão”, ou a dolência de “Já a Vista me Fraqueja” mostram todo o esplendor inicial deste homem que seria o mais produtivo – sem nunca baixar demasiado a bitola – de todos os seus contemporâneos (mais de 20 discos entre originais e bandas-sonoras).
No outro dia falava com um grande amigo que fotografa por estas bandas e que diz que “A Noite Passada” é uma das dez grandes canções portuguesas. Concordo plenamente, apesar de nem estar entre as que mais gosto do Sérgio Godinho. Mas é impossível não referir a beleza desta incrível balada que já terá sido banda sonora de milhares de apaixonados (eu incluído) e que é, a par de “O Primeiro Dia” e “Com um Brilhozinho nos Olhos”, a canção mais conhecida entre as duas centenas compostas por Godinho.
Depois de Pré-Histórias, Sérgio Godinho enveredou por outros caminhos mais distantes do cantautor tradicional, mas isso já são outros quinhentos. E quanto à pergunta inicial deste texto? Pode. O homem dos sete instrumentos pode ser quem bem quiser. Lutou por esse direito e assegurou o seu lugar.
“Discurso, texto ou obra que critica pessoas, entidades, costumes, vícios, etc., em tom jocoso ou sarcástico.” – esta é a definição de “sátira” pelo dicionário Priberam.
Assenta perfeitamente na letra de “Mais!”, o novo single de Carlão que, a partir desta quarta feira, 7 de junho, está disponível em todas as plataformas digitais.
Nesta nova música, com co-produção de Pedro Da Linha, Carlão personifica um certo tipo de artista egocêntrico e de ambição desmedida cujos objetivos se resumem numa meta impossível de alcançar: ter sempre mais. Mais fãs, mais fama, mais dinheiro e notoriedade, advindo daí uma insatisfação insaciável.
“Mais!” é um dos temas que integra o novo EP “Formas do Verbo Amar” que será editado ainda em junho de 2023. Além de alguns temas inéditos, este EP inclui canções já bem conhecidas como “A Maior Traição” e “Via Láctea”, com colaborações da dupla de Dj’s Beatbombers (DJ Ride e Stereossauro) e Tatanka.
SOPHIA acaba de editar o single de estreia “Peito Aberto”. Com letra e música da sua autoria, a artista “chora e deseja, resiste e cede no frémito de uma paixão passada”, acrescentando que canta “um sintoma melancólico sobre alguém que me prejudicou, mas que se torna inesgotável no estímulo da minha criatividade”, neste que é o seu primeiro tema original.
“Peito Aberto” é acompanhado por um videoclipe realizado e produzido pela NOTPRO STUDIOS, no qual a cantora e atriz se apresenta com uma performance intensa e cativante. O tema antecipa o lançamento de “MELANCHOLIA”, o EP de estreia de SOPHIA, assumindo “a melancolia como uma experiência de interioridade necessária para cada conflito passado, presente e futuro”, um processo catártico de aceitação em que “a melancolia quotidiana nos torna mais conscientes de nós próprios na relação com o mundo”.
The Happy Mess estão de regresso aos originais com “Sol da Toscânia”, o single de avanço do novo disco da banda que está em fase de produção. Com letra de Miguel Ribeiro, é uma canção do prazer pelo prazer: fala da preguiça, da indolência, da letargia do verão, dos amores despreocupados da juventude, da descoberta, da euforia.
Avanço do esperado sucessor de “Jardim da Parada”, “Sol da Toscânia” contou com a colaboração de João Correia, na bateria, com arranjo de cordas de Rui Ribeiro, e foi produzido pela banda.
Em português, The Happy Mess – Afonso Carvalho, Hugo Azevedo, João Pascoal, Maria Luísa, Miguel Ribeiro e Paulo Mouta Pereira – continuam em busca de novos territórios estéticos. “É a nossa força motriz! A cada disco sentimos esta vertigem de encontrar uma nova energia, novas sonoridades. Juntar as nossas referências, vivências e transformá-las em canções Mess”, referem.
A gente já falou sobre quase todos os grandes MTV Unplugged que já ocorreram nesse formato tão genial que trouxe os artistas para vermos sua verdadeira essência em apresentações tão simples. Hoje o Unplugged que talvez seja o mais amado e que mudou a carreira do artista, está completando exatos 30 anos! Chegou a hora de conversarmos um pouco sobre ele!
Vamos lembrar oque acontecia com a vida e obra de Eric Clapton até então. Em 1989 ele havia lançado o belo disco “Journeyman” de 1989, se encontrava num bom momento, se recuperando das drogas, desenvolvendo sua paternidade com seu filho Conor, se distanciando cada vez mais das drogas e vivendo.
Infelizmente seu filho morreu em 1991 depois de cair acidentalmente da janela de um prédio, o que arrasou completamente a saúde mental de Clapton que não viu outro caminho possível para honrar a memória de seu filho que não fosse seguir sóbrio para sempre e continuar em frente sua carreira. Depois disso Clapton receberia o convite para participar da série Unplugged da MTV.
Nessa apresentação acústica, Clapton elaboraria um setlist com grandes sucessos da sua carreira, alguns standards de Blues e uma composição em tributo a Conor que acabaria sendo o maior sucesso dessa empreitada. Vamos falar um pouco mais sobre os destaques do disco. Eu adoro a versão de “Before You Accuse Me”, muito mais leve e bastante interessante aqui. Já o maior destaque do disco é “Tears In Heaven”, o grande tributo ao filho Conor, uma das composições mais sensíveis e tristes de todos os tempos que impulsionou o lançamento do disco. A versão de ”Layla” é bacana porém acho bastante inferior á original.
De considerações finais, o Unplugged do Clapton é dos discos mais obrigatórios que um fã de música pode ter e ouvir. É um capítulo emocionante do livro da vida de Eric e contém performances perfeitas de um dos maiores nomes da história da música! Vamos celebrar os 30 anos de seu lançamento e a memória de Conor Clapton!
Poucas bandas dos anos 2000 atingiram maior sucesso do que o Coldplay, eles souberam muito bem trabalhar suas estratégias de marketing e moldar seu som para cada vez mais na direção do comercial. Acontece que nem sempre foi assim, há exatos 20 anos a banda lançava o disco “A Rush Of Blood to the Head”, um trabalho bem diferente e excelente!
A banda vinha de seu disco de estreia, o “Parachutes” de 2001, um disco sensível que revela todo o talento da banda e que chamou os holofotes do mundo para a Chris Martin. E com mais recursos, as possibiidades de fazer um trabalho mais grandioso apareceram. Dessa vez eles apostariam mais em piano e guitarra e o som padrão Coldplay estaria sendo moldado.
Aqui a gente encontra ao menos 3 clássicos incontestáveis da banda e todas as outras faixas fazem boas passagens entre elas. Eu adoro “In My Place”, um trabalho de guitarra interessante, épica mas não a coloco como melhor do disco. Com certeza a melhor música desse disco é “The Scientist”, um monumento da década de 2000, uma composição linda e lírica de Chris Martin, genial.
Eu também adoro “Clocks”, uma grande música que mistura um ritmo melancólico com uma vibração eufória bastante particuar, sucesso absurdo. Minha favorita do disco está mais para o lado B, “Warning Sign”, grandiosa, exala esse auge do Coldplay, o tipo de composição que qualquer banda gostaria de ter composto.
Cap
De considerações finais, o disco “A Rush Of Blood to the Head” foi um passo extremamente importante para o Coldplay que conseguiu progredir depois do lançamento de seu disco de estreia. E o disco falar por si só, é uma obra prima com grandes clássicos da banda. É um dos meus favoritos e fica como homenagem este artigo nos 20 anos de seu lançamento!