segunda-feira, 3 de julho de 2023

Disco Imortal: Black Sabbath – Paranoid (1970)

Álbum imortal: Black Sabbath – Paranoid (1970)

Vertigo Records, 1970

Falar sobre "Paranoid" do Black Sabbath é voltar ao início da banda. Apesar de ser o segundo álbum, apenas alguns meses atrás a banda havia estreado com seu homônimo (outro grande álbum, diga-se de passagem). Eram tempos em que as coisas aconteciam rápido para esses quatro caras que atacavam da classe trabalhadora de Birmingham, tempos em que nem eles mesmos dimensionavam a consequência quase brutal que iam ter dentro da história do que todos conhecemos como rock ou heavy metal.

E sim, 1970 foi um turbilhão de situações para a banda, mas eles souberam reagir rápido a isso, a maioria das músicas de "Paranoid" foram feitas na hora, nos poucos ensaios que tiveram, na van rumo ao shows. , em passagens de som ou improvisações ao vivo no mítico Star Club em Hamburgo (sim, o mesmo dos Beatles), onde eram contratados para tocar o dia todo e não encontravam coisa melhor do que fazer longas jams das quais grandes canções saíram (já que eles não tinham muito público naquela época) e tudo isso em um período de tempo bastante curto, o que diz muito sobre a genialidade que fluiu deles considerando a capa de clássicos que este álbum ia nos oferecer.

E não haveria outra forma de classificar essa banda e o momento que estava acontecendo como algo mágico. Tony Iommi virou uma máquina de ideias na hora de tirar um riff atrás do outro, mais a genialidade de Geezer Butler em seguir seus ritmos, os ataques separados de Bill Ward na bateria e as letras de um Ozzy que já começava a contar histórias muito interessantes, um tanto contingentes de acordo com o que acontecia na época e com uma facilidade de encadear melodias impressionantes que já serviam para outra coisa.

Assim, nesse contexto, surgem coisas tão monumentais como 'Paranoid', curiosamente feita quando o álbum estava quase pronto, mas a gravadora precisava de uma música curta, um single, algo que apimentasse ainda mais esse álbum. Demorou pouco mais de cinco minutos para Iommi esboçar a ideia principal do riff, que foi simplesmente avassalador e fez todos correrem para seus postos (como se fosse uma briga) para montar essa música emblemática da banda , pois por que falar mais dela, se ao ouvi-la ela fala por si mesma.

Há também 'Iron Man', embora a ideia principal tenha vindo de Buttler, que era um fã constante de ficção científica, numa época em que os filmes do gênero já causavam sensação, e esse tipo de visualização musical de um monstro gigante de ferro como se andando devagar e pesadamente de um lado para o outro, Iommi e aquele som clássico de sua introdução foi tocado tocando duas cordas ao mesmo tempo em uma improvisação bastante curta, embora como o tema foi trabalhado depois, com ascendente, descendente, o bumbo duplo no final que é praticamente sinistro para rematar com um final à beira do sublime, é o que viria a ser e o que o tornava tão grande e essencial dentro do amplo repertório sabático.

O caso dos "Porcos de Guerra" tem uma história própria, chamada de 'Walpurgis' em primeira instância, um nome ocultista retirado da biblioteca de Geezer Butler, que quis associar que o que era verdadeiramente satânico era o que vinha do homem e suas práticas belicistas, algo que não foi completamente estranho ao final, sim, mudando previamente o nome a conselho da gravadora, a música além de seus riffs e se reinventando continuamente, é um hino pacifista, talvez tão visceral quanto 'Masters of War ' Dylan ou qualquer um como John Lennon.

Mas as histórias continuariam, como dissemos, é um disco muito divertido em suas letras, que, resolvidas com esses riffs pesados ​​e genialidade harmônica, nos deixa cada vez mais encantados. 'Electric Funeral' e 'Hand of Doom', os primeiros com uma visão apocalíptica do mundo, numa altura em que a paranóia global sobre ser vítima de um ataque nuclear estava na ordem do dia, o tema e os seus riffs de verdade que se eletrizam com uma triste marcha de desolação ao pensar em um ataque devastador. A segunda trata da questão da drogadição, mas do ponto de vista do pós-guerra (Vietnã) e de todos os jovens americanos que chegaram mutilados não só fisicamente, mas também psicologicamente daquele infeliz episódio da guerra. Duas músicas totalmente interessantes para uma banda que,

Outro ponto à parte é 'Planet Caravan', uma delícia que descartou a proposta única do agressivo heavy metalhead do Sabbath e que baseou toda sua artilharia em riffs poderosos, uma peça delicada, com algumas congas brilhantemente incluídas, totalmente à frente de seu tempo e onde finalmente vemos Osbourne cantando com uma sutileza que pode nos levar às lágrimas, desta vez em suas letras retratando uma espécie de amor espacial. Uma beleza de canção. Do outro lado anda 'Fearies Wear Boots' uma mistura de gangues de skinheads com uma letra lisérgica; isso sim, a base baixo/guitarra/bateria é uma das mais sólidas do prato, já que não foi uma música que brilhou tanto ao lado de tantos clássicos juntos.

Black Sabbath com este álbum reconfirmou que algo inovador estava acontecendo e saindo dessas quatro cabeças. A imprensa e a crítica especializada nunca concordaram muito com o que estavam fazendo, chegando a tratá-los mal, com declarações até cruéis, mas o povo sim, e as vendas desse álbum não condizem com a forma como a imprensa catalogou a banda e o disco. , tratando-os como "quatro trabalhadores drogados falando sobre bobagens". Bom, esse absurdo é o que tem influenciado ramificações inimagináveis ​​no que é essa árvore genealógica do que chamamos de rock, hoje o Black Sabbath é uma referência óbvia, inventaram o riff pesado no heavy metal e que, mesmo que passem séculos, ninguém vai nunca os tire e «Paranoid» é uma tempestade de riffs e boas ideias, um álbum que marcou e continua a marcar várias gerações de músicos. Definitivamente, totalmente clássico e imortal.

 

Hugo Mariutti lança o seu novo álbum solo “The Last Dance”, influenciado pela música britânica

 

Ex-guitarrista do Shaman mescla influências de várias décadas da música britânica

Hugo Mariutti lança seu novo álbum solo ‘The Last Dance’. O disco do ex-guitarrista doShaman e produtor musical é o primeiro desde que o fim da banda foi anunciado em janeiro. O projeto segue a linha característica da carreira solo de Mariutti, que se diferencia do heavy metal por qual é muitas vezes conhecido, e explora composições introspectivas e sonoridades alternativas.

Nesse álbum, que é o terceiro da carreira solo de Mariutti, se destacam as influências britânicas, com referências de diferentes décadas e gêneros da música inglesa. Ao longo das 10 faixas do disco, são explorados diversos estilos, como o rock alternativo em “This Town”, pós-punk em “Ghosts” e baladas dos anos 50 e 60 na faixa título “The Last Dance”. Mariutti descreve o disco como “uma mistura de tudo que vem do Reino Unido. Esse trabalho vai desde Gerry & The Pacemakers até The Clash.” O músico ainda cita influências que vão de The Smiths, Joy Division, Beatles até Radiohead e Arctic Monkeys.

Mariutti ficou inteiramente responsável pela produção e composição desse disco, que afirma ter sido o mais desafiador da trajetória solo.

Tento evoluir em cada projeto. As composições desse trabalho estavam fora da minha zona de conforto para cantar. Ao invés de adaptá-las, mantive os tons originais para passar maior emoção. Precisei então treinar bastante”.

Ele também tocou a maior parte dos instrumentos: apenas a bateria e os pianos mais elaborados foram gravados, respectivamente, por Edu Cominato e Flavio Marchesin. Steve Kitch foi responsável pela masterização, e Caike Shaffer realizou os vídeos e fotos do projeto.

A fim de divulgar o trabalho recente, o guitarrista se apresenta no dia 12 de agosto no La Iglesia Borratxeria, em São Paulo. Os ingressos já estão à venda no site Clube do Ingresso.

“The Last Dance” é um lançamento ForMusic Records, e está disponível em todas as plataformas, e em CD físico pela loja online do Wikimetal.



Pink Floyd: ‘Wet Dream’, 1º álbum solo de Richard Wright, será relançado em julho

 


O álbum solo de estreia de Richard Wright, ‘Wet Dream’, de 1978, está programado para ser reeditado pela Rhino/Parlophone Records em 28 de julho próximo, celebrando o virtual aniversário de 80 anos do falecido tecladista do Pink Floyd.

A reedição contará com uma nova arte, que você pode ver abaixo, bem como um novo remix, cortesia de Steven Wilson.

A novidade foi divulgada pelo grupo Pink Floyd Collectors no Facebook, que anunciou:

O álbum solo de Rick Wright de 1978, ‘Wet Dream’, foi remixado por Steven Wilson e será lançado no aniversário de 80 anos de Rick, em 28 de julho de 2023. o lançamento inicial será em CD e sites de streaming.

Tanto ‘Wet Dream’ quanto seu sucessor, ‘Broken China’ (1996), estão esgotados no Reino Unido, mas o 1º foi relançado em CD nos Estados Unidos e Canadá na década de 1990, com algum sucesso, e novamente em 2008,na Austrália, após a morte de Wright.

Wright morreu de câncer de pulmão em sua casa em Londres, no dia 15 de setembro de 2008, aos 65 anos. Na época de sua morte, ele estava trabalhando em material para um novo álbum solo.




A música dos Beatles que foi cortada do filme ‘A Hard Day’s Night’


 A peça central maluca do primeiro filme dos Beatles, ‘A Hard Day’s Night’, é a adorada cena do campo. Apresentando as travessuras da banda confinada assim que eles escapam dos limites do teatro que estão prestes a tocar, a sequência do campo foi um dos fatores que levou ‘A Hard Day’s Night’ além da exploração passageira da fama e no reino de um comédia maluca clássica. E tudo funciona sem nenhum diálogo.

O único som encontrado durante a sequência é ‘Can’t Buy Me Love’, o single matador que mais tarde alcançou o primeiro lugar no Reino Unido e nos Estados Unidos. É o acompanhamento perfeito, uma música acelerada e ferozmente vertiginosa sobre as alegrias dos prazeres simples. Como forma de articular a atitude despreocupada dos Beatles no filme, é nada menos que um golpe de gênio. Mas ‘Can’t Buy Me Love’ não foi a escolha original da música para a cena do campo.

Em vez disso, ‘I’ll Cry Instead’ foi originalmente concebida para aparecer na sequência. A filmagem do filme ‘A Hard Day’s Night’ e o material posteriormente encontrado no álbum ‘A Hard Day’s Night’ se sobrepuseram. A sequência de campo não foi filmada até 23 de abril de 1964, quando ‘Can’t Buy Me Love’ já havia atingido o primeiro lugar. Parecia lógico fazer a trilha sonora da sequência com o último sucesso da banda, mas de acordo com John Lennon, foi a antipatia do diretor Dick Lester por ‘I’ll Cry…’ que levou à mudança.

Escrevi isso para A Hard Day’s Night, mas Dick Lester nem quis”, disse Lennon a David Sheff em 1980. “Em vez disso, ele ressuscitou ‘Can’t Buy Me Love’ para essa sequência. Eu gosto da oitava dessa música, no entanto, isso é tudo que posso dizer sobre ela.

Em outra entrevista, Lester discorreu:

John não era conhecido por tolerar tolos, e eu provavelmente caí na categoria tolo”, Lester disse mais tarde ao The Express. “Ele estava sempre disposto a espetar a pomposidade ao seu redor, e acho que não pode haver pessoa mais pomposa no set do que o diretor. Então, eu tenho feridas. Mas tenho uma enorme, enorme admiração por John.

O objetivo geral do filme era apresentar o que aparentemente estava se tornando um fenômeno social neste país. Anarquia é uma palavra muito forte, mas a qualidade de confiança que os meninos exalavam! Confiança de que eles poderiam se vestir como quisessem, falar como quisessem, falar com a Rainha como quisessem, conversar com as pessoas no trem que ‘lutaram a guerra por eles’ como quisessem.

[Tudo era] ainda baseado no privilégio, privilégio por escolaridade, privilégio por nascimento, privilégio por sotaque, privilégio por fala. Os Beatles foram as primeiras pessoas a atacar isso… eles disseram que se você quer alguma coisa, faça. Você consegue. Esqueça toda essa conversa sobre talento, habilidade, dinheiro ou fala. Apenas faça.

 


Doro anuncia o álbum “Conqueress – Forever Strong and Proud” e libera o single clipe de “Time For Justice”

 

Trabalho trará a colaboração de Rob Halford, frontman do Judas Priest

A cantora germânica Doro Pesch, a “Rainha do Metal”, como ficou publicamente conhecida no meio, revelou que o esu mais novo álbum solo, “Conqueress – Forever Strong And Proud”, chegará no dia 27 de outubro próximo, via Nuclear Blast.

O material virá com 15 faixas e ainda brindará o fã com outras 5 contidas em um CD bônus da deluxe, com destaque para uma versão de “Living After Midnight”, do Judas Priest, trazendo a participação de Rob Halford.

Sobre o trabalho e a participação neste do Metal God, doro declarou previamente:

É bem pesado. Bem hard. As primeiras cinco músicas são totalmente heavy. Depois vem um hino midtempo. Mas acho que é bem pesado. ‘I Will Prevail’ é a mais agressiva, eu acho. E a abertura que eu amo tanto chama-se ‘Children Of The Dawn’. Depois há alguns duetos.

Estou tão animada. Oh meu Deus. É um sonho tornado realidade. E ele é um cara tão legal. Somos amigos desde sempre. É um tratamento especial. Eu poderia morrer agora de tão feliz.

Assista ao clipe de “Time For Justice”:


Tracklist:

CD 1

  • 1. Children Of The Dawn
  • 2. Fire In The Sky
  • 3. Living After Midnight
  • 4. All For You
  • 5. Lean Mean Rock Machine
  • 6. I Will Prevail
  • 7. Bond Unending
  • 8. Time For Justice
  • 9. Fels In Der Brandung
  • 10. Love Breaks Chains
  • 11. Drive Me Wild
  • 12. Rise
  • 13. Best In Me
  • 14. Heavenly Creatures
  • 15. Total Eclipse Of The Heart

CD 2

  • 16. Warlocks And Witches (Intro) (Bonus Track)
  • 17. Horns Up High (Bonus Track)
  • 18. True Metal Maniacs (Bonus Track)
  • 19. Heart In Pain (Bonus Track)
  • 20. The Four Horsemen (Bonus Track).


Velvet Underground – White Light/White Heat (1968)

 

Ainda as flower girls de Manson não haviam cortado Sharon Tate aos bocadinhos, já os Velvet suspeitavam que havia algo de profundamente pueril na utopia hippie. White Light/White Heat nem chega a ser desencantado. Nunca teve ilusões.

No primeiro álbum, os Velvet Undergound já haviam anunciado ao que vinham: declarar guerra à ingenuidade hippie rebolando no lodo da miséria humana. No segundo LP (White Light/White Heat), os Velvet, seguindo as pistas das canções mais experimentais do disco da banana (“Heroin”, “Venus in Furs”, “European Son”), levam até às últimas consequências o seu projecto de destruição da pop como a conhecíamos.

Nunca até então se tinha ouvido algo tão sujo, tão dissonante, tão orgulhosamente feio. Tudo é gravado com o volume no vermelho, criando uma massa informe de ruído e distorsão. O anti-solo de Reed em “I Heard Her Call My Name” manda a a avó do Joe Satriani ao chão, com a primitiva bateria a pisar-lhe as mãos e o caos atonal de “Sister Ray” pontapeando-a na cabeça. Nunca subestimem o poder do ódio ao tecnicismo e à falta de imaginação.

A primeira audição é difícil, parece que a aparelhagem se avariou. Mas depressa descobrimos que por detrás do vanguardismo dos arranjos se encontram coros doces e melodias cativantes. Os Velvet dos dois primeiros discos sempre viveram desta tensão entre acessibilidade pop e o mais corrosivo experimentalismo, tipo os Beach Boys mas vomitando bocados de fígado. Em White Light/White Heat, as inclinações avant-garde de John Cale ganharam ao melodismo de Lou Reed. Lou não gostou da afronta, expulsando-o da banda logo a seguir e dando a notícia por terceiros.

Para nossa sorte, Lou Reed sabe manejar palavras com a mesma perícia com que esfaqueia amigos pelas costas. “The Gift” repesca um conto seu, declamado por John Cale na coluna esquerda, com um instrumental gingão na coluna direita (uma forma inventiva de brincar com a estereofonia). Conta a história de um tipo inseguro e ciumento que se envia como correio à sua namorada, a qual o mutila sem querer ao abrir a embalagem.

O mesmo delicioso humor negro assoma no deboche de “Sister Ray” (Cecil assassina um marinheiro, sendo repreendido pelos comparsas por ter sujado o tapete) e na sinistra “Lady Godiva Operation” (uma drag queen é submetida a uma lobotomia para não desencaminhar mais jovens inocentes). A última é mais pungente pelas suas ressonâncias autobiográficas: os pais de Lou Reed, sempre extremosos, fizeram de tudo para curar o seu filhote da ignomínia do homoerotismo. Foi sempre com muito pesar que suportaram os gritos do filho durante as sessões de electro-choques.

O disco com a Nico é mais belo, ninguém o nega; mas, pela sua radicalidade estética, White Light/White Heat é mais influente. Sem este disco, não haveria o primitivismo dos Stooges, a circularidade dos Neu!, a depuração dos Ramones, a dissonância arty dos Sonic Youth, a noise pop dos Jesus and the Mary Chain, a sujidade do indie. Nada mau para um disco olimpicamente ignorado pela crítica e público do seu tempo.



SLOW J - SEM TI (𝗟𝗘𝗧𝗥𝗔 da música)

FILIPE SAMBADO - TALHA DOURADA (𝗟𝗘𝗧𝗥𝗔 da música)

 

Destaque

KIX - BLOW MY FUSE (1988)

  Blow My Fuse é o quarto álbum de estúdios da banda estadunidense Kiz . Seu lançamento oficial aconteceu em 19 de setembro de 1988, atravé...